Soja fecha novamente em queda na CBOT com novo capítulo da guerra comercial China x EUA

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em baixa pela terceira sessão consecutiva, com os principais vencimentos registrando quedas de 16,25 centavos. O novembro/18 fechou cotado a US$ 8,54 e o janeiro/19 a US$ 8,67 o bushel.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em forte baixa pela quinta sessão consecutiva, com o dezembro/18 registrando na mínima do dia a sua menor cotação desde 14/09/2017. Os principais vencimentos registraram quedas de US$ 6,70 a US$ 7,40. O setembro/18 fechou cotado a US$ 313,70 e o dezembro/18 a US$ 316,50 a tonelada curta.

A pressão sobre os preços da soja continuou no pregão desta quinta-feira (23/8) na Bolsa de Chicago. O mercado reflete as boas perspectivas para a nova safra dos Estados Unidos, bem como o andamento da guerra comercial entre chineses e americanos, que se intensificou hoje.

Nesta quinta-feira, passaram a valer novas tarifas americanas de US$ 16 bilhões em produtos chineses e as atenções, mais uma vez, se voltam aos desdobramentos dessa disputa.

“A China se opõe firmemente a isso, e continuará a adotar contramedidas necessárias”, disse o ministério em comunicado, acrescentando que Pequim entrará com uma reclamação junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), segundo informou a Reuters.

“Tensões na guerra comercial “EUA contra o mundo” afastam a possibilidade de um acordo com a China tão cedo e o mercado recua com reportes do crop tour da ProFramer confirmando produtividade excelente no centro-oeste americano”, disse o diretor da Cerealpar, Steve Cachia.

O USDA divulgou que foram vendidas na semana encerrada em 16 de agosto, 152.686 toneladas da safra 2017/18 e 1.149 milhão de toneladas da safra 2018/19, praticamente o dobro do esperado pelo mercado, sendo esse o maior volume de vendas até o momento. O México foi o principal comprador com 403.100 toneladas. Destinos não conhecidos compraram 360.000 toneladas.

As vendas de farelo totalizaram 321.835 toneladas (212.534 toneladas da safra 2018/19) e as de óleo, 6.315 toneladas.

O IGC estimou os estoques finais de soja de 2018/19 em 51 milhões de toneladas, um aumento de 7 milhões de toneladas em função do crescimento esperado da produção mundial.

Mercado nacional

E mais uma vez, a alta do dólar de 1,65% foi neutralizada pelas quedas de mais de 1,5% na Bolsa de Chicago, mantendo as cotações estáveis no mercado brasileiro. As oscilações foram bem pontuais no interior do país, como a alta de 3,6% para R$ 72,00 da saca no Oeste da Bahia.

Nos portos, as cotações não apresentaram mudanças. Em Rio Grande, a saca da soja no mercado disponível foi cotada a R$ 92,00 e em Paranaguá a R$ 91,00. A saca para embarque em setembro/18 no porto gaúcho manteve os R$ 92,50. Já o mercado futuro da safra nova no terminal paranaense, a saca para embarque em fevereiro/19 foi cotada a R$ 86,00.

Milho: com disparada do dólar, preço no mercado futuro sobe 6% no Porto de Paranaguá e bate R$ 44,00

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em baixa pela quinta sessão consecutiva, com os principais vencimentos registrando quedas de 5,75 centavos. O setembro/18 fechou cotado a US$ 3,46 ¾ e o dezembro/18 a US$ 3,61 o bushel.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em baixa pela quarta sessão consecutiva, com os principais vencimentos registrando quedas de 3,50 a 4 centavos. O setembro/18 fechou cotado a US$ 5,22 e o dezembro/18 a US$ 5,41 ¾ o bushel.

A Reuters destacou que, o crop tour Pro Farmer indicou rendimentos acima da média para o milho em Illinois. A turnê também estimou rendimentos acima da média para Nebraska, Dakota do Sul, Indiana e Ohio. No entanto, os participantes do tour disseram que as perspectivas de colheita no oeste de Iowa não estão definidas após o clima volátil do verão.

O USDA divulgou que na semana encerrada no dia 16, foram vendidas 173.360 toneladas de milho da safra 2017/2018. Esse volume é menor do que o da semana anterior, mas é 69,38% maior do que o volume da mesma semana no ano anterior. As vendas da safra 2018/19 totalizaram 1.055 milhões de toneladas, o maior volume de vendas semanais até o momento, superando as expectativas do mercado que variavam entre 700.000 a 1.5 milhão de toneladas. Os principais compradores foram destinos não conhecidos (403.700 toneladas) e México (280.200 toneladas). As vendas de trigo totalizaram 239.842 toneladas.

Nesta quinta-feira, o IGC (Conselho Internacional de Grãos, na sigla em inglês) aumentou em 12 milhões de toneladas a projeção para a safra mundial de milho, para 1.064 bilhão de toneladas e os estoques finais em 7 milhões de toneladas para 256 milhões de toneladas. A estimativa é referente à safra 2018/19.

No leilão das reservas chinesas de milho realizado hoje, foram vendidas 2.095 milhões de toneladas, que representam 52,61% da quantidade oferecida.

Mercado interno

A forte alta do dólar impulsionou o preço do milho no Porto de Paranaguá nesta quinta-feira (23/8). A saca no mercado futuro, para entrega em setembro/18, subiu 6,02%, sendo cotada a R$ 44,00.

A moeda norte-americana fechou em alta de 1,65%, cotada a R$ 4,1230 para venda.

Ainda no mercado doméstico, em Sorriso (MT), a saca subiu 11,11% e foi cotada a R$ 25,00. Em Rio do Sul (SC), a alta foi de 5,41%, com a saca cotada a R$ 39,00.  Em Ponta Grossa (PR), a saca subiu 2,70% e foi cotada a R$ 38,00.

Em Campinas (SP), a alta foi de 1,15%, com a saca cotada a R$ 44,10. Por outro lado, em Castro (PR), o recuo foi de 5,00%, com a saca cotada a R$ 38,00.

“Os negócios seguem lentos no mercado interno. Nos portos, temos compradores, mas não há vendedores. O mercado ainda aguarda essa questão dos fretes, na próxima semana quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, deve tomar alguma decisão”, disse Vlamir Brandalizze.

Os produtores seguem segurando as vendas no mercado doméstico, o que ainda segundo os especialistas, ainda dá suporte aos preços. Em contrapartida, as indústrias estão comprando da mão para boca.

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