USP e Embrapa desenvolvem robô que analisa as propriedades do solo

Robô criado pela USP e Embrapa Instrumentação analisa solo das plantações. Foto: Ely Venâncio/EPTV
Robô criado pela USP e Embrapa Instrumentação analisa solo das plantações. Foto: Ely Venâncio/EPTV

A Embrapa Instrumentação e a USP de São Carlos apresentaram  um robô que pode otimizar o trabalho nas plantações e analisar com rapidez as propriedades do solo. A tecnologia, que é similar à usada pela Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) em Marte, pode reduzir gastos e aumentar a produção. O equipamento e outras novidades fizeram parte do Simpósio Nacional de Instrumentação Agropecuária (Siagro) que terminou no dia 20 de novembro.

Ao todo, cinco novas tecnologias apresentadas no evento devem ajudar o trabalho dos agricultores. Para demonstrar cada uma delas, os pesquisadores foram até uma plantação de milho. O destaque ficou por conta do robô ou ‘rover’ (jipe-robô), criado na Escola de Engenharia da USP em parceria com a Embrapa.

Ele é capaz de identificar todas as propriedades do solo com apenas um disparo de luz. “Basicamente você tem um laser de alta energia, que é focalizado sobre o solo e faz com que seja formado um plasma. Esse plasma pode fazer uma analise multi-elementar do solo”, explicou a pesquisadora da Embrapa Débora Milori.

O robô pode identificar, por exemplo, qual parte da plantação precisa de adubo. Assim, o agricultor vai saber exatamente onde deve colocar mais ou menos dependendo da propriedade do solo, diminuindo os gastos e potencializando a produção.

“Cada plantação variada provavelmente vai ter um tipo de rover diferente. Nessa ideia de trabalhar com o rover, um helicóptero ou algum robô aéreo é interessante porque, dependendo de quão compacta é aquela plantação, o rover vai até um ponto e o robô aéreo vai lá dentro ver o que realmente está acontecendo”, explicou o pesquisador da USP Marcelo Becker.

O engenheiro da Nasa Ivair Gontijo contou que ficou surpreso quando soube do trabalho realizado. “Ele faz análise rápida e consegue jogar esses pulsos de luz até sete metros de distância e captar a luz emitida pelo material. Em cinco minutos, o veículo consegue identificar elementos”, disse.

APLICAÇÃO DE INSUMOS

Além desse equipamento, também foi apresentada uma nova forma de aprimorar a aplicação de insumos. Assim que o avião joga os agrotóxicos a quantidade que cai no solo é registrada em uma fita. Os agricultores podem colocá-la neste dispositivo que facilita a leitura da situação do solo. “Um scanner. Você insere o papel e ele já faz a leitura”, disse o diretor de pesquisa e desenvolvimento Edson Minatel.

O pesquisador Paulo Cruvinel garante que desta forma o uso dos produtos é programado e diminuem os gastos, tornado o trabalho sustentável. “É exatamente buscar não só o apelo tecnologia e inovador, mas também associado aos princípios do conhecimento das questões das pragas agrícolas e como elas se relacionam de forma a diminuir doses, melhorar forma de aplicação, garantir mais segurança ao processo de produção, com sustentabilidade, mas sem perda de competitividade”, destacou.

Com pouca mão de obra no mercado, a automação é uma forte tendência. “Esse é o momento para gente fazer uma avaliação que novas tecnologias e inovações estão sendo desenvolvidos e como eles vão ser incorporados pela agropecuária brasileira”, afirmou o presidente da Embrapa, Maurício Lopes.

Fonte: Portal G1/Globo Rural

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