Soja fecha em alta, recuperando parte da queda de sexta-feira

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 3,75 a 4,25 centavos. O novembro/20 fechou cotado a US$ 10,54¼ e o janeiro/21 a US$ 10,54 o bushel.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT também fecharam em alta, se recuperando da queda de sexta-feira, com o dezembro na máxima do dia (US$ 375,50) registrando uma nova máxima contratual. Os principais vencimentos registraram ganhos de US$ 5,10 a 5,70. O dezembro/20 fechou cotado a US$ 373,20 e o janeiro/21 a US$ 367,20 a tonelada curta.

USDA – Relatório Semanal de Embarques 

O USDA divulgou o seu novo boletim semanal de embarques de grãos com números dentro do esperado pelo mercado para a soja.

Na semana encerrada em 15 de outubro, os EUA embarcaram 2.173.521 toneladas de soja, enquanto o as expectativas do mercado variavam entre 1.2 milhão e 2.2 milhões de toneladas. No acumulado do ano comercial, as exportações norte-americanas totalizam 11.518.836 toneladas, 77% a mais do que no mesmo período do ano anterior.

Safra Brasil 

O plantio de soja 2020/21 no Brasil alcançou 6,10% da área estimada até o dia 16 de outubro, com expressivo atraso em relação aos anos anteriores em função da falta de chuvas, o que deverá gerar também replantio em algumas áreas semeadas mais cedo no pó devido a problemas de germinação, indicou nesta segunda-feira a consultoria Safras & Mercado.

No comparativo semanal, os trabalhos avançaram pouco, com aumento de somente 3,80% em função das condições climáticas.

Segundo a consultoria, no mesmo período do ano passado, 19,50% das lavouras brasileiras de soja já haviam sido plantadas, enquanto a média dos últimos cinco anos para esse período é de 17,30%.

“O que podemos dizer sobre a soja é que deve haver replantio de algumas áreas e que a safra deve começar a entrar no mercado um pouco atrasada”, disse o analista da Safras & Mercado Luiz Fernando Roque, em entrevista à Reuters.

Caso o plantio estivesse em linha com a média histórica, a colheita ocorreria em bons volumes em janeiro, porém, com o atraso no plantio, a maior parte dos trabalhos começará em fevereiro.

“Também é possível que algumas áreas não sejam plantadas, mas seriam áreas pontuais”, disse.

A Reuters informou anteriormente que a soja brasileira deverá entrar mais tarde no mercado no ciclo 2020/21, justamente em momento em que o Brasil precisava do produto mais cedo, para abastecer os mercados locais e de exportação.

Para atenuar a escassez, o governo isentou de tarifas temporariamente, na última sexta-feira, compras da oleaginosa de países fora do MERCOSUL.

O plantio desta safra tem sido puxado pelo Paraná, onde 20% da área já foi semeada. O percentual, porém, fica abaixo dos 36% registrados em 2019/20 e dos 39,40% referentes à média histórica, segundo a Safras.

O maior Estado produtor da oleaginosa no país, Mato Grosso, é também o mais atrasado no comparativo anual. A consultoria indica que somente 8% das áreas foram plantadas, contra 42% no mesmo período da safra anterior e 28,80% na média dos últimos cinco anos.

Para a consultoria AgRural, o plantio está ligeiramente mais avançado, chegando a quase 8% da área estimada. Mas, ainda assim, o Brasil registra o maior atraso dos últimos dez anos, indicou a empresa de análises nesta segunda-feira.

A expectativa da consultoria é que o levantamento que será fechado na próxima quinta-feira mostre um avanço significativo do plantio devido às chuvas da semana passada.

“Não se espera, porém, que todo o atraso seja superado, pois a umidade do solo ainda está abaixo do normal em muitas regiões e as previsões ainda mostram irregularidade nos volumes e na distribuição das chuvas”, indicou a AgRural em nota.

Mercado Interno 

A soja brasileira começa a ficar menos atraente para os importadores neste período de entressafra, já que a disponibilidade é baixa e os preços internos estão em patamares recordes. Assim, pesquisadores do CEPEA indicam que a demanda se volta aos Estados Unidos, onde a colheita está em ritmo intenso, favorecida pelo clima. No Brasil, os compradores encontram dificuldades em realizar aquisições de novos lotes. Com isso, os preços ofertados no mercado interno se aproximam dos verificados nos portos brasileiros.

O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná subiu 2,80% entre os dias 9 e 16 de outubro, para R$ 157,8/saca de 60 kg na sexta-feira, 16, e o Indicador ESALQ/BM&FBovespa Paranaguá (PR) registrou aumento de 2,30% no mesmo período, para R$ 159,44/saca na sexta-feira.

Milho fecha em alta com novas vendas dos EUA

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em alta, se recuperando da queda de sexta-feira. Os principais vencimentos registraram ganhos de 3,25 a 3,50 centavos. O dezembro/20 fechou cotado a US$ 4,05¼ e o março/21 a US$ 4,10½ o bushel.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em alta pela quarta sessão consecutiva, com o dezembro na máxima do dia (US$ 6,36¾) registrando nova máxima contratual. Os principais vencimentos registraram ganhos de 1,75 a 2,50 centavos. O dezembro/20 fechou cotado a US$ 6,27 e o março/21 fechou cotado a US$ 6,26 o bushel.

Vendas EUA 

O USDA informou que exportadores dos Estados Unidos relataram vendas de 468.000 toneladas de milho da safra 2020/21, sendo 345.000 toneladas para destinos desconhecidos e 123.000 toneladas para o México.

USDA – Relatório Semanal de Embarques 

O USDA divulgou o seu novo boletim semanal de embarques de grãos com números acima do esperado pelo mercado para o milho e abaixo para o trigo.

De milho, os embarques semanais norte-americanos foram de 911.012 toneladas, contra estimativas do mercado que variavam entre 650.000 a 900.000 toneladas. No ano comercial, os EUA já exportaram 5.455.972 toneladas, contra um pouco mais de 3 milhões de toneladas no ano passado, nesse mesmo período. Assim como na soja, o aumento das exportações na comparação anual também é de 77%.

Os embarques semanais de trigo totalizaram 239.688 toneladas, enquanto o mercado esperava algo entre 400.000 e 600.000 toneladas. Assim, o total exportado no ano comercial chega a 10.677.374 toneladas, 6% a mais do que no ano comercial anterior.

Plantio Argentina 

O plantio de milho na Argentina atingiu até a semana passada, 23,30% da área estimada de 6.3 milhões de hectares, informou a Bolsa de Cereais de Buenos Aires. A semeadura avançou 2,50% em relação à semana anterior, e está 5,30% atrasada na comparação com um ano antes.

Exportações Brasil 

O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços divulgou, por meio da Secretaria de Comércio Exterior, o seu relatório semanal das exportações acumuladas de diversos produtos agrícolas até a terceira semana de outubro.

Nestes 11 dias úteis do mês, o Brasil exportou 2.933.779 toneladas de milho, um aumento de 877.492 toneladas (42,67%) em relação ao registrado até a semana anterior. Este volume já representa 44,39% do volume exportado no mês de setembro inteiro (6.608.121 toneladas).

Com isso, a média diária de embarques ficou em 266.707 toneladas, volume 15,24% menor do que a média do mês passado (314.672 toneladas). Em comparação ao mesmo período do ano passado, a média de exportações diárias ficou 2,59% menor do que as 273.806 toneladas do mês de outubro de 2019.

Em termos de receita, o Brasil exportou um total de US$ 490.609 no período, contra US$ 993.719 em todo o mês de outubro do ano passado. Já na média diária, o atual mês contabilizou uma queda de 1,26% ficando com US$ 44.600,90 por dia útil contra US$ 45.169,10 em outubro do ano passado.

Já o preço por tonelada obtido registrou um aumento de 1,37% no período, saindo dos US$ 165,00 do ano passado para US$ 167,20 neste mês de outubro.

A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) estima que a exportação brasileira de milho em outubro vai atingir um total de 5.237 milhões de toneladas, um volume 670.000 toneladas maior do que a última estimativa que era de 4.570 milhões de toneladas.

Com isso, o mês de outubro de 2020 ficaria 4,95% abaixo do mesmo mês de 2019.

Para atingir este volume total, o Brasil ainda precisaria exportar mais 2.303.220 toneladas nas últimas duas semanas do mês, o que daria uma média diária de embarques de 230.322 toneladas, patamar menor do que a atual média do mês.

De janeiro a setembro, os principais destinos das 20.138.811 toneladas de milho brasileiro foram Irã (12%), Japão (10%), Espanha (9,10%), Vietnã (8,50%), Egito (8,40%), Taiwan (7,90%) e Coréia do Sul (7,10%). Já nas origens, o cereal brasileiro exportado veio, em sua maioria, do Mato Grosso (65,70%), seguido por Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul.

Plantio Brasil 

A área estimada para a primeira safra de milho da temporada 2020/2021, o “milho verão”, estava 44% plantada até quinta-feira, 15 no Centro-Sul do Brasil, contra 39% na semana anterior. Embora os trabalhos tenham avançado relativamente bem, o tempo seco seguiu pesando sobre as condições das lavouras do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, onde os produtores já falam em perda de potencial produtivo nas áreas semeadas mais cedo.

Mercado Interno

O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (região de Campinas – SP) do milho vem registrando altas consecutivas há 13 dias e, na sexta-feira, 16, atingiu R$ 70,72/saca de 60 kg. Na parcial de outubro, a alta do Indicador chega a 11,14%.

Segundo pesquisadores do CEPEA, o impulso das cotações é resultado da baixa disponibilidade interna; da maior demanda e da retração de vendedores, que estão atentos ao clima e ao semeio da safra de verão 2020/21. Além disso, a alta nos preços internacionais e o dólar em alto patamar também reforçam a valorização doméstica do cereal, tendo em vista que elevaram a paridade de exportação. Pesquisadores do CEPEA ressaltam que esses aumentos nos preços têm preocupado consumidores domésticos do cereal.

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