Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago reagiram às novas estimativas do USDA divulgadas nesta quinta-feira (9/11), com os principais vencimentos fechando em baixa de 13 a 13,50 centavos. Assim, o janeiro e o março/18 perderam, novamente, o patamar dos US$ 10,00/bushel, cotados a US$ 9,85 e US$ 9,96, respectivamente. O maio/18, referência para a safra brasileira, fechou cotado a US$ 10,05.
Os números da soja, especialmente os relativos à safra norte-americana, foram revisados para baixo, como era esperado. Porém, as correções ainda mantiveram as estimativas acima das expectativas do mercado.
No entanto, segundo Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, o mercado também reagiu de forma técnica no final do pregão, com os fundos liquidando parte de suas posições e deixando de lado as atenções sobre o relatório.
“Esse fechamento com baixas de 13 a 13,50 centavos é meramente técnico. Não é uma tendência. Voltamos a operar na janela dos US$ 9,70 a US$ 10,30/bushel, mas na parte baixa da janela”, disse Brandalizze.
A safra 2017/18 dos EUA foi estimada em 120.43 milhões de toneladas, contra 120.58 milhões de toneladas do relatório anterior. A média esperada era de 119.06 milhões de toneladas. A estimativa dos estoques finais americanos caiu para 11.57 milhões de toneladas, contra as 11.72 milhões de toneladas de outubro. O intervalo das expectativas era de 10.26 a 12.54 milhões de toneladas, com média de 11.43 milhões de toneladas.
A estimativa da produtividade foi mantida nas 56,12 sacas por hectare, mesmo número do relatório anterior. Da mesma forma, a estimativa das exportações americanas foi mantida em 61.24 milhões de toneladas.
Além disso, o USDA aumentou também a sua estimativa da safra 2017/18 do Brasil para 108 milhões de toneladas, 1 milhão a mais do que o estimado no relatório anterior.
Por outro lado, os números de demanda ainda são importantes e têm sido o principal e mais forte suporte das cotações. O USDA estimou um aumento nas importações de soja da China de 95 para 97 milhões de toneladas.
As vendas semanais da soja nos EUA totalizaram 1.160.600 toneladas, contra estimativas de 1 milhão a 2.05 milhões de toneladas. O total de vendas acumulada no ano comercial já chega a 31.478.200 toneladas, abaixo das 37.065.500 toneladas do ano comercial anterior nesse mesmo período. A maior compradora da oleaginosa americana continua sendo a China. Os EUA deverão exportar neste ano comercial, segundo estimativa do USDA, 61.240.000 toneladas.
Os EUA venderam também 212.900 toneladas de farelo de soja, contra expectativas de 150.000 a 350.000 toneladas. O principal destino foi o México. Foram vendidas também 15.900 toneladas de óleo de soja, abaixo das estimativas do mercado de 20.000 a 30.000 toneladas. A maior parte foi adquirida pela Coreia do Sul.
No Brasil
Assim, as cotações perderam um pouco de força nos terminais brasileiros. Em Paranaguá, a saca da soja da safra nova caiu 0,67% para R$ 74,00, enquanto a no mercado disponível se manteve estável a R$ 73,50. Em Rio Grande, a saca da safra nova foi cotada a R$ 76,00, em baixa de 0,65%, enquanto no mercado disponível foi cotada a R$ 73,30, em queda de 0,27%.
“Antes da divulgação do relatório de oferta e demanda do USDA, chegamos a registrar uma indicação para soja em Rio Grande a 74,00 no mercado spot”, disse Marlos Correa, da Insoy Commodities.
Já no interior, a maior parte das praças de comercialização, apesar da leve queda do dólar, manteve as suas cotações estáveis. A moeda americana fechou o dia em queda de 0,12%, cotada a R$ 3,2599 para venda.
Ainda assim, algumas exceções foram registradas, como em Panambi, no Rio Grande do Sul, onde saca subiu 1,63% para R$ 63,54 e em Ubiratã, no Paraná, para R$ 63,50 e no Oeste da Bahia, onde a saca caiu 2,13% para R$ 61,00.
USDA eleva a produtividade das lavouras americanas e milho fecha em queda na CBOT
Os contratos futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam em baixa. Os principais vencimentos ampliaram as perdas e encerraram o dia em queda de 6,25 a 6,75 centavos. O dezembro/17 fechou cotado a US$ 3,41 ½, enquanto o março/18 fechou a US$ 3,54 ¾ o bushel.
“Os contratos futuros do milho dos EUA caíram nesta quinta-feira, depois que o USDA estimou uma colheita maior do que o esperado para a safra 2017/18. O rendimento médio das lavouras superou as expectativas do mercado”, informou a Reuters.
O USDA elevou a estimativa de produtividade das lavouras para 185,65 sacas de milho por hectare nesta temporada. Em outubro, o número estava em 181,82 sacas por hectare. Com isso, a estimativa da produção americana subiu de 362.73 milhões para 370.3 milhões de toneladas.
“O mercado até aguardava algum ajuste positivo, pois os relatos de campo informavam melhora nos números de produtividade. Porém, ninguém imaginava um aumento, nesta altura, de quase 2,5% nos índices de produtividade”, informou a Granoeste Corretora de Cereais.
A estimativa dos estoques finais americanos também aumentou de 59.44 milhões para 63.17 milhões de toneladas. Ainda no relatório, o USDA aumentou a estimativa das exportações dos EUA, de 46.99 milhões para 48.9 milhões de toneladas.
“O USDA elevou as exportações de milho. Não vendemos tanto milho quanto gostaríamos. Sim, as vendas dessa semana foram grandes, mas não tínhamos visto números como esse. Teremos que começar a trabalhar, se quisermos atingir os objetivos do governo”, disse Cory Bratland, trader da Kluis Commodities.
Na semana encerrada em 2 de novembro, as vendas americanas do milho totalizaram 2.364.500 toneladas. O volume ficou dentro das expectativas do mercado que variavam de 1 milhão a 2.650 milhões de toneladas. A maior parte foi destinada ao México.
No acumulado do ano comercial, o total já atinge 19.393.200 toneladas, contra mais de 25.9 milhões de toneladas no mesmo período do ano anterior. A estimativa do USDA é de que as exportações de milho do país na safra 2017/18 cheguem a 46.990.000 toneladas.
Mercado brasileiro
Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, em Jataí (GO), o preço da saca subiu 4,35%, cotada a R$ 24,00. Ainda em Goiás, em Rio Verde, a alta foi de 2,13%, com a saca cotada também a R$ 24,00.
Já no Oeste da Bahia, a saca caiu 3,45% e fechou o dia cotada a R$ 28,00. No Porto de Rio Grande, a saca no mercado futuro, para entrega em março/18, recuou 1,72% e encerrou o dia cotada a R$ 28,50. No terminal de Paranaguá, no mercado disponível a saca permaneceu estável a R$ 28,50.