A utilização de ferrovias para a movimentação de soja e milho no Brasil cresceu nos últimos anos. Um estudo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), feito em parceria com o USDA, mostrou que a dependência do transporte rodoviário de soja caiu de 74,70% em 2010 para 67,40% em 2019.
Em contrapartida, a movimentação por ferrovias cresceu de 20,20% para 24% e a movimentação hidroviária quase duplicou no período, passando de 5,10% para 8,60%.
Em relação ao milho, a dependência de movimentação por rodovias foi reduzida de 83,80% em 2010 para 69,20% em 2019. Em termos de diversificação da matriz de transporte, o maior crescimento ocorreu no movimento hidroviário, passando de 1,20% em 2010 para 9,60% em 2019.
Ainda segundo o estudo, a distância média percorrida por um caminhão para transportar soja e milho é de 357 quilômetros. Já as ferrovias transportam milho a uma distância média de 1.258 quilômetros, enquanto para a soja são percorridos 1.047 quilômetros.
Na opinião do comentarista do Canal Rural, Miguel Daoud, melhores condições de infraestrutura podem trazer melhorias para o agronegócio brasileiro.
“Quando se fala em uso de ferrovias para o transporte de grãos, você consegue agregar valor a esses produtos, pois você tem um sistema que favorece muito além da exportação do grão de soja, por exemplo”, disse.
Ainda segundo o comentarista, mesmo após a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmar que o investimento em tecnologia e logística é de extrema importância para o agro, “ainda é difícil implementar esses conceitos dentro do setor”.
Fonte: Canal Rural