Valor da produção florestal supera R$ 20 bilhões

O valor da produção florestal primária alcançou R$ 20.6 bilhões no País em 2018, um aumento nominal de 8% em relação a 2017, segundo levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o terceiro ano seguido de crescimento.

Segundo o estudo “Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura”, o valor da silvicultura, obtida em florestas plantadas (sobretudo eucaliptos e pinus) subiu 11,10%, para R$ 16.3 bilhões (79,30% do total).

Parte desse desempenho é explicado pelo carvão vegetal. Com o avanço do setor siderúrgico, que usa a matéria-prima como fonte energética, o preço médio subiu e incentivou o aumento da oferta. Assim, o valor da produção de carvão vegetal atingiu R$ 4.1 bilhões, com alta de 50,50%.

Por causa do carvão vegetal, Minas Gerais superou o Paraná. Foi o estado que registrou o maior valor da produção primária florestal no país em 2018: R$ 4.6 bilhões, 45,70% mais que em 2017. No Paraná, o valor cresceu 1,30%, para R$ 3.1 bilhões.

Mas a silvicultura também foi impulsionada pelo setor de papel e celulose. Segundo o IBGE, o valor da produção de madeira para papel e celulose cresceu 2% em 2018, para R$ 5.1 bilhões. A maior parte dessa oferta é destinada à exportação, cujo volume cresceu 9,70% em 2018 na comparação com o ano anterior, segundo o Ministério da Economia.

Ainda segundo o IBGE, no ano passado a área total de florestas plantadas brasileiras cresceu 1,30%, ou 131.800 hectares, e chegou a 9.9 milhões de hectares, concentrados principalmente nas regiões Sudeste e Sul (70,10% do total nacional).

O levantamento também apurou que o valor da produção da extração vegetal, em florestas nativas, recuou 2,70% no ano passado, para R$ 4.3 bilhões. Entre os principais produtos extraídos estão madeiras e alimentos (açaí, erva-mate, pinhão), além de fibras (buriti, piaçava), ceras (carnaúba), borracha (látex) e aromáticos (urucum, jaborandi).

“Nesse caso, são áreas sem cultivo sistematizado, sem manejo, e envolvem espécies nativas do bioma natural”, disse o engenheiro agrônomo Winicius de Lima Wagner, gerente da pesquisa do IBGE.

Dos nove grupos que compõem a produção extrativa, cinco tiveram queda, e a mais expressiva foi a de extração madeireira, 5,20%, para R$ 2.64 bilhões. O açaí é o principal produto não madeireiro extraído das florestas brasileiras. De acordo com o IBGE, a produção extrativista de açaí (221.600 toneladas, 90% na região Norte) gerou R$ 592 milhões em 2018, aumento de 2,50%.

 

Valor Econômico

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