Nesta sexta-feira (12), novas altas para o suíno vivo foram registradas. Em Mato Grosso, as cotações subiram para R$ 3,22/kg, seguindo as valorizações de outras regiões na semana. Nas demais praças de comercialização, o dia foi de estabilidade de preços.
As cotações vêm avançando nesta primeira quinzena do mês em quase todas as regiões, tanto nas granjas quanto no atacado, segundo explica o CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). “O impulso vem, principalmente, da baixa oferta de animais para abate e do aumento da demanda, favorecido pelas temperaturas mais amenas e pelo período de recebimento de salários”, aponta o boletim.
Diante deste cenário, a tendência é de altas para os próximos dias, pois além do período de demanda aquecida com o recebimento dos salários, o feriado de Dia dos Pais também tende a aumentar o consumo da proteína. A Scot Consultoria, também aponta que novas altas não estão descartadas para o período.
Além disto, a consultoria também explica que a oferta está reduzida, visto que produtores e indústrias têm abatido animais antecipadamente, como forma de reduzir os custos de produção.
Por outro lado, a Embrapa Suínos e Aves aponta que houve leve redução no índice de custos de produção da entidade em julho. O índice ICPSuíno/Embrapa chegou a 247,85 pontos, depois de registrar baixa de 2,32%. A nutrição é o principal fator para o cenário, que recuou 2,24% no mês.
Apesar disto, os atuais patamares estão muito acima aos registrados há um, com alta de 32,94%. No acumulado do ano, os custos subiram 20,33%, sendo que nutrição foi responsável por 19,95%.
Fonte: Embrapa Suínos e Aves
Preços
A semana foi de forte alta na maioria das praças de comercialização, segundo aponta o levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes. A maior valorização foi registrada em São Paulo, em que as cotações subiram 20%.
A bolsa de suínos do estado definiu no início da semana referência em R$ 85,00/@. Porém, a APCS (Associação Paulista de Criadores de Suínos) divulgou nos últimos dias diversos negócios acima do valor, em grande parte a R$ 90,00/@.
Além disto, a associação informou em nota que o mercado está aquecido, inclusive registrando altas no atacado. “Portanto, podemos afirmar que o mercado é firme, comprador e com pouca oferta de animais vivos, inclusive, na cotação da APCS/CSP, verificou-se uma queda acentuada no peso dos animais abatidos”, disse.
Em Minas Gerais, a alta da semana também foi significativa, em 17,07%. Na praça de comercialização, os negócios ocorreram a R$ 4,80/kg, segundo sugestão da bolsa de suínos.
Já no Rio Grande do Sul, as cotações subiram 5,48%. a pesquisa semanal de preços da ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul) aponta que a média paga aos suinocultores independentes subiu para R$ 3,85/kg.
Leilões
Na terça-feira, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) realizou dois leilões de milho, destinado a criadores de aves e suínos. A medida é uma forma de amenizar o cenário de escassez do cereal e trazer redução aos custos de produção – que subiram principalmente pelas altas de milho e farelo de soja no mercado doméstico.
Das 50.000 toneladas ofertadas, foram arrematadas apenas 32,06% da oferta, chegando a 16.030,515 toneladas, com preço máximo de R$ 35,70 pela saca de 60 quilos.
Exportações
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou na segunda-feira dados parciais de embarques de carne suína in natura, referente ao mês de agosto. Em cinco dias úteis, foram exportadas 19.600 toneladas, com média diária de 3.900 toneladas. Em receita, a soma chega a US$ 42.5 milhões.
O cenário é positivo para as exportações neste segundo semestre. A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) aponta que os embarques somam alta de 42,2% nos primeiros meses de 2016, com total de 413.300 toneladas.
“Apesar da queda comparativa em relação ao sétimo mês de 2015, quando tivemos um desempenho fortemente influenciado pelo acúmulo de cargas nos portos como resultado da greve dos fiscais federais e de problemas climáticos, os resultados de julho deste ano atingiram volumes semelhantes ao alcançado em junho, mantendo a média registrada até agora no ano. Este desempenho tem ajudado a reduzir os impactos da crise econômica interna brasileira, que vem influenciando os níveis de consumo de alimentos, de forma geral”, disse Francisco Turra, presidente-executivo da ABPA.
Fonte: Notícias Agrícolas