Soja: Imea reduz a estimativa de produtividade e produção da safra 2020/21 em Mato Grosso

O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) reduziu a sua estimativa de produtividade de soja em Mato Grosso em 0,61/saca por hectare, para 57,41 sacas por hectare, 1,06% abaixo da projeção de novembro e 2,84% inferior ao rendimento médio obtido na safra 2019/20.

Com isso, a produção esperada para a temporada atual também foi cortada, de 35.868 milhões de toneladas projetadas em novembro, para 35.489 milhões de toneladas agora, 1,06% a menos na comparação mensal, mas ainda 0,24% acima da produção da safra passada, segundo estimativa de safra mensal divulgada pelo Imea.

Como ainda não foi finalizada a semeadura no estado (faltam 0,35% das áreas), a estimativa de área cultivada, de acordo com o instituto, continua em 10,302 milhões de hectares.

Segundo o Imea, os “baixos e irregulares” volumes de chuvas das últimas semanas têm prejudicado o desenvolvimento da soja em várias regiões do Mato Grosso, resultando em perda do potencial produtivo em algumas lavouras.

O instituto considera que esse quadro ainda pode ser revertido, caso as chuvas se “normalizem nos próximos dias”, mas ainda assim prevê perda de rendimento.

“Levando em conta, entre outros fatores, o maior cultivo de materiais (sementes) superprecoces neste ano, as falhas de “stand” de plantas em vários locais e a situação atual de lavouras que já iniciaram o florescimento, espera-se uma redução na produtividade da soja no estado”, indicou o Imea.

O instituto destacou também que a necessidade de replantio no estado preocupa os produtores, e estimou que 2,51% das lavouras de soja do estado precisarão ser replantadas, em virtude do déficit hídrico.

No oeste de Mato Grosso, onde se cultiva muito algodão segunda safra, a expectativa é de que 5,75% das áreas serão semeadas novamente.

No noroeste, sudeste, centro-sul e parte do médio norte do estado também houve problemas provocados por estresse hídrico, enquanto nas regiões norte e principalmente nordeste não foi observado tanto impacto da falta de chuvas e haverá menor replantio da oleaginosa.

Com o replantio, produtores provavelmente terão de arcar com aumento dos custos de produção com sementes, combustível, mão de obra e outras despesas, “sem contar as possíveis perdas na segunda safra”, informou o Imea em boletim semanal, à parte.

Milho

A relação de troca entre milho e insumos, especialmente fertilizantes, mais favorável aos produtores rurais, vem estimulando a realização de “barter” no estado, segundo o instituto. “A garantia dos insumos para a temporada 2020/21 já alcançou 93% no último mês, 11% à frente do observado na safra passada”.

Além disso, a comercialização antecipada de insumos para a safra 2021/22 do cereal já alcançou 7% do total estimado para a temporada, em virtude principalmente da atratividade da relação de troca entre o preço médio do milho e o fertilizante “20-00-20”.

Hoje, para o Imea, essa relação é de 43,83 sacas de cereal por tonelada de adubo, abaixo do mês anterior, estimada em 49,47 sacas/tonelada.

“Com a atual conjuntura de oferta e demanda aquecida em Mato Grosso, é percebido um momento oportuno para os produtores que procuram adquirir os insumos, a fim de travar os custos para a safra 2021/22 com menor uso de sacas para cada tonelada do fertilizante”, informou o Imea em seu boletim.

 

Broadcast Agro

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