A produção brasileira de soja em 2015/16 deverá totalizar 99.847 milhões de toneladas, com aumento de 4,3% sobre a safra da temporada anterior, que ficou em 95.711 milhões de toneladas. A previsão é de Safras & Mercado.
Na comparação com o relatório anterior, no entanto, houve um corte de 561.000 toneladas, ou 0,56%. Em dezembro, a estimativa era de 100.408 milhões de toneladas.
Com as lavouras em fase inicial de desenvolvimento, Safras indica um aumento de 3,9% na área, que ficaria em 32.956 milhões de hectares. Em 2014/15, o plantio ocupou 31.636 milhões de hectares. O levantamento indica que a produtividade média deverá passar de 3.025 quilos por hectare para 3.045 quilos.
A presença do El Niño vem trazendo quadros distintos para o desenvolvimento das lavouras dos diversos estados produtores do país. “A safra brasileira não vai atingir todo o potencial estimado devido a algumas perdas já irreversíveis nas regiões Norte e Nordeste e em parte do Mato Grosso, que sofreram com a estiagem no último trimestre de 2015”, disse o analista de Safras & Mercado, Luiz Fernando Roque.
Em contrapartida, estados como Minas Gerais e Goiás devem ter safras cheias, se recuperando das perdas sofridas na safra 2014/15 e compensando parte da queda projetada para outros estados.
Região Sul
No Sul do País, apesar do excesso de chuvas registrado ao longo de novembro e dezembro, a safra se desenvolve bem. A baixa luminosidade que incidiu sobre as lavouras trouxe uma maior atenção dos produtores ao controle de doenças fúngicas, o que acabou elevando os custos devido à maior necessidade de aplicações nas lavouras. “Apesar disso, não foram registrados grandes comprometimentos. As produtividades médias deverão ser elevadas no nos três estados da região”, prevê Roque, ressalvando que o excesso de umidade, a incidência de percevejos e a ferrugem ainda geram incerteza quanto ao tamanho da safra.
Centro-Oeste
No Centro-Oeste, a estiagem que atingiu parte do Mato Grosso nos últimos meses trouxe comprometimento de produtividades ao Médio-Norte e ao Nordeste do estado. Nas demais regiões do estado, as lavouras se desenvolvem de forma satisfatória e sem grandes problemas.
O retorno das chuvas nas últimas semanas começou a amenizar as condições das lavouras e segurar o avanço das perdas no MT, o que deve continuar devido à previsão de manutenção das precipitações sobre a faixa central do país. “As lavouras que foram replantadas ou que foram semeadas mais tardiamente deverão ter grande benefício com o retorno da umidade”, disse.
No Mato Grosso do Sul, o excesso de chuvas trouxe algumas preocupações nos últimos meses, mas não chegou a trazer comprometimentos relevantes às produtividades. As lavouras se desenvolvem bem e a safra deve ser cheia, ou com perdas pontuais. Em Goiás, o clima vem sendo positivo ao longo dos últimos meses, levando as lavouras a terem um bom desenvolvimento. “O estado deve recuperar seu potencial produtivo, após as perdas registradas na safra passada, devendo atingir ótimas produtividades”, disse o analista.
Sudeste
O clima vem sendo benéfico para o desenvolvimento das lavouras. Em Minas Gerais, estado que sofreu com grandes perdas na safra passada, a maior parte das lavouras está em ótimas condições, o que deve resultar na recuperação de grandes produtividades e de uma produção cheia. Em São Paulo, as lavouras também se desenvolvem bem, devendo haver uma colheita sem perdas.
Norte e Nordeste
A falta de chuvas ao longo do último trimestre de 2015 castigou os estados produtores que formam o Matopiba, trazendo dificuldades desde o momento da semeadura. Os trabalhos de plantio atrasaram nestes estados. “Assim como no Mato Grosso, muitos produtores tiveram que replantar parte de suas áreas devido à falta de chuvas”.
A situação é delicada na região, mas o retorno das precipitações e as previsões de manutenção das mesmas para todo o mês de janeiro animaram os produtores. As lavouras que foram semeadas mais tardiamente devido aos atrasos deverão ser beneficiadas. Algumas perdas já são irreversíveis, mas a possibilidade da manutenção de um clima positivo para as próximas semanas traz esperança para frear as perdas e recuperar parte das produtividades potenciais, principalmente na Bahia.
Fonte: Agência Safras