Às vésperas da divulgação do boletim mensal de oferta e demanda do USDA, os contratos futuros da soja fecharam em leve alta. Apesar das expectativas de uma safra maior, os principais vencimentos encontraram suporte nas boas notícias da demanda.
Os principais vencimentos fecharam em alta de 1,50 e 3,25 centavos, com as maiores altas registradas nas posições mais próximas. O setembro/16 encerrou o dia cotado a US$ 10,01 ¾ e o novembro/16, referência para a nova safra dos EUA, fechou a US$ 9,84 o bushel.
Durante todo o pregão, o mercado manteve sua postura defensiva, sem oscilações muito expressivas, com o objetivo de preservar sua cautela e de buscar um posicionamento antes da divulgação do boletim do USDA, já que o relatório poderá, segundo acreditam analistas e consultores, confirmar a disputa por espaço entre os fundamentos de oferta – com a grande safra nos EUA – e demanda, com um consumo mundial aumentando de forma expressiva.
“Não importa o tamanho da safra de soja norte-americana, qualquer acréscimo já está superado pelo considerável aumento do consumo mundial”, disse Liones Severo, consultor de mercado do SIM Consult.
E nesta quinta-feira, mesmo diante dessas estimativas que indicam que a produção 2016/17 dos EUA pode chegar até a 110 milhões de toneladas, novos anúncios de venda feitos pelo USDA e os números das vendas semanais para exportação norte-americanas renovaram o sentimento de que a demanda forte ainda é um importante pilar de suporte para as cotações.
Mercado Brasileiro
O mercado brasileiro segue travado, sem ritmo e com poucos volumes. Os preços, por sua vez, perderam a direção comum e terminaram o dia em campo misto nas principais praças de comercialização. Nos portos, os preços subiram. Em Paranaguá, a saca subiu 1,23% para R$ 82,00 no disponível e se manteve estável a R$ 77,00 no mercado futuro. Em Rio Grande, a saca no mercado disponível subiu 1,29%, para R$ 78,50, e 1,58% para R$ 77,50 no mercado futuro.
Em praças de São Paulo, as altas chegaram a mais de 4%, levando as cotações de volta a superar os R$ 70,00/saca. Por sua vez, no oeste da Bahia, a saca caiu mais de 3%, para R$ 64,33. Em Jataí/GO, queda de 0,31%, com a saca cotada a R$ 64,80.
Milho: Na véspera do relatório do USDA, mercado fecha em leve baixa na CBOT
Os contratos futuros do milho negociados na CBOT fecharam em leve baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 1,25 a 1,50 centavos. O contrato setembro/16 fechou cotado a US$ 3,21 e o dezembro/16 a US$ 3,31 ¾ o bushel.
Segundo as agências internacionais, o mercado se preparou para o boletim de oferta e demanda do USDA, que será divulgado nesta sexta-feira (12). Após um clima favorável, o que permitiu um bom desenvolvimento das lavouras, o sentimento é que o USDA revise para cima a estimativa da safra de milho norte-americana.
E a safra continua caminhando bem. Segundo o USDA, 74% das lavouras se apresentam em boas ou excelentes condições. E para o período de 17 a 21 de agosto, as temperaturas deverão ficar mais amenas em grande parte do Meio-Oeste.
No mesmo período, as previsões indicam chuvas mais expressivas e, em muitos locais, acima do normal. As previsões foram divulgadas pelo NOAA.
Mercado interno
Os contratos futuros do milho negociadas na BM&F Bovespa fecharam o pregão em forte queda. Pelo segundo dia consecutivo, os principais vencimentos recuaram e registraram perdas de 0,99% a 3,31%. O setembro/16, referência para a safrinha brasileira, fechou cotado a R$ 43,40/saca, enquanto o novembro/16 fechou cotado a R$ 43,85/saca. O março/17 fechou a R$ 41,40/saca.
No mercado interno, em Assis (SP), a saca subiu 10,53%, com a saca do cereal cotada a R$ 41,03 no fechamento de hoje.
Em Mato Grosso, nas regiões de Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, a alta foi de 6,67%, com a saca cotada a R$ 32,00. Na região de Avaré (SP), a saca registrou alta de 5,12%, cotada a R$ 40,05.
Em contrapartida, a saca caiu 9,09% na região de Sorriso (MT), cotada a R$ 30,00. A queda foi de 2,50% em Jataí (GO), com a saca cotada a R$ 39,00. Na região de Ponta Grossa (PR), a saca caiu 2,44%, cotada a R$ 40,00. Em Não-me-Toque (RS), a queda foi de 1,15%, com a saca cotada a R$ 43,00.
Em Paranaguá, a saca para entrega em setembro/16, permaneceu estável a R$ 32,00.
Segundo os analistas, o mercado segue fraco e sem o registro de novos negócios. As atenções ainda estão voltadas para a relação entre oferta e demanda. Nesta quarta-feira, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) reduziu, mais uma vez, a estimativa da safra brasileira para 42.592.700 toneladas.
O mercado segue acompanhando as informações sobre o aumento nas importações de milho e o andamento das exportações brasileiras. Porém, os preços praticados no mercado interno ainda permanecem acima da paridade para exportação.
Segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior), os embarques de milho ficaram próximos de 1 milhão de toneladas em julho. O volume está bem abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, de 8.66 milhões de toneladas. A estimativa é que sejam exportadas pouco mais de 20 milhões de toneladas em 2016. Porém, para se alcançar essa projeção até janeiro de 2017, o Brasil precisará embarcar uma média de 1.8 milhão de toneladas, ainda segundo dados da Conab.
Dólar
A moeda norte-americana, após sete sessões de queda, fechou em leve alta de 0,25%, cotado a R$ 3,1400 para venda.
USDA: Expectativas indicam grande safra de milho e que estoque globais da soja sejam ajustados
O USDA divulgará nesta sexta-feira (12) o relatório mensal de oferta e demanda e as informações, segundo analistas, poderão confirmar essa queda de braço entre o aumento da produção americana e a demanda global pela soja.
As boas condições climáticas no Corn Belt durante os últimos meses têm permitido um excelente desenvolvimento da safra 2016/17, fazendo que as expectativas sejam para que o relatório do USDA indique índices recordes de rendimento. Para que isso ocorra, os EUA terão de bater o seu recorde de produtividade do ano passado de 54,45 sacas por hectare (48 bushels por acre), segundo o presidente da AgResource Co, Daniel Basse, em entrevista à Bloomberg.
Expectativas do Mercado
Soja EUA
A produção de soja dos Estados Unidos nesta nova safra pode alcançar, segundo pesquisa do portal internacional DTN The Progressive Farmer, de 105.19 milhões a 110.33 milhões de toneladas, com uma média de 107.47 milhões de toneladas. Em julho, a safra foi estimada pelo USDA em 105.6 milhões de toneladas e em 2014/15 a estimativa foi de 106.93 milhões de toneladas.
Em relação a produtividade, as estimativas variam de 52,95 a 55,35 sacas por hectare, com média de 53,97 sacas/ha, contra as 48,8 sacas/ha estimadas no último relatório. Na temporada 2015/16, o rendimento foi de 54,42 sacas por hectare.
Quantos aos estoques finais norte-americanos desta nova safra, o mercado espera uma elevação das 7.89 milhões de toneladas estimadas em julho para, segundo a expectativa média do mercado, 8.79 milhões de toneladas. As estimativas variam de 7.08 milhões a 10.979 milhões de toneladas.
Os estoques finais norte-americanos de soja da temporada 2015/16 poderiam ficar entre 7.76 milhões e 10.07 milhões de toneladas, com média de 8.93 milhões de toneladas. Em julho, os números foram de 9.53 milhões de toneladas e no ano-safra anterior foram 5.12 milhões de toneladas.
Soja Mundo
Sobre os estoques finais mundiais da temporada 2015/16, as expectativas do mercado variam de 70 milhões a 72.70 milhões de toneladas, com média de 71.4 milhões de toneladas. Em julho, a estimativa foi de 70 milhões de toneladas, mas, em 2014/15, foram maiores e ficaram em 78.41 milhões de toneladas.
Para 2016/17, a estimativa está entre 64.50 e 69.50 milhões de toneladas, com uma média de 67.40 milhões de toneladas. No boletim do mês passado, o volume estimado foi de 67.10 milhões de toneladas.
Milho – Produção e estoques devem aumentar nos EUA
A estimativa do mercado, que varia de 370.61 milhões a 384.73 milhões de toneladas, é bem maior do que a estimativa de julho de 369.34 milhões de toneladas. A média das estimativas para a safra 2016/17 é de 375.53 milhões de toneladas. Além disso, se a estimativa se confirmar, a safra ficará muito acima da anterior de 345.48 milhões de toneladas.
As estimativas da produtividade variam de 178,45 a 185,22 sacas por hectare, com uma média de 180,77 sacas por hectare. Em julho, a produtividade foi estimada em 177,8 sacas por hectare e em 2015/16 foi de 178,22 sacas por hectare.
Estoques Finais
As estimativas para os estoques finais norte-americanos de milho da safra 2016/17 variam de 53.11 milhões a 67.39 milhões de toneladas, com uma média de 58.09 milhões de toneladas. No relatório de julho, o número foi 52.86 milhões de toneladas.
Para a temporada 2015/16, o mercado espera algo entre 42.45 milhões e 48.34 milhões de toneladas, com média de 43.69 milhões de toneladas, contra as 43.21 milhões de toneladas estimadas no mês passado. Em 2014/15, os estoques finais americanos ficaram em 43.97 milhões de toneladas.
Milho Mundo
O mercado estima ainda que os estoques finais globais de milho da safra 2015/16 podem ficar, na média, em 206.6 milhões de toneladas, variando de 203 milhões a 208 milhões de toneladas. Em julho, os números foram de 206.9 milhões de toneladas e na temporada anterior, de 208.51 milhões de toneladas.
Para o ano comercial 2016/17, são esperados estoques entre 201.2 milhões e 228.7 milhões de toneladas, com uma média de 211.8 milhões de toneladas. No boletim anterior, a estimativa foi de 208.4 milhões de toneladas.