Caso não seja confirmado um armistício na guerra comercial entre Washington e Pequim, o valor das exportações agropecuárias americanas para a China deverá cair 37% no ano-fiscal 2019, que terá início em 1º de outubro. A projeção é do USDA em relatório trimestral sobre comércio agrícola divulgado na última quarta-feira.
O órgão estima que os embarques de grãos, carnes e outros produtos ao país asiático somarão US$ 12 bilhões, contra os US$ 19 bilhões estimados para o ano-fiscal 2018, que terminará em 30 de setembro.
Essa forte queda leva em conta uma redução expressiva das vendas americanas de soja, que passaram a ser taxadas em 25% na China em resposta a onerações impostas a produtos chineses pelo governo de Donald Trump. Um arrefecimento dessas disputas, porém, poderá levar à retirada da tarifa, o que mudaria para melhor o cenário traçado.
Mesmo se as disputas continuarem e os EUA perderem mercados na China, o USDA prevê que, somados todos os destinos, as exportações americanas de produtos agropecuários deverão chegar a US$ 144.5 bilhões no ano-fiscal 2019 – US$ 500 milhões a mais que no ano-fiscal que está chegando ao fim. Esse crescimento decorre principalmente da expectativa de incremento das exportações de trigo, hortaliças, legumes e frutas.
Segundo o USDA, a receita americana com os embarques de grãos e ração animal deverá totalizar US$ 33.1 bilhões no ano fiscal 2019, um aumento de US$ 1.5 bilhão. No cenário traçado, o aumento das vendas de trigo mais que compensará a queda das exportações de soja.
Se as travas chinesas permanecerem, as exportações totais de soja dos EUA deverão render US$ 21 bilhões, US$ 800 milhões a menos que no ano-fiscal 2018. Desse montante, US$ 6.8 bilhões deverão vir da América Latina – US$ 400 milhões a mais, graças, sobretudo, à maior demanda da Colômbia. Já as vendas de trigo dos EUA ao exterior poderão atingir US$ 7.1 bilhões em 2019, um aumento de US$ 1.4 bilhão.
Fonte: Valor Econômico