Venda de máquinas cresceu em fevereiro

A confiança dos produtores de grãos em relação à comercialização de suas colheitas nesta safra 2018/19 garantiu o aumento das vendas de máquinas agrícolas no país em fevereiro. Foi o que disse Alfredo Miguel Neto, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), na tradicional entrevista coletiva da entidade sobre os resultados mensais dessa indústria, realizada ontem.

Segundo a Anfavea, foram comercializadas 2.874 unidades no mês passado, 7,9% mais que em janeiro – resultado 19,8% superior ao de fevereiro de 2018. Os números incluem tratores, colheitadeiras de grãos, colhedoras de cana e também retroescavadeiras, que representam menos de 10% do total.

“Os preços das commodities estão bem e a produção (de grãos) no Paraná e em Mato Grosso não foi tão impactada como achávamos que seria”, disse Miguel Neto.

Ainda assim, os produtores têm três preocupações que podem afetar o ritmo das vendas neste e nos próximos meses: a falta de recursos nas linhas de crédito que financiam a aquisição de máquinas agrícolas nesta temporada 2018/19, as incertezas sobre a oferta de crédito em geral para médios e grandes produtores no Plano Safra 2019/20 e os rumos da política econômica no país.

“Até o momento, a gente não sabe como será a transição (entre o atual Plano Safra e o próximo no que diz respeito ao crédito subsidiado concedido aos grandes produtores) nem se haverá alteração na política voltada ao setor agrícola. O que esperamos é que o produtor possa continuar recebendo o suporte necessário para seguir fazendo investimentos”, afirmou o vice-presidente da Anfavea.

Ele avaliou como preocupante essa indefinição em meio às principais feiras agrícolas do País – importantes canais de negociação de tratores colheitadeiras de grãos e colhedoras de cana, entre outros equipamentos. No Rio Grande do Sul, por exemplo, começou ontem a Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, e em abril acontecerá a Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), entre outros grandes eventos.

“É preocupante e não sabemos como os produtores vão reagir, à medida que não há um crédito barato no mercado para que eles possam fazer esses investimentos. No entanto, há uma boa oportunidade de remuneração para a soja, por exemplo, e o produtor deve aproveitar”, disse Miguel Neto.

Ainda segundo a Anfavea, as exportações continuaram fracas em fevereiro, em boa medida devido à crise cambial argentina. Alcançaram 834 unidades em fevereiro, 12,7% mais que em janeiro, porém 10,6% inferior à de fevereiro do ano passado. Já a produção brasileira somou 3.507 unidades, 20,7% mais que em janeiro, mas 10,2% abaixo de fevereiro de 2018.

 

Valor Econômico

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