Um vírus que surgiu nas plantações de batata assustou os agricultores de fumo de algumas comunidades do município de Içaras, no sul de Santa Catarina. A estimativa da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) é de que de 30% a 35% das lavouras da região tenham sido atingidas pela doença neste ano.
O engenheiro agrônomo da Epagri Luiz Fernando Búrigo Coan explicou que os próprios produtores rurais suspeitaram que o vírus, chamado de PVY (sigla em inglês para potato virus Y, ou vírus Y da batata), tenha começado em uma plantação de batatas de um agricultor que arrendou parte de uma fazenda na área, porque a cultura do tubérculo não é comum na região.
A partir da suspeita, foram levadas amostras das plantas para o laboratório que confirmou a presença do vírus. “Eles resolveram tudo de forma amigável e o agricultor das batatas concordou em não continuar com aquela lavoura na região. Então, após o vazio sanitário, no fim da colheita, em novembro, os produtores devem plantar milho e feijão. Sem plantas de fumo ou batatas, que são os hospedeiros, o vírus vai desaparecer”, prevê o engenheiro agrônomo.
Coan explicou que normalmente o vírus surge em plantações de batatas e o inseto pulgão é quem o transmite para a lavoura do fumo. Nas plantas do fumo, o vírus causa necrose, e as folhas ficam secas e amareladas. Com isso, dependendo da fase em que ocorreu o ataque do vírus, o fumo pode perder todo o valor comercial.
O município de Içaras é o principal produtor de fumo da região sul de Santa Catarina. Entretanto, o engenheiro frisou que somente uma parte das áreas produtoras do município foi infectada.
Fonte: Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri)
Equipe SNA