O bom desempenho do agronegócio brasileiro, apoiado em safras recorde e preços internacionais elevados de commodities como soja e milho, mantém os produtores capitalizados e estimula a renovação de máquinas e equipamentos agrícolas, com reflexos expressivos também sobre o mercado de seguros.
Segundo a Fenabrave, o número de tratores e colheitadeiras vendidos no primeiro semestre aumentou 32,90% em relação ao mesmo período de 2021, para 31.600 unidades. Foi o melhor resultado para o período desde 2013. Normalmente, essas compras são feitas com recursos do Moderfrota, a principal linha de investimentos do Plano Safra.
A produção de bens de capital agrícolas aumentou 14% em junho sobre o mesmo mês de 2021, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No período de 12 meses, a alta foi de 11,50%. No ano passado, segundo a Abimaq, as vendas totalizaram 58.000 unidades, ou R$ 38.3 bilhões.
Mercado de seguros
Paralelamente a esse aumento, é crescente o mercado de seguro para os equipamentos, até porque são ativos caros. Colheitadeiras, por exemplo, custam milhões de reais. Segundo a Susep, os prêmios no segmento totalizaram R$ 1.6 bilhão de janeiro a junho, com aumento nominal de 42,38%. Descontada a inflação, o aumento foi de 27,98%.
A Bradesco Seguros, por exemplo, encerrou o primeiro semestre com mais de 20.000 máquinas e equipamentos agrícolas segurados, 34% mais do que no mesmo período de 2021. Os prêmios subiram 57%, para R$ 110 milhões. Para Saint Clair Pereira Lima, diretor da seguradora, os percentuais de crescimento mostram que o segmento “nunca esteve tão bem”.
“O mercado tem mudado, mas a percepção de risco para o produtor é diferente. Ele enxerga a necessidade de fazer um seguro agrícola porque sente os efeitos da seca, mas o desgaste de peças e a necessidade de manutenção das máquinas é encarada como um risco inerente”, disse Aline Milani, gerente de seguros rurais do Banco do Brasil.
