Tereza Cristina esclarece questões sobre incêndios no Pantanal e declaração de Bolsonaro na ONU

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, durante live com a revista Época nesta quarta-feira, esclareceu novamente questões sobre os incêndios no Pantanal. Ela foi taxativa ao dizer que “culpar o homem do Pantanal pela atual situação é uma injustiça”.

A ministra falou sobre a necessidade de punição aos maus produtores e irresponsáveis, porém, afirmou que são casos pontuais e que a grande maioria segue atuando com responsabilidade e dentro da lei.

“Passei minha infância no Pantanal. Me lembro de uma época muito seca, 50 anos atrás, que meu pai teve de escavar tanque para ter água para o gado. Foi uma época difícil e depois passou. O Pantanal tem períodos e estamos vivendo uma fase com a pior seca dos últimos 50 anos”, informou Tereza Cristina.

“É natural no Pantanal, que é uma planície, com o lençol freático baixo, que aquela palha do capim nativo entre em combustão. Essa seca, não vou dizer que seja normal ou agradável, mas a tendência é de que tivéssemos mais incêndios”.

A ministra disse ainda que é importante aprender não só com a ciência e com as pesquisas, mas com as pessoas que vivem na região. “Os velhos pantaneiros falam que o boi é o bombeiro do Pantanal. Quando ele come aquela palha, quando vem a seca e se tiver fogo, ele não se alastra como aconteceu este ano”.

Ação do governo

Tereza Cristina acrescentou que não é possível comparar o alcance e as proporções de incêndios como os do Pantanal com o que é registrado em outros locais do mundo, como na Califórnia, nos EUA. Além disso, reiterou que o governo federal, via Ministério do Meio Ambiente, colocou todo seu efetivo, entre recursos humanos e de equipamento, para combater o fogo, mas mesmo assim não tem sido suficiente.

“O Brasil é um país de tamanho continental e a Califórnia é um estado. Precisamos de recursos, de gente, e o Brasil tem necessidades enormes, muito problemas para atacar. E esse governo, sem querer comparar, colocou as Forças Armadas. É uma série de coisas que às vezes não são faladas. Precisamos pensar nisso sim, mas vivemos um momento muito complicado. Temos de estar prevenidos sim”, enfatizou a ministra.

Questionada sobre a fala do presidente Jair Bolsonaro na 75ª Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira, Tereza Cristina esclareceu as diferenças entre incêndios e queimadas, que são uma prática rudimentar praticada por indígenas e pequenos agricultores. “Não podemos generalizar. Acho que meu chefe colocou algumas posições que são verdadeiras, fatos que realmente acontecem”, disse.

 

Fonte: Notícias Agrícolas

Equipe SNA

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