Por Mauro Zafalon
As indústrias brasileiras de moagem de soja conseguiram comprar apenas 1.69 milhão de toneladas do produto em janeiro, o menor volume para o mês em nove anos. Com isso, o processamento foi de apenas 2.17 milhões de toneladas no período, o menor em sete anos.
Os dados são da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), e representam 85% do que ocorreu no mercado. Empresas que detêm próximo de 15% das atividades do setor não deram informações.
Daniel Furlan Amaral, economista da entidade, disse que esse baixo volume se deve ao atraso na colheita. As máquinas já estão no campo e a oferta da oleaginosa será maior a partir de agora, tanto para a industrialização como para as exportações.
Apesar de um início de ano a passos lentos, o setor de soja vai conquistar um feito inédito neste ano. Preços altos e safra maior vão gerar ao país um volume recorde de US$ 45 bilhões em divisas com exportações.
Só as vendas de 84 milhões de toneladas de soja em grãos vão trazer US$ 37 bilhões. Farelo e óleo completam as receitas com as vendas externas.
A tonelada da soja, que estava em US$ 325,00 em fevereiro do ano passado, foi comercializada a US$ 503,00 no mês passado na Bolsa de Chicago.
O consumo de óleo de soja deste ano atingirá 9.2 milhões de toneladas. Deste volume, 5.7 milhões de toneladas serão destinados à mistura de biodiesel ao diesel que, neste mês, subiu para 13%.
“A mistura é uma conquista para o País. Garante uma política de segurança energética, sem comprometer o sistema alimentar”, disse o economista da Abiove.
Fonte: Folha de S. Paulo