Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 3,50 a 4,25 centavos, com o novembro/23 cotado a US$ 13,63 (+ 0,26%) e o janeiro/24 a US$ 13,78 (+ 0,31%) o bushel. O novembro na mínima do dia (US$ 13,52½) registrou a menor cotação desde 23 de agosto. Nas últimas cinco sessões o novembro registra uma queda de 0,40% e o janeiro de 0,29%.
Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de US$ 6,10 a US$ 6,30, com o outubro cotado a US$ 402,70 (+ 1,59%) e o dezembro a US$ 401,40 (+ 1,54%), a tonelada curta. O dezembro na mínima do dia (US$ 393,20) registrou a menor cotação desde 23 de agosto. Nas últimas cinco sessões o outubro registra uma queda de 0,44% e o dezembro de 0,62%.
O óleo de soja fechou em baixa pela quarta sessão consecutiva, com o dezembro registrando uma queda de 0,46%. O dezembro na mínima do dia (60,16) registrou a menor cotação desde 14 de agosto. Nas últimas cinco sessões o dezembro registra uma queda de 3,17%.
A soja fechou em leve alta, em movimento de correção, apesar das previsões do tempo para o Centro-Oeste darem suporte à percepção do mercado de que o pior já pode ter passado para as estimativas de produtividade dos EUA. As últimas análises dos modelos climáticos mostraram maiores possibilidades de chuvas no Centro-Oeste na próxima semana, especialmente nas áreas Norte e Oeste, onde as preocupações com a seca são maiores.
A melhoria das condições climáticas deu suporte as análises de consultorias como a StoneX e de Michael Cordonnier, que mantiveram as estimativas de uma produtividade de 50 bushels por acre para o milho, acima da do Pro Farmer Crop Tour, um pouco abaixo desse número.
Na semana os preços foram pressionados por movimentos técnicos de correção, depois dos bons ganhos registrados na semana anterior, em função da piora das condições das lavouras americanas informada pelo USDA.
Segundo analistas e consultores, o mercado registrou uma sessão de movimentos técnicos em uma semana de alta volatilidade. Além disso, os traders ajustam as posições antes da divulgação do boletim mensal de oferta e demanda USDA na terça-feira, 12 de setembro.
Os traders estão ansiosos não só pelos números que da safra 2023/24 dos EUA, mas também pelos dados sobre a nova temporada da América do Sul.
“A partir da divulgação deste relatório a gente tem a mudança de foco da equação de formação de preço. Esse relatório de setembro é importante por reestruturar toda a equação de formação de preço da soja no planeta, e a partir de agora, o mercado começa, cada vez mais, a dar mais atenção ao início do plantio da safra na América do Sul e com essa antecipação das chuvas em decorrência do El Niño, temos um plantio projetado com muita agressividade aqui no Brasil, e poderemos até observar um recorde de plantio por aqui. Então, as melhores oportunidades foram durante o decorrer da semana e de hoje até terça-feira, com a divulgação do relatório, devemos ter um mercado mais lateralizado”, disse o analista e diretor da Pátria Agronegócios, Matheus Pereira.
Sendo assim, aos poucos, as expectativas de uma safra maior na América do Sul também pesam sobre as cotações. As condições climáticas deverão ser melhores, em especial para a Argentina, e essas informações ganham mais espaço no foco dos traders.
O que limita as quedas agora, ainda segundo os especialistas, é a demanda mais forte da China. Os últimos números divulgados pela China mostram que as importações de soja do país aumentaram 31% para 9.36 milhões de toneladas em agosto, com as processadoras locais buscando aproveitar ainda o produto mais competitivo do Brasil.
USDA – Vendas
Exportadores reportaram ao USDA a venda de 121.000 toneladas de soja da safra 2023/24 para a China.
USDA – Relatório Semanal de Vendas
Soja
Exportadores dos Estados Unidos relataram vendas de 155.600 toneladas de soja da safra 2022/23, na semana encerrada em 31 de agosto, quando acabou o ano comercial.
Do ano comercial da safra 2023/24, que começou em 1º de setembro, foram vendidas 1.783.100 toneladas para Destinos desconhecidos (863.900), China (735.200), Japão (88.200), Indonésia (53.600) e Taiwan (19.800).
O volume das vendas ficou dentro das estimativas dos analistas, que variavam entre 1.3 milhão e 2.5 milhões de toneladas.
Os embarques semanais do período totalizaram 514.200 toneladas, elevando as exportações acumuladas para 52.207.000 toneladas, queda de 9% em relação ao total do ano comercial anterior de 57.188.000 toneladas.
Os principais destinos na semana foram Alemanha (143.500), China (143.100), Países Baixos (67.100), Japão (48.700) e Espanha (38.500).
Farelo
Exportadores dos Estados Unidos relataram vendas de 297.100 toneladas de farelo de soja da safra 2022/23, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 31 de agosto. O volume representou um aumento significativo em relação ao da semana anterior e da média das últimas 4 semanas.
Os principais destinos foram Destinos desconhecidos (145.000), Irlanda (60.000), Portugal (20.800), Honduras (18.700) e México (11.600), que compensaram os cancelamentos feitos pela Guatemala (14.33), Vietnã (4.600), Senegal (400), Espanha (400) e Kuwait (100).
Da safra 2023/24 foram vendidas 143.100 toneladas para Canadá (45.400), México (28.500), Honduras (18.700), Guatemala (14.900) e Vietnã (12.700), que compensaram o cancelamento feito pelo Panama (5.500).
O volume das vendas, ficou dentro das estimativas dos analistas, que variavam entre 260.000 e 450.000 toneladas.
Os embarques semanais do período totalizaram 237.900 toneladas, aumento de 5% em relação aos da semana anterior e de 8% em relação à média das últimas 4 semanas.
Os principais destinos na semana foram Filipinas (50.700), México (27.500), Equador (26.700), Canadá (23.100) e Portugal (20.800).
Brasil – Comercialização das safras 2022/23 e 2023/24
Levantamento realizado pela DATAGRO Grãos mostra que, até o dia 1º de setembro, a comercialização brasileira da safra 2022/23 de soja atingiu 80,70% da produção estimada, abaixo dos 84,20% do mesmo período do ano passado, dos 96,60% do recorde da safra 2019/20 e dos 88,80% da média dos últimos cinco anos.
O avanço mensal foi de 6,80%, abaixo dos 7,80% registrados no mês anterior, mas acima da média normal de 4,30%.
O fluxo corroborou as expectativas da DATAGRO Grãos, reflexo de preços melhores, necessidade de pagamentos e, em alguns casos, com o objetivo de abrir espaço para a entrada do milho de inverno. Porém, o atraso em relação à média plurianual se deve aos preços em queda no cômputo geral da temporada; aos custos de produção elevados; à insegurança sobre o padrão de clima em ano de La Niña e às incertezas políticas e econômicas com o início do novo governo.
Considerando a manutenção da estimativa de produção em 157.07 milhões de toneladas, os produtores brasileiros negociaram até a data indicada, 126.78 milhões de toneladas de soja. No mesmo período do ano passado, o volume de negociado era percentualmente maior, mas menor em termos absolutos, totalizando 109.95 milhões de toneladas.
As vendas da safra 2023/24 também registraram um bom avanço no período analisado. O levantamento da DATAGRO Grãos informa que 18,10% da produção estimada foi vendida, um avanço mensal de 4%, acima dos 1,30% do mesmo período do ano passado e dos 3% da média plurianual. Apesar do bom aumento e de se encontrar acima dos 16,20% vendidos em 2022, o percentual permanece abaixo dos 46,70% do recorde da safra 2020/21 e dos 25,80% da média plurianual.
Com a estimativa de uma área 2% maior, de 45.4 milhões de hectares, além de positivo padrão tecnológico utilizado nas lavouras e fenômeno El Niño trazendo expectativa de clima regular, a intenção de plantio da DATAGRO Grãos para a nova safra brasileira da oleaginosa indica uma produção de 163 milhões de toneladas.
Milho fecha em baixa com as previsões de chuvas para o Corn Belt
Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 2 a 2,50 centavos, com o dezembro cotado a US$ 4,83¾ (- 0,51%) e o março/24 a US$ 4,98 (- 0,40%) o bushel. Nas últimas cinco sessões o dezembro registra uma alta de 1,15% e o março de 0,86%.
Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam novamente em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 4 centavos, com o dezembro cotado a US$ 5,95¾ (- 0,67%) e o março/24 a US$ 6,21¾ (- 0,64%) o bushel. O dezembro e o março nas mínimas do dia (US$ 5,90½ e US$ 6,17¼) registraram novas mínimas contratuais. Nas últimas cinco sessões o dezembro registra uma baixa de 1,08% e o março de 1,11%.
USDA – Relatório Semanal de Vendas
Milho
Exportadores dos Estados Unidos relataram que os cancelamentos superaram as vendas em 15.200 toneladas de milho da safra 2022/23 na semana encerrada em 31 de agosto, último dia do ano comercial.
Do ano comercial da safra 2023/24, que teve início em 1º de setembro, foram vendidas 949.700 toneladas para México (426.700), Destinos desconhecidos (164.900), Colômbia (97.700), China (76.000) e Honduras (58.800).
O volume das vendas ficou dentro das estimativas dos analistas, que variavam entre 300.000 e 1.4 milhão de toneladas.
Os embarques semanais do período totalizaram 515.000 toneladas, que levaram o acumulado do ano comercial para 39.469.000 toneladas, queda de 34% em relação ao total do ano comercial anterior, de 59.764.000 toneladas. Os principais destinos na semana foram México (279.300), Colômbia (133.700), Japão (53.000), Jamaica (18.000) e Irlanda (16.500).
Trigo
Exportadores dos Estados Unidos relataram vendas de 370.300 toneladas de trigo da safra 2023/24 na semana encerrada em 31 de agosto, um aumento de 13% em relação ao volume da semana anterior, mas uma queda de 11% em relação à média das últimas 4 semanas.
Os destinos foram Taiwan (106.400), Indonésia (76.000), Destinos desconhecidos (71.700), México (45.900) e Coreia do Sul (20.500).
Da safra 2024/25, foram vendidas 11.200 toneladas para o México (426.700).
O volume das vendas ficou dentro das estimativas dos analistas, que variavam entre 250.000 e 600.000 toneladas.
Os embarques semanais do período totalizaram 316.600 toneladas, queda de 11% em relação aos da semana anterior e de 1% em relação à média das últimas 4 semanas. Os principais destinos na semana foram Indonésia (74.000), Tailândia (58.000), México (52.700), Taiwan (52.400) e Peru (33.000).
Etanol EUA
A produção média de etanol nos Estados Unidos foi de 1.012 milhão de barris/dia na semana encerrada na sexta-feira passada (1º). O volume ficou 0,50% abaixo do da semana anterior de 1.007 milhão de barris/dia. Os estoques do biocombustível se mantiveram em 21.6 milhões de barris, enquanto as exportações totalizaram 82.000 barris na semana, aumento de 18,80%. Os números foram divulgados ontem (feriado de Dia da Independência no Brasil) pela Administração de Informação de Energia do país (EIA, na sigla em inglês).
As estimativas dos analistas consultados pela Dow Jones Newswires variavam entre 991.000 e 1.022 milhão de barris/dia para a produção. Para os estoques, as estimativas variavam entre 20.600 e 21.509 milhões de barris.
Os números de produção de etanol nos Estados Unidos são um indicador da demanda interna por milho. No país, o biocombustível é produzido principalmente com o grão e a indústria local consome mais de um terço da safra doméstica do cereal.
Argentina
A Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) divulgou o seu relatório sobre a safra de milho 2022/23 na Argentina indicando o término das atividades de colheita e a consolidação da produção argentina em 34 milhões de toneladas, volume que vinha sendo estimado nos últimos meses.
Os técnicos da BCBA indicam uma produtividade média final de 84,33 sacas por hectare, o que representa uma queda de 40,33 sacas por hectare da média registrada nas últimas cinco safras. Foram colhidos, ao todo, 6.72 milhões de hectares.
“Ainda há áreas a serem colhidas no Sudeste de Buenos Aires, o que não mudaria a nossa estimativa. A região mais afetada foi a do Núcleo Norte, onde a produtividade média caiu 52,50% em relação à média de cinco anos”, indicou a BCBA.
Brasil – Comercialização da safra 2022/23
O levantamento da DATAGRO Grãos mostra que a comercialização do milho da safra de verão 2022/23 no Centro-Sul do Brasil avançou 9,30%, acima da média normal para o período, de 5,70%. Com isso, as vendas atingiram 72,40% da produção estimada, contra 63,10% do revisado levantamento anterior, 74,60% no mesmo período de 2022 e 83,40% na média dos últimos 5 anos. Com a estimativa da safra em 20.2 milhões de toneladas, os produtores já comercializaram 14.6 milhões de toneladas.
“O avanço da colheita da safra de inverno e as deficiências da estrutura de armazenagem na região central do País levaram os produtores a dar sequência nas vendas do milho”, disse Flávio Roberto de França Junior, economista e líder de conteúdo da DATAGRO Grãos.
A comercialização da safra de inverno 2023 da Região Centro Sul, estimada em 95.8 milhões de toneladas, atingiu 51,70%, contra 47,30% no levantamento anterior, 55,10% no mesmo período do ano passado e 68,6% da média dos últimos 5 anos.