Soja fecha em alta impulsionada por movimento de correção

Nas últimas cinco sessões o janeiro/24 acumula uma queda de 0,78% e o março de 0,61% – Imagem de topntp26 no Freepik

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em alta, após três sessões consecutivas de baixa. Os principais vencimentos registraram ganhos de 16,50 a 16,75 centavos, com o janeiro/24 cotado a US$ 13,46½ (+ 1,26%) e o março/24 cotado a US$ 13,64¾ (+ 1,22%) o bushel. Nas últimas cinco sessões o janeiro/24 acumula uma queda de 0,78% e o março de 0,61%.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de US$ 3,60 a US$ 8,40, com o janeiro cotado a US$ 430,50 (- 1,40%) e o março/24 cotado a US$ 419,00 (- 0,85%) a tonelada curta. Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma alta de 0,02% e o janeiro/24 uma queda de 0,28%.

O óleo de soja fechou novamente em alta, com o janeiro/24 registrando um ganho de 3,68%. Nas últimas cinco sessões o janeiro/24 acumula uma queda de 0,29%.

Novamente, as previsões começam a indicar condições adversas para as regiões produtoras do Brasil. Segundo a Agrinvest Commodities, “os modelos mostram poucas chuvas para os próximos cinco dias para a parte Central do Brasil e muita chuva para o Sul”, cenário que caso se confirme, manterá atrasados os trabalhos de campo.

Além disso, ainda segundo a consultoria, “o Mato Grosso entrou na sua fase mais importante, a de enchimento de grãos. As lavouras mais adiantadas estão agora na sua fase crítica. O Oeste do estado e o Médio são as regiões mais adiantadas no plantio até o dia 20 de outubro”.

Neste momento o mercado olha para as condições das lavouras no Brasil. Tivemos chuvas em áreas produtoras no último fim de semana, mas elas devem recuperar somente o que ainda não foi plantado. O mercado ainda tenta dimensionar a quebra na safra, pois estamos longe do nosso potencial máximo de produção”, disse Matheus Pereira, Diretor da Pátria Agronegócios.

Nas estimativas da consultoria, o País saiu de uma expectativa inicial de colheita de 168 milhões de toneladas na temporada 2023/24 para 155.8 milhões de toneladas nos números mais recentes da empresa.

Pereira chama a atenção ainda para os números da safra na América do Sul. Se inicialmente havia uma expectativa favorável com os dados de produção, principalmente na Argentina, agora há uma cautela.

“O Brasil é o epicentro dos problemas com a safra de soja na América do Sul, mas algumas áreas do Centro-Norte da Argentina estão com condições de seca. Havia um consenso de que os países sul-americanos poderiam produzir 200 milhões de toneladas, mas os problemas com o clima estão reduzindo cada vez mais essa estimativa”, indicou o Diretor da Pátria.

Segundo Etore Baroni, consultor de gerenciamento de risco da StoneX, “o mercado já precificou o risco climático para safra de América do Sul, que é a mais importante do planeta. O El Niño de forte intensidade provocou uma demora na regularização das chuvas em áreas produtoras do Mato Grosso e Matopiba, e agora o mercado trabalha em cima desse cenário”.

Em sua avaliação, o clima adverso deve mesmo provocar uma quebra de safra no Brasil. Apesar disso, a confirmação das projeções de colheita na Argentina pode tranquilizar o mercado.

“Ainda que o Brasil perca 8 milhões de toneladas, acredito que podemos ter uma safra recorde, entre 158 a 160 milhões de toneladas. Na Argentina, se o clima colaborar, a produção vai aumentar de 24 milhões para um volume que pode ser de 48 a 50 milhões de toneladas. Isso deve gerar um cenário de pressão para os preços em Chicago”, indicou Baroni.

Ainda segundo o analista da StoneX, os mapas climáticos da próxima semana indicam uma regularização das chuvas em Mato Grosso, o que pode tranquilizar os operadores e direcionar uma queda nos preços da soja. “A se confirmar esse período chuvas dentro do ideal para as plantações nos próximos meses, a soja pode se estabilizar em um patamar mais próximo dos US$ 13,00 o bushel”, estima.

A demanda, por sua vez, também segue sendo monitorada. Também segundo a Agrinvest, a Sinograin continua comprando soja nos EUA. “Falam em quatro cargos adquiridos ontem e mais quatro hoje. Falam ainda em dois cargos do Canadá comprados na semana passada e dois hoje. A Argentina está ofertando os embarques maio, junho e julho, o que mostra que as tradings estão mais confiantes na produção”, disse Eduardo Vanin, analista da consultoria.

USDA – Vendas

Exportadores reportaram ao USDA a venda de 123.300 toneladas de soja do ano comercial 2023/24 para Destinos desconhecidos.

Exportações Brasil

O Brasil deve exportar 1.32 milhão de toneladas de soja no período entre 26 de novembro e 2 de dezembro, segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC), com base nos “line-ups” (programação de embarques) nos portos do País. O volume é mais que o dobro do exportado no período anterior (de 19 a 25 de novembro), de 616.800 toneladas.

Para todo o mês de novembro, a ANEC estima embarques de 4.79 milhões de toneladas da oleaginosa, resultando em um volume acumulado de 97.79 milhões de toneladas exportadas nos primeiros 11 meses do ano. No mesmo período em 2022, o volume exportado foi de 1.91 milhão de toneladas e um total de 76.28 milhões de toneladas.

No período de 19 a 25 de novembro foram embarcadas 617.000 de toneladas de soja. Para o período de 26 de novembro a 2 de dezembro, a projeção é de exportações de 1.329 milhão de toneladas de soja.

Ainda segundo a ANEC, os “line-ups” dos portos indica embarques de 431.000 toneladas de farelo de soja entre os dias 26 de novembro e 2 de dezembro. O volume é superior ao do período anterior (de 19 a 25 de novembro), de 333.800 toneladas.

Em novembro, a estimativa é de exportações de 2.14 milhões de toneladas, com um acumulado de 20.5 milhões de toneladas do farelo de soja nos 11 primeiros meses do ano. No mesmo mês em 2022, o volume foi de 1.34 milhão de toneladas, totalizando 19.04 milhões de toneladas no acumulado do ano.

No período de 19 a 25 de novembro foram embarcadas 334.000 toneladas de farelo de soja.
Para o período de 26 de novembro a 2 de dezembro, a projeção é de exportações de 431.000 toneladas de farelo.

Safra 2023/24 – Brasil

A consultoria hEDGEpoint revisou reduziu a sua estimativa para a safra de soja 2023/24 do Brasil de 162.3 milhões para 160.1 milhões de toneladas. Em relatório, a empresa considera a possibilidade de novos cortes caso as condições climáticas permaneçam desfavoráveis para o desenvolvimento das lavouras no País.

Os primeiros meses da atual safra têm sido marcados por excesso de chuva na região Sul e temperaturas mais elevadas no Centro-oeste. As duas situações têm causado atrasos no plantio da safra nova de soja e gerado incertezas quanto a produção.

Os analistas ressaltam que apesar de uma melhora nas previsões do tempo no curto prazo, o cenário ainda é de indefinição. Serviços de meteorologia apontam para a permanência dos efeitos do fenômeno climático El Niño pelo menos até o início de 2024.

“O ritmo de plantio, que começou de maneira promissora, diminuiu significativamente devido às condições climáticas observadas. Até agora, não apenas a chuva tem sido escassa, mas as temperaturas estão excessivamente altas, agravando o problema”, indicou a hEDGEpoint, no relatório.

MT

Produtores de Mato Grosso devem precisar replantar 4,19% da área de soja no Estado. A estimativa é do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA). O percentual equivale a 512.000 dos 12.22 milhões de hectares estimados para a safra 2023/24.

Segundo o IMEA, a maior necessidade de replantio está no Norte do Estado, de 7,54%. Depois, aparecem as regiões Médio-Norte (5,10%); Centro-Sul (3,91%); Oeste (3,65%), Noroeste (3,63%), Nordeste (3,54%) e Sudeste do Estado (3,02%).

Algumas áreas poderão não ser replantadas com soja, devido aos custos adicionais ou, para os produtores que plantam algodão na segunda safra destinarem parte da área para o cultivo da fibra, destacam os técnicos, em boletim semanal.

O IMEA ressalta que para os próximos dias, as previsões são de chuva, o que pode aliviar o estresse hídrico em algumas regiões do Estado.

Até a última sexta-feira (24/11), o plantio da soja em Mato Grosso atingiu a 98,39% da área prevista, avanço de 2,10%s em relação à semana anterior. O atraso em comparação com o plantio da safra 2022/23 é de 1,10%.

A última semana foi de valorização da soja em Mato Grosso. No comparativo semanal, a média no Estado subiu 0,72%, chegando a R$ 120,73 a saca de 60 quilos. O movimento foi registrado mesmo com a queda em Chicago no período.

Paraná

O plantio da safra de soja 2023/24 no Paraná avançou 3% na semana e atingiu 96% da área estimada, segundo o Departamento de Economia Rural (DERAL), da Secretaria de Agricultura do Estado.

Das lavouras de soja, 86% estavam em boas condições (queda de 1% em relação à semana anterior), 12% em condições médias (aumento de 1% em relação à semana anterior) e 2% em condições ruins. Segundo o DERAL, 3% das lavouras estão em fase de germinação, 63% em fase de desenvolvimento vegetativo, 25% em fase de floração e 9% em fase de frutificação.

Milho fecha novamente em baixa com o mercado focado na demanda

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em baixa pela quarta sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram quedas de 1,75 a 4 centavos, com o dezembro cotado a US$ 4,51½ (- 0,88%) e o março/24 a US$ 4,73½ (- 0,37%) o bushel. O dezembro registrou nova mínima contratual a US$ 4,50¼. Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma queda de 2,46% e o março/24 de 2,06%.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em alta, após duas sessões consecutivas de baixa. Os principais vencimentos registraram ganhos de 9,50 a 11 centavos, com o dezembro cotado a US$ 5,43¾ (+ 1,78%) e o março/24 a US$ 5,72 (+ 1,96%) o bushel. O dezembro registrou nova mínima contratual a US$ 5,27½. Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma queda de 3% e o março/24 de 2,56%.

As cotações do milho e do trigo têm uma correlação no mercado, já que ambos os grãos são utilizados como matéria-prima na indústria de nutrição animal.

Além disso, os mercados pautaram as suas negociações pela ocorrência de chuvas em áreas produtoras do Brasil, e ainda no fraco resultado das exportações dos Estados Unidos.

Depois de cair quase 3% na sessão anterior, trigo fechou em alta em movimento de correção

Segundo Élcio Bento, analista da Safras & Mercado, a queda do trigo ontem surpreendeu diante da indicação de que os fundos estariam reduzindo as suas posições vendidas. Ainda assim, o movimento se justifica, segundo ele, já que o trigo americano segue perdendo a preferência dos compradores internacionais. “Há uma pressão de concorrentes na Europa muito forte. É mais barato hoje comprar trigo da França e da Alemanha do que dos Estados Unidos. O cereal argentino também é mais competitivo neste momento, negociado a US$ 230,00 a tonelada, enquanto o americano é precificado em US$ 236,00”, disse Bento.

As exportações semanais do trigo dos EUA foi outro fator que pressionou o mercado ontem. Os embarques caíram 24,50% na semana terminada no dia 23, para 276.500 toneladas, segundo o USDA.

“O sentimento segue sendo de uma ampla oferta em importantes regiões produtoras de trigo. Com grandes fornecedores apresentando preços muito competitivos, os EUA não estão conseguindo exportar, o que leva os agentes a testar o rompimento de suportes importantes em Chicago”, indicou o analista.

Colheita EUA

O USDA informou que a colheita de milho no país atingiu 96% da área, atrás dos 99% do mesmo período do ano passado e dos 95% da média de quatro anos.

Trigo de Inverno – EUA

O USDA informou que 50% das lavouras do trigo de inverno estão em excelentes e boas condições, acima dos 48% da semana anterior e 34% do ano passado. O USDA informou ainda, que 91% das lavouras emergiram, em comparação com 87% na semana passada e 90% no mesmo período de 2022.

Ucrânia

Um número cada vez maior de navios tem se dirigido aos portos da Ucrânia no Mar Negro para carregar grãos, metais e outras cargas, apesar da ameaça de ataques e minas explosivas da Rússia. Isso ocorre porque os exportadores têm se mostrado mais confiantes para utilizar o corredor humanitário implementado pelos ucranianos para facilitar as exportações.

O movimento fortalece a economia do país, dependente da agricultura, e traz de volta um fornecedor essencial de trigo, milho, cevada, óleo de girassol e outros alimentos para países que enfrentam a fome em partes da África, Oriente Médio e Ásia.

“Estamos vendo uma confiança renovada entre tradings ansiosas para transportar cargas de grãos ucranianos”, disse o Chefe de Operações da Vessel Protect, Munro Anderson, que avalia os riscos de guerra no mar e fornece seguros com respaldo da corretora Lloyd’s. Já Ihor Osmachko, Diretor-Geral do Grupo Agroprosperis, um dos maiores produtores e exportadores agrícolas da Ucrânia, disse que se sente “mais otimista do que há dois meses”.

Desde o início das operações no corredor humanitário da Ucrânia no Mar Negro, em meados de setembro, a principal questão sobre a rota é relacionada à segurança. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, disse que os aliados concordaram em fornecer navios para ajudar o país a proteger embarcações comerciais, mas que são necessários mais sistemas de defesa aérea. “A defesa aérea está em falta”, disse a repórteres no sábado, em uma cúpula internacional de segurança alimentar em Kiev. “Mas o importante é que temos acordos, temos um sinal positivo e o corredor está operacional”, acrescentou.

Embora um ataque de mísseis contra o Porto de Odessa tenha atingido um navio comercial neste mês, seguradoras, corretores e bancos se uniram ao governo ucraniano para anunciar a cobertura para embarques de grãos no Mar Negro, o que tranquilizou os transportadores. “A maneira como estão transportando agora é certamente muito mais cara e demorada”, disse o analista sênior de pesquisa na empresa de dados e análises agrícolas Gro Intelligence, Kelly Goughary. “Mas eles estão conseguindo colocar o produto para fora, o que é melhor do que muitos antecipavam com o fim da iniciativa de grãos”, afirmou.

Até o momento, a Ucrânia exportou mais de 5.6 milhões de toneladas de grãos e outros produtos pelo novo corredor, segundo informações da Embaixadora dos Estados Unidos na Ucrânia, Bridget Brink. Antes da guerra, esse volume era quase o dobro por mês, disse o Vice-Ministro da Economia da Ucrânia, Taras Kachka. Com a rota, a Ucrânia espera exportar pelo menos 6 milhões de toneladas de grãos por mês, segundo o Ministro da Agricultura da Ucrânia, Mykola Solskyi. Há muito trabalho a ser feito: o país exportou 4.3 milhões de toneladas de grãos em outubro por todas as rotas, informou o Ministério da Agricultura.

Exportações – Rússia

O Ministro da Agricultura da Rússia, Dmitry Patrushev, estimou nesta terça-feira exportações de grãos de mais de 65 milhões de toneladas na temporada 2023-24, informou a agência de notícias russa Interfax.
Patrushev disse que a colheita foi realizada em quase 98% das áreas plantadas com grãos e leguminosas, e que mais de 151 milhões de toneladas de grãos foram colhidas, incluindo quase 99 milhões de toneladas de trigo.
Ele disse que isso significava que a colheita de 2023 seria a segunda maior da Rússia, permitindo que ela exporte volumes recordes de grãos.

Trigo – França

Apesar de estar apenas do início da safra, o atraso do plantio e as piores condições de safra na França já pode ter impactos irreversíveis sobre o resultado do principal produtor da UE.

As fortes chuvas que caíram no país nas últimas semanas praticamente paralisaram o plantio do trigo. A França registrou o maior volume de chuvas de todos os tempos em 26 dias consecutivos, com 215,4 mm entre 18 de outubro e 12 de novembro. Até a última semana, os produtores franceses plantaram apenas 74% da área estimada contra 98% no mesmo período do ano passado.

Dada a situação muito mais favorável observada nas safras do Mar Negro e nos EUA, esse cenário deve contribuir para a continuidade ao longo da safra 2024/25 de duas tendências observadas nas últimas semanas: fracas exportações francesas e da UE por conta da baixa competitividade frente o trigo russo; e um fortalecimento do trigo Euronext em relação à Chicago.

Exportações Brasil

As exportações de milho do Brasil em novembro foram estimadas nesta terça-feira em 7.35 milhões de toneladas em relação as 7.96 milhões de toneladas estimadas na semana anterior, segundo dados da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC).

Os embarques de trigo neste mês devem totalizar 138.000 toneladas, em comparação com as 142.000 toneladas estimadas na semana anterior.

No período de 19 a 25 de novembro foram exportadas 1.369 milhão de toneladas de milho. Para o período de 26 de novembro a 2 de dezembro, a projeção é de exportações de 2.298 milhões de toneladas de milho e 163.000 toneladas de trigo.

Paraná

Segundo o DERAL, o plantio da safra do milho verão avançou 1% na semana, atingindo 99% da área estimada para a atual safra.

Das lavouras de milho, 80% estavam em boas condições, contra 79% na semana passada, 16% em condições médias (aumento de 5% em relação à semana passada,) e 4% em condições ruins (mesmo percentual da semana anterior).

Da área plantada, 1% das lavouras estão em fase de germinação, 46% em fase de desenvolvimento vegetativo, 40% em fase de floração e 13% em fase de frutificação.

Por Equipe SNA
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp