Impulsionado sobretudo pela soja, mas também sob influência de avanços previstos para milho, arroz e carnes, o Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária brasileira deverá registrar um novo recorde histórico em 2021, o terceiro consecutivo.
Segundo estimativas do Ministério da Agricultura, o VBP do campo, que mede o faturamento dos produtos “da porteira para dentro”, deverá somar R$ 949.2 bilhões no ano que vem, 11,90% mais que o estimado para 2020, de R$ 848.6 bilhões, com aumento de 13,10% em relação a 2019.
Para as 21 lavouras que compõem o levantamento da Pasta, a estimativa é de um VBP conjunto de R$ 649 bilhões, 13,40% superior ao deste ano (R$ 572.3 bilhões, com alta de 16,90% em relação a 2019).
Para as cinco principais cadeias da pecuária, o aumento está estimado em 8,60%, para R$ 300.2 bilhões. Em 2020, o montante deverá chegar a R$ 276.3 bilhões, um aumento de 6,10% na comparação com o ano passado.
Entre todos os produtos, a soja é o grande destaque. Com as previsões de manutenção de preços elevados e aumento da colheita, o VBP da oleaginosa, carro-chefe do agronegócio brasileiro, foi estimado pelo ministério em R$ 299.9 bilhões em 2021, cerca de 34,40% mais que o valor estimado para este ano (R$ 223.2 bilhões, com aumento de 35,30% em relação a 2019).
Os bovinos vêm em seguida, com VBP previsto em R$ 131.8 bilhões no ano que vem, e aumento de 8,70% em relação a 2020 (R$ 121.2 bilhões, 14,7% mais que em 2019). O cenário positivo para o segmento é baseado na manutenção do ritmo forte de exportações e na recuperação da demanda doméstica, prejudicada neste ano sobretudo nos primeiros meses da pandemia.
No caso do milho, terceiro principal produto agropecuário do País em VBP, o montante estimado para 2021 é de R$ 95.3 bilhões, 6% mais que o projetado para 2020 (R$ 89.9 bilhões, aumento de 18% em relação à 2019).
Para o cereal, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também preveem colheitas robustas, e as exportações e a demanda por parte dos frigoríficos tendem a permanecer aquecidas.
Para o frango, o ministério estima um VBP de R$ 82.1 bilhões em 2021, 11% mais que neste ano (R$ 73.9 bilhões, com queda de 5,80%). Se confirmada, a recuperação virá com a ajuda do aumento das exportações, que em 2020 estão relativamente estáveis.
Entre os produtos com estimativa de avanço do VBP em 2021 em relação a 2020 também estão o arroz (27,30%, para R$ 20.1 bilhões), os suínos (15,80%, para R$ 28.9 bilhões) e o leite (7,60%, para R$ 43.5 bilhões).
Deverão registrar quedas, em contrapartida, produtos como algodão (7,80%, para R$ 46.7 bilhões), café (8,40%, para R$ 30.6 bilhões), cana (3,80%, para R$ 67.2 bilhões), laranja (4,60%, para R$ 15 bilhões) e ovos (11,50%, para R$ 13.9 bilhões).
Fonte: Valor Econômico