Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em baixa pela quinta sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram quedas de 10 a 11 centavos, com o janeiro/24 cotado a US$ 12,95½ (- 0,77%) e o março/24 cotado a US$ 13,15½ (- 0,83%) o bushel. O janeiro na mínima do dia (US$ 12,93¾) registrou a menor cotação desde 13 de outubro. Nas últimas cinco sessões o janeiro/24 acumula uma queda de 3,82% e o março de 3,66%.
Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de US$ 9,30 a US$ 12,60, com o janeiro cotado a US$ 408,50 (- 2,23%) e o março/24 cotado a US$ 398,00 (- 1,49%) a tonelada curta. O março/24 na mínima do dia (US$ 396,50), registrou a menor cotação desde 23 de outubro. Nas últimas cinco sessões o janeiro/24 acumula uma queda de 4,33% e o março/24 uma queda de 4,53%.
O óleo de soja fechou em baixa pela sexta sessão consecutiva, com o janeiro/24 registrando uma queda de 1,83%. O janeiro na mínima do dia (49,02) registrou a menor cotação desde 8 de novembro. Nas últimas cinco sessões o janeiro/24 acumula uma queda de 6,27%.
A volatilidade do mercado segue ainda muito alta na Bolsa de Chicago levando a soja a cair novamente no início da tarde desta terça-feira (6), com o janeiro voltando a romper os US$ 13,00. O farelo registrou uma queda de mais de 2%, enquanto o óleo caiu mais de 1,80%.
Além da pressão que vem das quedas dos derivados, o mercado ainda continua sentindo a influenciado pelas expectativas um pouco melhores da safra 2023/24 da América do Sul. O plantio está sendo finalizado no Brasil, as condições climáticas permanecem muito irregulares, o que dificulta a estimativa da oferta, ao passo em que na Argentina os trabalhos de campo acontecem em um ritmo importante, garantindo pelo menos um bom início de temporada.
Luiz Gutierrez, analista da Safras & Mercado, disse que a soja caiu nos últimos dias em Chicago devido à melhora no quadro climático na América do Sul. Segundo ele, a chuva voltou ao Norte do Brasil, enquanto diminuiu um pouco no Sul.
Além da safra brasileira, o mercado também começa a precificar o provável aumento significativo na produção da Argentina, após uma safra de grandes perdas.
A Safras & Mercado estima que a safra de soja 2022/23 da Argentina ficou entre 20 e 21 milhões de toneladas, enquanto que a de 2023/24, deve retomar aos níveis normais, entre 48 e 50 milhões de toneladas.
“Isso é importante porque, o Brasil tendo problemas, a safra cheia da Argentina fará com que a América do Sul tenha uma oferta maior do que em 2023”, disse Gutierrez.
Por isso, com alguns modelos indicando chuvas melhores para os próximos dias, mesmo que pontualmente, e as perspectivas de uma colheita pelo menos regular dos produtores argentinos, a pressão sobre os preços é inevitável, segundo analistas e consultores de mercado.
O mercado também monitora a demanda, que permanece presente, mas trazendo alguns sinais importantes. Nesta quarta-feira, o USDA anunciou uma venda de soja para a China, no mesmo dia em que os contratos futuros dos suínos registraram as suas mínimas na Bolsa de Dalian.
Contudo, a soja caiu, na medida em que o petróleo deu sequência ao seu movimento de queda, minando as perspectivas para o biodiesel, produzido a partir de óleos vegetais. O vencimento fevereiro do Brent caiu abaixo dos US$ 75,00 pela primeira vez desde julho, prejudicado por dados que mostraram um aumento maior do que o esperado nos estoques de gasolina dos EUA na semana passada, de 5.4 milhões de barris. A produção de etanol dos EUA na semana passada aumentou 65.000 barris/dia para 1.076 milhão de barris/dia, o maior volume desde julho.
USDA – Vendas
Exportadores reportaram ao USDA a venda de 136.000 toneladas de soja do ano comercial 2023/24 para a China.
Exportações Brasil
A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) estima um aumento das exportações de soja e farelo em dezembro, em relação ao mesmo mês de 2022. A entidade também reduziu suas estimativas para os embarques de soja e farelo no último mês.
As exportações de soja totalizaram 4.6 milhões de toneladas em novembro, segundo a ANEC, que atualiza as suas estimativas semanalmente com base na programação dos navios nos portos. O volume representa uma queda de 4,20% em relação ao total estimado na semana passada. No comparativo anual, as exportações aumentaram 142% em novembro.
Para dezembro, a ANEC estima embarques de 3.58 milhões de toneladas, 136% a mais do que o que foi exportado no mesmo mês de 2022.
Para o farelo de soja, a ANEC estima que 1.95 milhões de toneladas sejam exportadas em novembro, uma queda de 9,30% em relação ao volume divulgado sete dias antes. Ainda assim, os embarques teriam aumentado 44% em comparação com o total exportado no mesmo mês do ano anterior.
Em dezembro, as exportações do farelo de soja devem totalizar 2.04 milhões de toneladas, aumento anual de 51%.
Milho fechou em baixa em movimento de realização de lucros
Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em baixa, após cinco sessões consecutivas de alta. Os principais vencimentos registraram quedas de 6,25 centavos, com o março/24 cotado a US$ 4,84¼ (- 1,27%) e o maio/24 a US$ 4,95¾ (- 1,25%) o bushel. O março na máxima do dia (US$ 4,93¾) registrou a maior cotação desde 16 de novembro. Nas últimas cinco sessões o março/24 acumula uma alta de 1,79% e o maio/24 de 1,48%.
Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em baixa, exceto o março que fechou em alta de 2,25 centavos, após seis sessões consecutivas de alta. Os principais vencimentos registraram quedas de 0,25 a 3 centavos, com o março/24 cotado a US$ 6,33½ (+ 0,36%) e o maio/24 a US$ 6,43¾ (- 0,04%) o bushel. O março na máxima do dia (US$ 6,49½) registrou a maior cotação desde 28 de agosto. Nas últimas cinco sessões o março/24 acumula uma alta de 8,15% e o maio/24 de 7,16%.
Segundo Luiz Gutierrez, da Safras & Mercado, o mercado está um pouco menos “nervosos” em relação ao atraso do plantio da soja no Brasil, que impactaria na janela de plantio da segunda safra de milho.
“Ainda existe janela para se plantar a área que estimamos, e a melhora no clima também se estende para perspectiva à frente”, disse o analista.
Assim, provavelmente o produtor que desistir de plantar milho o fará por conta do preço, não por problemas no calendário de plantio. “As margens estão muito apertadas”, disse.
Assim como na soja, uma recuperação na produção da Argentina também pressiona as cotações. A Safras & Mercado estima uma colheita de 55 milhões de toneladas no ano que vem, quase 20 milhões de toneladas a mais do que o volume colhido este ano.
Pelo terceiro dia seguido, o USDA reportou vendas de trigo para a China. Foram 372.000 toneladas hoje, 192.000 toneladas ontem e 638.000 toneladas na segunda-feira, totalizando 1.010.000 toneladas.
USDA – Vendas
Exportadores reportaram ao USDA a venda de 372.000 toneladas de trigo vermelho de inverno soft do ano comercial 2023/24 para a China.
Ucrânia
As exportações de grãos da Ucrânia caíram para cerca de 13.7 milhões de toneladas até o momento na temporada de comercialização de julho a junho de 2023/24, mostraram dados divulgados pelo Ministério da Agricultura ucraniano nesta quarta-feira.
O Ministério informou que até 9 de dezembro do ano passado, a Ucrânia havia exportado quase 19 milhões de toneladas de grãos.
A Ucrânia exportou 3.86 milhões de toneladas de grãos em novembro, incluindo 1.3 milhão de toneladas de trigo e 2.4 milhões de toneladas de milho, mostraram os dados.
O UGA informou que as exportações ucranianas combinadas de grãos e sementes oleaginosas aumentaram para 4.5 milhões de toneladas em novembro de 3.5 milhões de toneladas em outubro, em grande parte porque o país tem aumentado ativamente seus embarques por meio de uma rota de transporte alternativa.
O volume exportado nesta temporada inclui 6.1 milhões de toneladas de trigo, 6.6 milhões de toneladas de milho e 889.000 toneladas de cevada.
Na temporada anterior até 9 de dezembro, a Ucrânia havia exportado 7.2 milhões de toneladas de trigo, 10.2 milhões de toneladas de milho e 1.5 milhão de toneladas de cevada.
O Ministério informou que as tradings exportaram 626.000 toneladas de grãos até agora em dezembro, em comparação com 1.1 milhão de toneladas até 9 de dezembro de 2022.
Tradicionalmente, a Ucrânia envia a maior parte de suas exportações por meio de seus portos de águas profundas do Mar Negro.
O governo da Ucrânia estima uma colheita de 79 milhões de toneladas de grãos e sementes oleaginosas em 2023, com seu excedente exportável para 2023/24 totalizando cerca de 50 milhões de toneladas.
Trigo – Rússia
A consultoria agrícola SovEcon estimou as exportações de trigo da Rússia de novembro em 3.4 milhões de toneladas, 20,90% abaixo do volume de 4.3 milhões de toneladas exportado em novembro do ano anterior e abaixo da média histórica de 3.5 milhões de toneladas. A queda representa o menor volume desde o início da temporada, e ocorre com a desaceleração dos embarques em virtude das condições climáticas adversas no Mar Negro. As exportações semanais de trigo totalizaram 400.000 toneladas, também o menor volume da temporada.
A SovEcon informou em nota que as atividades dos exportadores na semana passada diminuíram significativamente por causa das condições climáticas adversas no Mar Negro. “O carregamento de navios era impossível, com ondas atingindo até 8 metros”, escreveu Andrey Sizov, CEO da consultoria. Apesar disso, ele informou que no fim de semana as condições melhoraram em Novorossiysk, principal porto de exportação da Rússia. “Na semana atual, os meteorologistas preveem condições marítimas amenas”, indicou.
Exportações Brasil
A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) estima uma queda das exportações do milho e trigo em dezembro, em relação ao mesmo mês de 2022. A entidade também reduziu as suas estimativas para os embarques de milho no último mês.
As exportações de milho totalizaram 6.98 milhões de toneladas em novembro, 5% abaixo do que a ANEC previa na semana anterior e 27,60% a mais que o total embarcado em novembro de 2022.
Para este mês, os embarques estão estimados em 6.86 milhões de toneladas, quase 6% abaixo do volume exportado em dezembro do ano passado.
As exportações de trigo totalizaram 147.200 toneladas em novembro, um aumento de 6,60% em relação à estimativa anterior da ANEC e de 26% no comparativo anual.
Os embarques em dezembro devem totalizar 283.800 toneladas em dezembro, uma queda anual de praticamente 60%.