Índice de abates informais tem queda notável, diz Cepea

Cepea aponta que o índice de abates não fiscalizados ficou abaixo de 10%
Índice de abates não fiscalizados ficou abaixo de 10%, aponta Cepea

 

Tema crítico para a política sanitária na produção de carne bovina no Brasil, o índice de abates não fiscalizados – sem inspeção veterinária, como preconiza a lei – registrou notável queda nos últimos anos, indica pesquisa feita pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), vinculado à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq).

Financiado pelos maiores frigoríficos do país – JBS, Marfrig, Minerva e Rodopa -, pelas redes varejistas Pão de Açúcar, Carrefour e Walmart, além da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o estudo do Cepea aponta que o índice de abates não fiscalizados ficou abaixo de 10%. Trata-se de um índice bem inferior aos encontrados na literatura científica sobre o assunto.

Uma das coordenadoras da pesquisa, a professora da Esalq Silvia Miranda afirma que não é possível comparar o índice de abate não fiscalizado apurado pelo estudo do Cepea com pesquisa semelhantes, uma vez que cada estudo adota uma diferente metodologia. A despeito dessa ressalva, os diversos trabalhos feitos nos últimos 15 anos sempre apontaram índices de abate não fiscalizado superior a 30% – em alguns casos, próximo de 50%, de acordo com a professora.

Diante disso, o Cepea assegura, em comunicado divulgado ontem, trata-se mesmo de uma evolução. “Os resultados obtidos, bem menores que os encontrados na literatura referentes a décadas passadas, evidenciam as mudanças positivas que a pecuária nacional, como um todo, vem implementando”, aponta o Cepea.

Na avaliação da professora Silvia, uma combinação de fatores levou à melhora no índice. Entre eles, estão tanto o fortalecimento do sistema de defesa sanitária nacional, uma incumbência do setor público, quanto a melhora na gestão dos frigoríficos e a internacionalização do setor, ampliando o volume exportado de carne bovina. Em geral, o mercado exportador é mais exigente.

 

Fonte: Valor Econômico

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