Segundo apurou a pesquisa diária do CEPEA, os preços da soja no mercado físico brasileiro fecharam ontem (10/01) caindo 0,95% nos portos, derrubando a cotação para R$ 75,99/saca e aumentando as perdas de janeiro para 5,21%. O mesmo levantamento registrou queda de 1,22% nos preços do interior do país, que caíram para R$ 71,05/saca, aumentando as perdas de janeiro para 4,12%.
“No mercado interno, os baixos preços do farelo e do óleo, que não remuneram satisfatoriamente as indústrias esmagadoras, as impedem de apresentar aos agricultores preços melhores. Com isto, os mercados ficam praticamente paralisados”, disse o analista da T&F Consultoria Agroeconômica Luiz Fernando Pacheco.
Segundo o especialista, o mercado está “calmo, somente com especulações dos vendedores”. “Os produtores continuam pedindo preços melhores para soja precoce que vai ser colhida em fevereiro. Geralmente nessa época do ano o preço tinha uma diferenciação positiva nos preços, as empresas conseguiam melhorar o frete e pagar um preço melhor do produtor, porém, nesse ano, com a tabela do frete travada e não tendo essa diferença sazonal o preço não anima os produtores, trancando o mercado. Este fator veio se somar à forte queda de 1,86% nas cotações de Chicago, que superaram a alta de 0,58% do dólar nesta quinta-feira”, disse Pacheco.
A T&F destaca ainda o 4º Levantamento da Safra Brasileira de Grãos, divulgado pela Conab, que registrou redução de 1.27 milhão de toneladas na produção de soja brasileira da safra 2018/19, estimando em 118.8 milhões de toneladas. Esta estimativa está praticamente 2 milhões de toneladas acima da média das estimativas das consultorias divulgadas durante a semana (FCStone 116.26 milhões de toneladas e AgRural 116.9 milhões de toneladas) e cerca de 8 milhões de toneladas acima da estimativa da Aprosoja, representante dos agricultores, que é de 110 milhões de toneladas.
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