Soja: mercado brasileiro começa 2017 com as atenções voltadas para o dólar, colheita e demanda na América do Sul

O primeiro dia útil de 2017 começa com a CBOT fechada, que retomará as suas operações nesta terça-feira, dia 3 de janeiro. Enquanto isso, no Brasil, os produtores já estão prontos para dar início efetivamente à colheita da safra 2016/17, com a perspectiva de uma produção recorde. Dessa forma, a comercialização da nova safra também deve tomar um ritmo mais intenso nas próximas semanas e a atenção dos sojicultores deve se voltar para o dólar, que deve ser o mais importante fator, ou um dos mais, na formação dos preços da soja brasileira.

Nesta segunda-feira, o dólar fechou em alta de 0,99%, cotada a R$ 3,2818 para a venda. Contudo, segundo os analistas, o pregão de hoje não deve indicar uma tendência clara, uma vez que o as principais praças do mercado internacional estão fechadas.

Além disso, os economistas da Apexsim Inteligência e Mercado alertam ainda para a posse do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no próximo dia 20 de janeiro, o que também pode dar uma nova cara aos negócios. “E o cenário cambial interno, no
entanto, deve se manter inalterado durante o mês de janeiro devido ao recesso parlamentar e judiciário em diversas instâncias”.

Novas Vendas

Assim, para a efetivação de novas vendas, os produtores brasileiros, principalmente aqueles que já comercializaram uma parte maior de sua safra, aguardam por algumas definições, incluindo a confirmação da sua produtividade nesta temporada. Embora o plantio esteja praticamente concluído, as previsões do tempo que indicam um excesso de chuvas em alguns regiões, especialmente em Mato Grosso, inspiram cautela.

Por outro lado, a migração da demanda internacional para a América do Sul deve contribuir para essa melhora no ritmo das vendas. Ainda segundo os analistas da Apex, as vendas americanas menos intensas, apesar de ainda fortes e a preocupação com relação a safra da Argentina pelas condições climáticas também podem criar um ambiente favorável para a soja nacional.

“Apesar da estiagem na Argentina, o mercado se mostra confiante em relação à safra sul-americana a qual deverá ser maior do que o esperado devido ao clima no Brasil”, disse o relatório da consultoria.

Perspectivas para Chicago

O mercado está agora ansioso para a retomada dos negócios na Bolsa de Chicago, principal referência para os preços da soja, e o clima na América do Sul deverá ser um dos componentes mais acompanhados neste momento, que é chave para a temporada 2016/17. No entanto, analistas e consultores esperam por uma semana tranquila, com os traders voltando as poucos às suas operações.

Os preços, portanto, seguem ainda com suporte a US$ 9,80 e a resistência entre US$ 10,35 e US$ 10,55 o bushel. Na última sexta-feira (30), o vencimento janeiro/17, o mais negociado do momento, terminou o ano cotado a US$ 9,96.

“Esta semana, com a volta do volume de negócios, devemos ter movimentos importantes no mercado. Se houver uma manutenção dos preços acima dos U$ 10,00 o bushel ou do suporte, podemos esperar que nos próximos meses os preços não cairão mais”, disse a Apexsim.

A atuação dos fundos também merece atenção, já que os mesmos aumentaram as suas posições dos futuros da oleaginosa, mostrando que aproveitam os atuais patamares de preço para realizar compras, esperando por novas altas, ainda segundo analistas e consultores.

Um levantamento da Bloomberg mostrou que pela primeira vez desde 2010, as commodities apresentaram um movimento de alta importante em 2016. E, para 2017, os ganhos deverão continuar a ocorrer em diversos mercados, segundo a os fundos. E parte dessa perspectiva vem das expectativas de uma retomada do crescimento econômico mundial neste ano.

Os fundos aumentaram as suas posições compradas, principalmente, em algodão, gado, petróleo e farelo de soja. Na contramão, porém, não se mostraram tão otimistas para o milho, cacau e trigo.

“Já começamos a ver a China estimulando sua economia, com uma política monetária que visa reforçar a demanda e o crescimento. Além disso, há também uma melhora da atividade econômica nos Estados Unidos, sugerindo as possibilidades de que os preços das commodities deverão continuar subindo”, disse o estrategista de mercado da Prudential Financial, Quincy Krosby, ainda segundo a Bloomberg.

 

Fonte: Notícias Agrícolas

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