A comercialização de café da safra 2021/22, que tem colheita em andamento no Brasil, totalizou 40% da produção potencial até 8 de junho, com avanço de 6% em relação ao levantamento do mês anterior, apesar dos produtores estarem mais cautelosos diante das preocupações com a quebra pela severa seca.
A informação foi divulgada nesta sexta-feira a consultoria Safras & Mercado. O percentual de vendas é superior ao do mesmo período do ano passado, quando girava em torno em 34% da safra e também está bem acima da média dos últimos cinco anos para esta época (26%).
Segundo o consultor de Safras & Mercado, Gil Barabach, a justificativa para essa performance é a escalada dos preços, iniciada ao final do ano passado. “Mas agora o produtor ‘encurtou a mão’ e reduziu o ritmo de venda da safra brasileira 2021”, disse o analista.
“Esse comportamento já é notado desde o início do ano, mas ganhou intensidade ao longo dos últimos dois meses. O clima ruim gerou medo em não cumprir os contratos de venda antecipada. E a escalada nas cotações fez crescer a aposta de alta. Isso tudo acabou afastando os vendedores do mercado”.
Vendas
No final de maio, a Reuters informou que os produtores de café do Brasil, estão tentando renegociar contratos de vendas com exportadores e tradings a preços mais altos, gerando na indústria temores de calotes, segundo profissionais do mercado.
Para Barabach, da Safras, o produtor deve continuar administrando o seu fluxo de venda, particularmente nesse período de transição entre as safras. “Até a primavera e as floradas da safra 2022, o mercado deve seguir favorável à estratégia de alongar posições, escalonando vendas”, indicou o consultor em nota.
“Já o recente ajuste na linha de preços e o gradual avanço da oferta nova no mercado não tem sido suficiente para mexer com o comportamento do vendedor, pelo menos, não por enquanto”.
Arábica e conilon
Até o início de junho, produtores tinham colhido cerca de 20% da produção da safra atual. A comercialização de arábica segue como destaque, totalizando 43% da safra, bem acima da média para o período, que gira em torno de 27%.
“As vendas de conilon ganharam mais ritmo ao longo do último mês de maio, frente ao avanço da colheita e também diante da boa procura tanto de exportador como da indústria local pelo conilon”, disse Barabach, observando que os negócios chegaram a 34% da safra.
A comercialização de café arábica e conilon do ciclo anterior atingiu 95% do total colhido até o dia 8 de junho, segundo a consultoria.
Fonte: Reuters
Equipe SNA