Os trabalhos de colheita se desenvolvem bem nos Estados Unidos e os números divulgados pelo USDA em seu relatório semanal de acompanhamento de safras mostra sua evolução.
Segundo o boletim, até o último domingo (23/9), a colheita da soja já havia sido concluída em 14% da área, contra 6% da semana anterior. No ano passado, o percentual era de 9% nesse mesmo período do ano, e a média plurianual é de 8%.
Com relação ao milho, a evolução da colheita foi em uma semana, de 9% a 16%. Assim, o percentual fica bem acima de 2017, quando 10% da área destinada ao cereal já estava colhida e 11% de média das últimas cinco safras.
O USDA informou também que 68% das lavouras de soja estão em boas ou excelentes condições, 22% em situação regular e 10% em condições ruins ou muito ruins. Na semana anterior, os índices eram de 67%, 23% e 10%.
O relatório informa também que 69% das lavouras de milho estão em boas ou excelentes condições, contra 68% da semana anterior. Há ainda 19% das lavouras em condições regulares e 12% em situação ruim ou muito ruim. Na semana anterior, respectivamente, eram 20% e 12%.
Soja – preços no Brasil
No Brasil, os preços da saca da soja voltaram a subir no porto de Rio Grande no mercado disponível, sendo cotada a R$ 94,00, em alta de 0,53%, enquanto no mercado futuro, a saca para embarque em outubro foi cotada a R$ 96,00, em alta de 0,52%. Em Paranaguá, queda de 0,51% para R$ 97,50 no mercado disponível e estabilidade a R$ 87,00 para a safra nova.
No interior, as cotações recuaram em boa parte das principais praças de comercialização, com baixas que chegaram a superar 1% em alguns casos, mas as cotações seguem acima dos R$ 80,00 por saca, principalmente na região Sul. No Centro-Oeste, as cotações também estão próximas disso.
O colchão para os preços da soja continua a ser os altos prêmios que ainda são pagos para o produto do Brasil, dada a forte demanda forte e escassa oferta neste momento e pelo dólar. Apesar das últimas quedas, a moeda americana segue acima dos R$ 4,00. Ontem, a divisa subiu 1% para fechar cotada a R$ 4,0880 para a venda.
China registra redução na importação de grãos
Dados divulgados pela Administração Geral das Alfândegas da China indicam que o país oriental registrou uma redução significativa nas importações de grãos após impor tarifas aos embarques dos Estados Unidos. Segundo as informações, a China comprou apenas 60.000 toneladas de sorgo em agosto, 79% abaixo das 259.892 toneladas importadas no ano anterior.
Nesse cenário, a Administração Geral das Alfândegas indicou que foram adquiridas apenas 330.000 toneladas de milho em agosto, uma queda de 13,5% em relação às 377.500 toneladas de agosto do ano passado. As importações de trigo também caíram 51,6%, para 140.000 toneladas.
Embora a instituição não ter listado os dados totais de importação de países específicos, como os Estados Unidos que são os mais influenciados pela medida, a China tipicamente importa cerca de um terço de seu milho e trigo e quase todo o seu sorgo dos norte-americanos. Em julho, os Estados Unidos impuseram tarifas de 25% sobre todo o alumínio e o aço proveniente da China, e os chineses responderam cobrando tarifas de vários produtos norte-americanos, incluindo soja, sorgo e milho.
Os volumes totais de importação de soja para agosto não foram listados no relatório, mas o USDA informou recentemente que as importações chinesas para o ano comercial de 2018-2019 deverão cair em 1 milhão de toneladas. Sendo assim, o alvo dos orientais passa a ser o mercado sul-americano da oleaginosa, com destaque para Brasil e Argentina, que já exportaram uma quantidade significativa de soja para a China na última safra.
Fonte: Agrolink