Usinas do Brasil já fixaram vendas de 3.3 milhões de toneladas de açúcar da safra 2021/22

Usinas brasileiras já fixaram vendas de 3.3 milhões de toneladas de açúcar da safra do próximo ano na bolsa de Nova York (ICE), um volume relativamente elevado para esta época do ano, informou a Archer Consulting, em sua primeira estimativa de fechamento de negócios para a temporada 2021/22.

“Em dez anos de acompanhamento das fixações de preços de açúcar para exportação das usinas, esta é a primeira vez que temos uma situação de razoável volume já fixado para a safra seguinte, ou seja, usinas fixando preços de açúcar em NY com mais de doze meses de antecipação”, disse, em nota, o sócio-diretor da Archer, Arnaldo Correa.

“Coisa rara”, ressaltou ele. Segundo o consultor, “as usinas estão muito mais conscientes da necessidade de se ter uma gestão de risco focada no resultado”.

O valor médio apurado das fixações é de R$ 1.456,00 por tonelada (FOB/Santos), considerando o prêmio de polarização. Os dados consideram a apuração até 31 de maio.

“Boa parte do volume fixado ocorreu na aceleração da desvalorização do real em relação ao dólar, portanto, nos meses de abril e maio, justamente quando as cotações em NY despencavam em centavos de dólar por libra-peso”, frisou Correa, em relatório.

Ele preferiu não estimar o percentual da safra de 2021 com vendas fixadas, porque, segundo o consultor, fazer isso neste momento “é indigesto exercício de futurologia”.

Em meados do mês passado, a Archer havia apontado que as usinas do Brasil tinham fixado preços para exportações de 21.1 milhões de toneladas de açúcar da safra atual (2020/21), com base em contratos negociados na ICE, em Nova York, até 31 de maio, o equivalente a cerca de 89% dos embarques estimados para a temporada.

 

Reuters

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