Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em baixa, após duas sessões consecutivas de alta. Os principais vencimentos registraram quedas de 11,50 centavos, com o março fechando cotado a US$ 14,14¼ e o maio a US$ 14,23 o bushel.
Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em baixa, após duas sessões consecutivas de alta. Os principais vencimentos registraram quedas de US$ 6,90 a US$ 8,10, com o março fechando cotado a US$ 392,70 e o maio a US$ 392,10 a tonelada curta.
O óleo de soja fechou em alta pela quinta sessão consecutiva, com o março registrando um ganho de 0,19%.
Vendas EUA
Os exportadores norte-americanos reportaram para o USDA a venda de 132.000 toneladas de soja da safra 2021/22 para a China.
USDA – Relatório Semanal de Vendas
Soja – Exportadores dos Estados Unidos venderam 671.000 toneladas de soja da safra 2021/22, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 13 de janeiro. O volume representa uma queda de 9% em relação ao da semana anterior e um aumento de 12% em relação à média das quatro semanas anteriores.
Na semana, os principais compradores foram China (797.000 toneladas), México (353.700 toneladas), Espanha (137.600 toneladas), Indonésia (62.300 toneladas) e Japão (57.100 toneladas), que compensaram o cancelamento feito por destinos desconhecidos (984.200 toneladas).
Da safra 2022/23, foram vendidas 528.000 toneladas para China (462.000 toneladas) e destinos desconhecidos (66.000 toneladas).
O volume das duas safras ficou dentro das estimativas de analistas consultados pela Dow Jones Newswires, que variavam entre 700.000 e 1.4 milhão de toneladas.
Farelo – Exportadores dos Estados Unidos venderam 314.900 toneladas de farelo de soja da safra 2021/22, na semana encerrada em 13 de janeiro. O volume representa um grande aumento em relação ao da semana anterior e à média das quatro semanas anteriores. Da safra 2022/23 foram vendidas 201.700 toneladas.
Óleo – Exportadores dos Estados Unidos venderam 30.700 toneladas de óleo de soja da safra 2021/22, na semana encerrada em 13 de janeiro. O volume representa uma grande queda em relação ao da semana anterior, mas um aumento de 4% em relação à média das quatro semanas anteriores.
EUA
A área plantada com soja nos Estados Unidos deve superar a do milho pela segunda vez na história neste ano, segundo a Farm Progress, uma divisão da Informa. Segundo a consultoria, produtores do país devem plantar 92.38 milhões de acres (37.38 milhões de hectares) com soja, um aumento de quase 6% em relação ao ano passado. Já a área de milho deve diminuir quase 3 milhões de acres (1.21 milhão de hectares), para 90.39 milhões de acres (36.58 milhões de hectares).
Caso a estimativa se confirme, será a primeira vez desde 2018 e a segunda vez na história que os agricultores norte-americanos vão plantar mais soja do que milho. Altos custos de insumos, principalmente fertilizantes, estão tornando a soja mais atraente para produtores do que o milho.
China – Importações
A pressão de Washington para que a China amplie as compras de produtos agrícolas americanos surtiu efeito em 2021. No caso do principal produto dessa pauta, a soja, o aumento das importações do país asiático foi expressivo, e o movimento tirou espaço da oleaginosa brasileira, embora este tenha mantido a sua liderança apesar dos problemas climáticos em algumas regiões produtoras. Brasil e EUA lideram, nessa ordem, as exportações globais da oleaginosa, e os chineses respondem por mais da metade das importações.
Segundo dados divulgados pela alfândega da China e compilados pela Reuters, as compras do país de soja americana aumentaram 25% em relação a 2020, para 32.3 milhões de toneladas. Já as importações chinesas do Brasil caíram 9,50%, para 58.1 milhões de toneladas. No ano passado, as importações totais de soja da China totalizaram 96.52 milhões de toneladas, queda de 3,80% em relação ao ano anterior, uma vez que a redução das margens dos processadores pesou sobre a demanda.
Os números divulgados ontem podem aliviar um pouco a pressão americana sobre Pequim. Washington cobra que os asiáticos aumentem em quase US$ 20 bilhões as compras de produtos agrícolas dos EUA em relação ao resultado de 2017 (US$ 24 bilhões), uma das condições da Fase 1 do acordo comercial firmada entre as duas nações após um longo período de disputas, que abriu espaço para um grande crescimento dos embarques brasileiros de soja para os chineses.
Segundo destacou a Reuters, o aumento das importações chinesas de soja dos EUA refletiu também o atraso da colheita no Brasil no início de 2021, causado por problemas climáticos. Com isso, o resultado anual foi definido no 1º semestre.
De janeiro a junho, a China comprou 21.6 milhões de toneladas de soja dos EUA, 133% mais do que no mesmo período de 2020. Já as importações da oleaginosa brasileira caíram 20% na comparação, para 26.1 milhões de toneladas. No entanto, as margens de esmagamento na China diminuíram de forma expressiva em junho, à medida em que as margens de produção de suínos também recuaram, o que reduziu o apetite chinês por rações.
RS
A colheita da soja ainda não foi iniciada, mas o plantio chegou a 97% da área, versus os 95% de uma semana atrás. Entretanto se mantém abaixo da média história para o período de 100%.
Segundo a Emater, os últimos dias no Estado foram marcados por altas temperaturas e clima seco, o que agravou as dificuldades no desenvolvimento dos cultivos da oleaginosa.
“Em algumas lavouras, há morte de plantas ainda na fase inicial do cultivo. A situação foi atenuada pela presença de precipitações de volumes variados”, indicou, em relação à soja.
SC
A estiagem prolongada e as chuvas irregulares em Santa Catarina devem resultar em perdas de 43% na safra de verão do milho e 30% na de soja. As estimativas são da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do Estado (EPAGRI-SC) e foram divulgadas nesta sexta-feira (21). Segundo a entidade, as altas temperaturas em decorrência da onda de calor que afeta o Estado devem aumentar ainda mais os prejuízos nas lavouras.
Segundo a EPAGRI, os efeitos do clima nas lavouras de milho variam segundo a região, oscilando entre 20% e 80%. Na média, o Estado deve acumular 43% de perdas nas lavouras. A colheita da safra 2021/22, até o momento, registra produtividade de 120 a 130 sacas de 60 quilos por hectare, referentes às áreas com período de plantio no final de agosto, como a região do Vale do Rio Uruguai. O período de estiagem começou quando mais de 50% das lavouras de milho estavam em fase de floração, período sensível à falta de umidade no solo.
Para a soja, a empresa estima perdas em torno de 30%. Os plantios de ciclo precoce foram os mais afetados, em função de o período crítico da estiagem ocorrer na fase de floração. Essas cultivares têm menor tempo de recuperação e as altas temperaturas potencializaram os danos, provocando queima das folhas e encurtamento do ciclo da planta, indica a EPAGRI.
Milho fecha em alta com o mercado focado nas condições climáticas da América do Sul
Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em alta, com o março registrando a quinta alta consecutiva. Os principais vencimentos registraram ganhos de 3,25 a 5,25 centavos, com o março fechando cotado a US$ 6,16¼ e o maio/22 a US$ 6,14 o bushel.
Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam novamente em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 8,75 a 10,25 centavos. O março fechou cotado a US$ 7,80 e o maio/22 a US$ 7,84¾ bushel.
Vendas EUA
Os exportadores norte-americanos reportaram para o USDA a venda de 247.800 toneladas de milho da safra 2021/22 para destinos desconhecidos.
USDA – Relatório Semanal de Vendas
Milho – Exportadores dos Estados Unidos venderam 1.091.300 toneladas de milho da safra 2021/22, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 13 de janeiro. O volume é significativamente maior em relação ao da semana passada e representa um aumento de 48% em relação à média das quatro semanas anteriores.
Na semana, os principais compradores foram Japão (370.900 toneladas), México (246.100 toneladas), Colômbia (86.700 toneladas), Arábia Saudita (81.300 toneladas) e China (76.900 toneladas), que compensaram o cancelamento feito pelo Peru (1.000 toneladas).
Da safra 2022/23 foram vendidas 105.000 toneladas, para o México (55.000 toneladas) e Japão (50.000 toneladas).
O volume das duas safras ficou dentro das estimativas de analistas consultados pela Dow Jones Newswires, que variavam entre 500.000 e 1.2 milhão de toneladas na semana.
Trigo – Exportadores dos Estados Unidos venderam 380.600 toneladas de trigo da safra 2021/22, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 13 de janeiro. O volume representa um aumento de 44% em relação ao da semana passada e de 62% em relação à média das quatro semanas anteriores.
Na semana, os principais compradores foram Nigéria (101.300 toneladas), Guatemala (66.600 toneladas), Japão (56.100 toneladas), Tailândia (51.000 toneladas) e México (35.500 toneladas), que compensaram o cancelamento feito por destinos desconhecidos (51.800 toneladas).
Da safra 2022/23 foram vendidas 72.000 toneladas para Tailândia (54.500 toneladas), destinos desconhecidos (10.000 toneladas) e Peru (7.500 toneladas).
O volume das duas safras ficou dentro das estimativas de analistas consultados pela Dow Jones Newswires, que variavam entre 175.000 e 500.000 toneladas.
Safra Brasil
A produção brasileira de milho em 2021/22 deverá totalizar 115.640 milhões de toneladas, segundo a nova estimativa da Safras & Mercado. “O volume é inferior às 116.085 milhões de toneladas estimadas em dezembro, mas ainda fica bem acima das 90.77 milhões produzidas na temporada 2020/21. O ajuste em relação aos números divulgados no mês passado leva em conta os problemas de estiagem registrados nos estados do Sul do Brasil”, ressalta o analista da Safras & Mercado, Paulo Molinari.
Para a safra de verão 2021/22 a produção de milho foi revisada para baixo novamente pela Safras & Mercado devido às perdas de produção causadas pelo fenômeno climático La Niña no Paraná e no Rio Grande do Sul. A colheita deverá totalizar 21.590 milhões de toneladas, abaixo das 22.556 milhões de toneladas estimadas em dezembro e abaixo também das 21.645 milhões de toneladas colhidas na primeira safra 2020/21.
Molinari destaca que a safra do Rio Grande do Sul tem quebras previstas até agora de 22,50% em relação às 3.762 milhões de toneladas colhidas em 2020/21, totalizando 2.914 milhões de toneladas, mesmo volume estimado em dezembro. “A safra do Paraná tem uma estimativa de perda de 10,70% em relação às 4.157 milhões de toneladas produzidas na temporada de verão passada, totalizando 3.712 milhões de toneladas. Em dezembro, a safra paranaense havia sido estimada em 4.285 milhões de toneladas”, disse.
Mercado Interno
O mercado brasileiro de milho seguiu com seu quadro de cotações firmes e em elevação nas principais praças de comercialização do País. A oferta segue limitada e os compradores que aparecem no mercado em busca de milho têm de pagar mais caro para garantir seu abastecimento.
A quebra da safra de verão, sobretudo com a falta de chuvas no Sul, é um fato grave e a tendência é de revisões para baixo nas estimativas de produção. Com um mercado que já vem com oferta apertada e de uma safrinha 2021 quebrada, a produção problemática também de verão em 2022 agrava o quadro.
O analista da Safras & Mercado, Paulo Molinari, destaca que o foco agora cada vez mais passa a ser a colheita, logística (transporte) e a comercialização da soja. O milho acaba sendo deixado mais de lado, o que reduz mais a oferta do cereal, dando suporte às cotações. “O mercado está sem qualquer sintoma de baixa”, disse Molinari.
No balanço dos últimos sete dias, entre as quintas-feiras 13 e 20 de janeiro, o milho em Campinas/CIF na venda subiu de R$ 100,00 para R$ 102,00 a saca, com alta de 2%. Na região Mogiana paulista, o cereal na venda avançou de R$ 97,00 a saca para R$ 100,00 a saca, alta de 3,10%.
Em Cascavel, no Paraná, no comparativo semanal, o preço subiu de R$ 98,00 para R$ 99,00 a saca, valorização de 1%. Em Rondonópolis, Mato Grosso, a cotação se manteve estável a R$ 85,00. Já em Erechim, Rio Grande do Sul, o preço subiu de R$ 101,00 a saca para R$ 105,00, alta de 4%.
Em Uberlândia, Minas Gerais, a cotação seguiu a R$ 95,00 a saca. Em Rio Verde, Goiás, o mercado se manteve a R$ 90,00.
RS
A colheita do milho verão do Rio Grande do Sul atingiu 27% da área plantada nesta semana, um avanço de 7% em relação à semana passada e de 9% em comparação com safra anterior e com a média histórica, mesmo diante de secas no Estado, informou nesta quinta-feira a Emater-RS.
Segundo a entidade ligada ao governo gaúcho, a condição de tempo seco acelerou o processo de maturação e secagem dos grãos.
O plantio do cereal de verão avançou apenas 1% em relação aos 95% da semana anterior, e está abaixo da média histórica de 99%.