De 21 a 23 de julho, será realizado em São Paulo, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, o 12º Congresso Paulista de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Conpavepa), simultaneamente à Feira Internacional de Produtos para Pequenos Animais (Fippa), evento voltado para o mercado profissional que substitui a Pet Show. Este ano, o grupo Cipa Fiera Milano e Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa-SP) firmaram parceria para organizar o Conpavepa.
“O mercado pet precisava do retorno do Conpavepa e junto a ele, em sociedade, uma nova feira desenhada pelos profissionais do setor e integrada ao congresso, que irá atender ao mercado”, afirma José Carlos Julianelli, diretor comercial da Fippa.
Além de programação científica, que ocorrerá em sete salas simultâneas, a primeira edição da Fippa reunirá 110 empresas expositoras do segmento pet, que apresentarão lançamentos e tecnologias em produtos e serviços, voltados para alimentação, saúde animal, higiene, acessórios, serviços e equipamentos.
Dentre as novidades para o cuidado e higiene dos animais, estão produtos para banho com formulações naturais e orgânicas, e o lançamento do BB Cream e itens especiais para hidratação do pelo com óleos essenciais, como o marroquino. Já no segmento de acessórios, as novidades incluem o conforto do animal, como as casinhas com sistema de ventilação, e comedouros com design diferenciado que fazem com que os cães se alimentem mais devagar, evitando problemas gástricos, e os comedouros antiformiga.
Na área de saúde as tecnologias têm como foco agilidade e praticidade no atendimento do animal, como a caneta criogênica, para o tratamento de verrugas e cistos sem a necessidade de anestesia, e os quick tests, que permitem o diagnóstico de diversas patologias em tempo recorde. Completam as novidades o enxaguante bucal e as rações especiais para hipersensibilidade e intolerância alimentar.
PET, UM SETOR EM EVOLUÇÃO
O mercado de animais de estimação brasileiro está em expansão, com crescimento anual de 7% a 8% no faturamento, com expectativa de movimentar R$ 16,47 bilhões, em 2014, ante R$ 15,2 bilhões, no ano passado, uma evolução de 8,2%, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). “Isso representa 0,34% do PIB e supera a linha branca (geladeiras, fogões), que é um mercado significativo”, compara José Edson Galvão de França, presidente da entidade. “Se incluíssemos o comércio de animais (mais R$ 3,5 milhões), em 2013, esse número chegaria a R$ 18,7 bilhões e, se considerarmos esse mesmo valor do ano passado, podemos ultrapassar R$ 20 bilhões este ano.”
O executivo acrescenta que a receita abrange os segmentos de alimentação (65,7%), comércio e serviços (creches, banho e tosa: 19%), equipamentos, acessórios e produtos para higiene (8,1%) e medicamentos veterinários (7,2%).
Em 2013, as exportações brasileiras do setor cresceram 22,3% em relação ao ano anterior e movimentou US$ FOB 231,9 milhões. Para 2014, a Abinpet estima em as vendas externas em US$ FOB 283,5 milhões.
O Brasil ocupa o segundo lugar do ranking mundial do setor em faturamento, atrás Unidos (30,9%) e à frente do Reino Unido (7%), França (5,8%) e Alemanha (5,7%). França informa que o mercado global está projetado em US$ 98,4 bilhões 2014. O mercado brasileiro é também o segundo maior em produção de alimentos pet, com previsão de 2,5 milhões de tonelada para este ano.
Com um total de 106,2 milhões de animais de estimação, o país é também o segundo do mundo quantidade de cães e gatos (37,1 milhões e 21,3 milhões, respectivamente). O segmento pet brasileiro também inclui 26,5 milhões de peixes ornamentais, 19,1 milhões de aves ornamentais e 2,17 milhões de outros animais (pequenos répteis e pequenos mamíferos).
“O resultado positivo do ano passado e as projeções positivas para 2014 reforçam a necessidade da redução dos tributos que a entidade defende”, comenta o presidente, acrescentando que os impostos equivalem a 49,98% do faturamento do setor, muito acima da Alemanha (18,50%), e dos Estados Unidos (7%). Portanto, o principal gargalo, hoje, é a carga tributária.
“Um quilo de ração hoje carrega quase 50% de impostos”, diz o presidente da Abinpet, lembrando que a alimentação corresponde a 50% do faturamento das lojas é com ração. “Embora o consumo atual de ração esteja na faixa de 2,5 milhões de toneladas, o potencial está projetado em 4,8 a 5 milhões de toneladas, mas, para isso acontecer, a carga tributária tem que cair”, diz França. “Enquanto no Brasil, considera-se cachorro e o gato como supérfluos, o mundo não pensa dessa forma, pois vê o pet como concorrente em alimentação com outros segmentos.”
Apesar dos problemas, o presidente da Abinpet afirma que o brasileiro, de alguma forma, está valorizando os benefícios da relação do homem com os animais de estimação, seja no aumento da autoestima, na redução de estresse e do sintomas de algumas doenças, além da importância nas terapias assistidas por animais (em hospitais), segundo pesquisas.
O segmento pet gera mais de 1,6 milhão de empregos no País e, segundo a Abinpet, conta com eventos em vários Estados. Em São Paulo, por exemplo, há eventos na capital, no interior. Em consumo, São Paulo é o líder, com 33%, seguido do Rio de Janeiro, com 26%.
Por equipe SNA/SP