Soja fecha novamente em baixa em sessão volátil

Nas últimas cinco sessões o janeiro/24 acumula uma queda de 0,78% e o março de 0,61% – Imagem de SooYeongBeh por Pixabay

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em baixa pela terceira sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram quedas de 0,50 a 1 centavo, com o janeiro/24 cotado a US$ 13,29¾ (- 0,08%) e o março/24 cotado a US$ 13,48¼ (- 0,04%) o bushel. Na mínima do dia (US$ 13,23½) o janeiro registrou a menor cotação desde 2 de novembro. Nas últimas cinco sessões o janeiro/24 acumula uma queda de 0,78% e o março de 0,61%.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam alta, após três sessões consecutivas de baixa. Os principais vencimentos registraram ganhos de US$ 1,10 a US$ 2,50, com o janeiro cotado a US$ 436,60 (+ 0,58%) e o março/24 cotado a US$ 422,60 (- 0,26%) a tonelada curta. Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma alta de 0,02% e o janeiro/24 uma queda de 0,28%.

O óleo de soja fechou em alta, após duas sessões consecutivas de baixa, com o janeiro/24 registrando um ganho de 1,53%. Na mínima do dia (50,09) o janeiro registrou a menor cotação desde 13 de novembro. Nas últimas cinco sessões o janeiro/24 acumula uma queda de 0,29%.

O mercado segue volátil, mantendo o seu foco nas condições climáticas na América do Sul e vai recebendo as informações de elas que começam a melhorar, em especial na região Central do Brasil. “Há reportes de precipitações na parte Central do Brasil nas últimas 48 horas. As temperaturas devem voltar a subir e as chuvas devem, novamente, se concentrar mais no Sul nos próximos sete dias”, informou a equipe da Agrinvest Commodities.

Estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás receberam algumas precipitações. Além disso, o plantio da soja na Argentina que foi iniciado, avançou bem na semana e também ganhou mais espaço no radar do mercado.
“Neste momento o mercado olha para a situação das lavouras no Brasil. Tivemos chuvas em áreas produtoras no último fim de semana, mas elas devem recuperar somente o que ainda não foi plantado. Os traders ainda tentam dimensionar a quebra na safra, pois estamos longe do nosso potencial máximo de produção”, disse Matheus Pereira, Diretor da Pátria Agronegócios.

Nas estimativas da consultoria, o País saiu de uma expectativa inicial de colheita de 168 milhões de toneladas na safra 2023/24 para 155.8 milhões de toneladas, segundo os números mais recentes da empresa.
Pereira chama a atenção ainda para os números da safra na América do Sul. Se inicialmente havia uma expectativa favorável com os dados de produção, principalmente na Argentina, agora há uma cautela.

“O Brasil é o epicentro dos problemas com a safra de soja na América do Sul, mas algumas áreas do Centro-Norte da Argentina estão com condições de seca. Havia um consenso de que a região dos países sul-americanos poderia produzir 200 milhões de toneladas, mas os problemas climáticos estão reduzindo cada vez mais essa estimativa”, indicou o Diretor da Pátria.

USDA – Exportações EUA

O USDA divulgou o seu boletim semanal de embarques de grãos com volumes abaixo do esperado para o milho, porém, dentro das expectativas para a soja e o trigo.

Na semana encerrada em 23 de novembro, foram exportadas 1.443.385 toneladas da soja, enquanto as expectativas do mercado variavam entre 1 milhão e 1.9 milhão de toneladas. Com esse volume, o total já exportado no ano comercial totaliza 17.452.703 de toneladas, 11% menor do que no mesmo período do ano comercial anterior.

De milho, na semana passada, os embarques totalizaram 406.680 toneladas, contra expectativas do mercado que variavam entre 450.000 e 750.000 toneladas. Em todo o ano comercial, as exportações americanas de milho totalizam 7.267.785 toneladas, volume que é 25% maior do que há um ano, neste mesmo período.

Os EUA embarcaram também 276.585 toneladas de trigo, enquanto as expectativas do mercado variavam entre 200.000 e 500.000 toneladas. Com esse total, o volume exportado no ano comercial pelos EUA totaliza 8.124.467 toneladas, 23% menos do que há um ano.

Óleo de Palma – Malásia

As exportações de óleo de palma totalizaram 1.154.778 toneladas de 1º a 25 de novembro, segundo estimativa da empresa de inspeção de cargas AmSpec Agri Malaysia. O volume representa um aumento de 7,20% em relação ao mesmo período no mês anterior.

Plantio Brasil

AgRural – O plantio da safra 2023/24 atingiu 74% da área estimadas no Brasil até quinta-feira (23), contra 68% na semana anterior e 87% no mesmo período do ano passado, segundo levantamento da AgRural.
Com o avanço da semana limitado pela lentidão no Rio Grande do Sul, onde a umidade dificulta a entrada das máquinas em campo, o plantio brasileiro agora é o mais lento para esta época do ano desde a safra 2015/16.

Além do pequeno avanço no plantio gaúcho, a semana passada foi marcada pela melhora das chuvas em áreas secas do Centro-Norte do Brasil, inclusive em importantes regiões produtoras de Mato Grosso. Mais volumes e uma melhor distribuição das precipitações, porém, são necessários no curto prazo para permitir a continuidade do plantio e limitar as perdas de produtividade.

Safras & Mercado

Os produtores de soja brasileiros já plantaram 75,10% da área destinada a oleaginosa, estimada em 45 milhões de hectares nesta safra 2023/24. Assim, 33.7 milhões de hectares foram plantados com a oleaginosa.
Os números são do levantamento da consultoria Safras & Mercado, computados até à última sexta-feira (24). No mesmo período do ano passado, o plantio atingia 87,30% da área. A média para os últimos cinco anos é de 87%.
O excesso de chuva no Sul do País e a falta de umidade no Centro-Oeste, as duas regiões que mais produzem soja no País, explicam o atraso. Contudo, a situação deve mudar no começo de dezembro.

Evolução do plantio dos 12 estados que mais produzem a oleaginosa no Brasil:

• Rio Grande do Sul: 26%
• Paraná: 96%
• Mato Grosso: 99%
• Mato Grosso do Sul: 98%
• Goiás: 78%
• São Paulo: 72%
• Minas Gerais: 70%
• Bahia: 65%
• Santa Catarina: 60%
• Maranhão: 45%
• Piauí: 41%
• Tocantins: 52%
• Outros: 48%

Entre os dias 17 e 24 de novembro, o estado que registrou o maior avanço no plantio da soja foi a Bahia, indo de 45% para 65% da área.

Quanto à produção total do País, a Safras & Mercado estima 161.3 milhões de toneladas e a produtividade média em 3.555 quilos por hectare (59,2 sacas).

Mercado Interno

As chuvas ocorridas no Centro-Oeste e Sudeste trouxeram um alívio para os sojicultores dessas regiões nos últimos dias. Segundo pesquisadores do CEPEA, o plantio da safra 2023/24, que vinha avançando pouco por conta da falta de umidade e das altas temperaturas, passou a ganhar mais ritmo. Já na região Sul, o excesso de chuvas continua impedindo o avanço do plantio. De um modo geral, as atividades de campo estão atrasadas em relação a anos anteriores. Em relação aos preços da soja em grão, a alta dos derivados (óleo e farelo) e a cautela dos produtores em negociar o remanescente da safra 2022/23 continuam sustentando as cotações no mercado doméstico.

Milho fecha em baixa pressionado pelo trigo e registrando novas mínimas contratuais

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em baixa pela terceira sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram quedas de 7,25 a 7,75 centavos, com o dezembro cotado a US$ 4,55½ (- 1,67%) e o março/24 a US$ 4,75¼ (- 1,50%) o bushel. O dezembro registrou nova mínima contratual a US$ 4,53¾. Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma queda de 2,46% e o março/24 de 2,06%.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam novamente em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 14,50 a 16,25 centavos, com o dezembro cotado a US$ 5,34¼ (- 2,64%) e o março/24 a US$ 5,61 (- 2,82%) o bushel. O dezembro registrou nova mínima contratual a US$ 5,27½. Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma queda de 3% e o março/24 de 2,56%.

Plantio Brasil

O plantio da safra de verão 2023/24 do milho atingiu na quinta-feira (23) a 83% da área estimada para o Centro-Sul do Brasil, contra 80% uma semana antes e 88% no mesmo período do ano passado, segundo dados da AgRural.
Com o plantio encerrado no Rio Grande do Sul e no Paraná, e muito próxima do final em Santa Catarina, o foco dos produtores do Sul agora está nas dificuldades que o excesso de chuva e a falta de luminosidade impõem ao manejo e ao ritmo de desenvolvimento das lavouras. Nos demais estados, que enfrentam falta de umidade, o plantio só não está atrasado em São Paulo.

Mercado Interno

As negociações envolvendo milho seguem lentas no mercado brasileiro. Segundo pesquisadores do CEPEA, apesar da demanda interna mais aquecida, vendedores estão focados nas atividades de campo, limitando o volume do cereal ofertado no mercado spot. Além disso, entre os produtores ativos, se observa desacordo com compradores quanto aos preços, o que contribuí para a baixa liquidez. De um modo geral, as cotações vêm se mantendo firmes, com o Indicador ESALQ/BM&FBovespa, para região de Campinas (SP), acima de R$ 61,00/saca de 60 kg. No campo, apesar do retorno das chuvas em regiões produtoras do Centro-Oeste, muitos agricultores estão preocupados com o atraso do plantio da soja, que pode resultar em cultivo do milho fora da janela considerada ideal.

Por Equipe SNA
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp