‘Visão 2030’: o olhar da Embrapa para o futuro da agricultura brasileira

O estudo fez a identificação de sete megatendências globais e sinaliza, ainda, que o Brasil continuará figurando entre os principais protagonistas mundiais na produção e no comércio de grãos e carnes nos próximos anos. Foto: divulgação

Na semana em que completa 45 anos, a Embrapa lançou o “Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira”. O documento de 212 páginas é resultado de 18 meses de trabalho e reúne tendências globais e nacionais sobre as principais transformações na agricultura em questões científicas, tecnológicas, sociais, econômicas, ambientais e seus potenciais impactos.

O levantamento foi desenvolvido em alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para a agenda 2030 proposta pela Organizações das Nações Unidas. Um dos destaques é a identificação de sete megatendências. São elas: Mudanças Socioeconômicas e Espaciais na Agricultura; Intensificação e Sustentabilidade dos Sistemas de Produção Agrícolas; Mudança do Clima; Riscos na Agricultura; Agregação de Valor nas Cadeias Produtivas Agrícolas; Protagonismo dos Consumidores; e Convergência Tecnológica e de Conhecimentos na Agricultura.

“No esforço de análise e de prospecção de cenários, buscou-se antever transformações e, assim, contribuir para a definição de diretrizes que orientem a programação de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) de instituições públicas e privadas com foco no desenvolvimento sustentável da agricultura”, diz Edson Bolfe, coordenador do Sistema de Inteligência Estratégica da Embrapa (Agropensa) e da produção do documento.

“Visão 2030” contou com a participação de aproximadamente 400 colaboradores da Embrapa e instituições parceiras, e tem versões digital e impressa. O objetivo do estudo é oferece bases para o planejamento estratégico das organizações públicas e privadas de ciência, tecnologia e inovação (CT&I).

Para chegar à identificação das sete megatendências, o trabalho se baseou em sinais apontados por diferentes setores da sociedade, incluindo atores das cadeias produtivas agrícolas, segmentos da iniciativa privada, do terceiro setor e de outras organizações públicas. Internamente, estudos realizados no âmbito do Sistema Agropensa, da carteira de projetos e do programa de cooperação internacional da Empresa (Laboratórios Virtuais no Exterior – Labex) forneceram os subsídios para as contribuições e análises de pesquisadores e especialistas que atuam nos mais de 40 centros de pesquisa da Embrapa no País.

Além de explorar aspectos específicos que levaram à percepção das sete megatendências, na publicação são identificados os grandes desafios delas derivados. “A partir desses desafios foram feitas análises sobre como poderá ser a agricultura brasileira nos próximos anos. O objetivo é que as análises geradas contribuam para a tomada de decisões estratégicas da Embrapa e parceiros públicos e privados e para o maior desenvolvimento social, econômico e ambiental do Brasil”, acrescenta Bolfe.

A trajetória e o atual posicionamento da agricultura brasileira frente às tendências e sinais forneceram as premissas para a condução das análises das megatendências. Entre elas, de acordo com a Embrapa, destacam-se o fato de que o Brasil continuará figurando entre os principais protagonistas mundiais na produção e no comércio de grãos e carnes nos próximos anos e a constatação de que a tecnologia foi responsável pelo alcance dessa posição e continuará funcionando como um vetor transformador.

 Estudos que se complementam

O Sistema Agropensa da Embrapa vem trabalhando há anos com a análise e a projeção de cenários sobre a evolução e o futuro da agropecuária no Brasil e no mundo. Tendo em vista os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pelas Nações Unidas, o documento lançado este ano – “Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira” – dá continuidade às análises e prospecções futuras consolidadas em duas outras publicações anteriores: “O Futuro do Desenvolvimento Tecnológico da Agricultura Brasileira” (2014) e “Cenários exploratórios para o desenvolvimento tecnológico da agricultura brasileira” (2016).

Por Equipe SNA/Rio

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