A maior parte das empresas de transportes rodoviários de cargas do Brasil concedeu descontos no valor do frete no primeiro semestre de 2020, o que resultou em um reajuste negativo médio de 4,70% no período impactado pela pandemia, indicou uma pesquisa divulgada pela NTC&Logística.
Segundo o levantamento da associação do setor, 52,20% das empresas concederam descontos, apurados em uma média de 10,20%, enquanto apenas 11% conseguiram reajustes para cima no período. Entre elas, o aumento médio foi de 7,80%.
O transporte de cargas foi fortemente afetado pela pandemia do Coronavírus, chegando a registrar em abril queda de 45,20% na demanda em relação aos níveis pré-pandemia, mas tem registrado uma recuperação gradual em meio à flexibilização das medidas de isolamento social no País.
Ainda segundo a NTC&Logística, houve uma defasagem de 13,60% no valor do frete por peso no primeiro semestre, número que ficou levemente abaixo dos 13,90% registrados no início do ano. O percentual representa o quanto os fretes recebidos pelas empresas estão defasados em relação ao custo da operação de transporte apurado pela NTC.
Em relação aos custos, o Índice Nacional do Custo de Transporte de Carga (INCT) para as cargas fracionadas, que contêm pequenos volumes, registrou aumento de 1,64% entre janeiro e julho, enquanto o INCT para cargas lotação, que ocupam toda a capacidade do veículo, recuou 0,59%.
Os custos com veículos tiveram alta de 2,33% no período, embora tenha sido vista uma redução de 13,06% no custo com o diesel. “No geral, há um aumento no custo do transporte”, disse à Reuters o presidente da NTC&Logística, Francisco Pelucio.
“Com a dificuldade de empregos, o consumo reduz, e diminui o abastecimento. Realmente fica prejudicado (o setor), mas acredito que essa retomada venha lentamente”.
Reuters