Soja fecha em alta em movimento de correção, impulsionada pelo óleo

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em alta, após duas sessões consecutivas de baixa. Os principais vencimentos registraram ganhos de 27 a 27,75 centavos, com o agosto/23 cotado a US$ 14,55½ (+ 1,94%) e o novembro/23 a US$ 13,45½ (+ 2,11%) o bushel.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em alta, após quatro sessões consecutivas de baixa. Os principais vencimentos registraram ganhos de US$ 2,20 a US$ 3,00, com o agosto cotado a US$ 405,80 (+ 0,74%) e o dezembro a US$ 388,90 (+ 0,67%), a tonelada curta.

O óleo de soja fechou em alta, após duas sessões consecutivas de baixa, com o dezembro registrando um ganho de 4,25%.

A soja fechou em alta, em um movimento de correção das últimas quedas e de uma semana de bastante volatilidade, impulsionada também pela forte alta de mais de 4% do óleo de soja nos principais vencimentos.

A alta do óleo de soja acompanhou a do óleo de palma, que superou os 2% nas bolsas internacionais neste início de semana, refletindo, segundo a Agrinvest Commodities, “um forte aumento nas exportações para o período de 1 a 10 de julho”. A produção do óleo de palma caiu 4,60% para 1.45 milhão de toneladas no mês passado.

Além disso, os estoques no final do mês passado registraram um aumento de 1,90% para 1.72 milhões de toneladas, ficando 140.000 toneladas abaixo das expectativas do mercado. O quadro refletiu um aumento expressivo das exportações.

Enquanto a produção de óleo de palma da Malásia diminuiu 70.000 toneladas em junho em relação ao mesmo mês do ano anterior, mais do que o mercado esperava, registrando uma queda incomum para a época do ano, as exportações aumentaram 90.000 toneladas superando as estimativas do mercado. Dados mostraram uma também um aumento das exportações até agora em julho.

“O aumento da demanda pode ser explicado pelo desconto que o óleo de palma tem em relação aos óleos concorrentes, e um suporte para os preços do óleo de palma no mercado internacional pode se traduzir em suporte para os prêmios aqui no Brasil, que estão diretamente ligados ao preço dos óleos concorrentes, mas principalmente ao óleo de palma”, indicou a Agrinvest.

Todavia, o mercado segue focado nas melhores condições climáticas previstas para o Corn Belt nos próximos dias.

“Lembramos que as chuvas daqui para frente não podem falhar, sob pena de causar uma grande queda na produtividade das lavouras de milho, devido a fase de polinização e também pelo início da fase de floração da soja em algumas regiões”, disse o Diretor do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.

No último final de semana, “as chuvas ficaram abaixo do normal nas áreas Central e Norte do Corn Belt. Entretanto, beneficiaram a área Central de Illinois, Sul de Indiana e parte de Ohio. Felizmente, as temperaturas podemos assim dizer, foram muito amenas e abaixo do normal para essa época do ano”, disse o executivo.

Os traders aguardam também o relatório semanal de acompanhamento de safras que traz as condições das lavouras norte-americanos, que será divulgado pelo USDA nesta segunda-feira, às 17h. Além disso, atenções seguem voltadas também para o boletim mensal de oferta e demanda que o USDA vai divulgar na quarta-feira, dia 12 de julho.

“São esperados ajustes na produtividade e nos estoques, principalmente. O preço da soja no mercado físico americano, sugere estoque menores”, disse o Diretor da Labhoro.

Paralelamente, atenções ainda voltadas sobre a competitividade e dinâmica de comercialização da soja do Brasil, ao comportamento da demanda e ao mercado financeiro.

Relatório USDA – Soja

O USDA divulgou os dados dos embarques semanais de grãos norte-americanos nesta segunda-feira (10) com volumes alinhados para a soja.

Os embarques semanais totalizaram 238.234 toneladas, dentro das expectativas do mercado que variavam entre 125.000 e 400.000 toneladas. Com esse volume, o total já exportado pelos Estados Unidos no ano comercial é de 49.668.726 toneladas, 5% menos na comparação anual.

China

A China estabeleceu novas normas exigindo que a soja importada seja armazenada antes de entrar no país, informou o Departamento de Alfândegas da China (GACC) nesta segunda-feira.

As normas obrigam o importador a encaminhar a soja para armazéns específicos, antes de obter permissão de quarentena para entrar no mercado doméstico.

Em maio, três traders de soja disseram à Reuters que a China está aumentando as inspeções de cargas de soja importadas, o que tem atrasado ainda mais os prazos de liberação.

A China agora está buscando diversificar as suas origens de importação de soja para garantir o abastecimento da oleaginosa.

Mercado Interno

As cotações da soja subiram no mercado interno na primeira semana de julho. Segundo pesquisadores do CEPEA, essa alta está vinculada às valorizações externas e cambiais, cenário que deixa a oleaginosa nacional mais atraente paraos importadores. Quanto aos derivados, pesquisadores do CEPEA indicam que os preços do farelo de soja também subiram no mercado doméstico, impulsionados pelas altas da soja e dos contratos futuros em Chicago e pela maior demanda interna e externa. Já os preços do óleo de soja caíram, diante da baixa liquidez, devido à disparidade entre as pedidas de compradores e os preços ofertados pelos vendedores.

Milho fecha em alta em movimento de correção

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 5 centavos, com o setembro cotado a US$ 4,92¼ (+ 1,03%) e o dezembro/23 a US$ 4,99½ (+ 1,01%) o bushel.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em baixa pela terceira sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram quedas de 3 a 3,25 centavos, com o setembro cotado a US$ 6,46¼ (- 0,50%) e o dezembro/23 a US$ 6,63½ (- 0,45%) o bushel.

Relatório USDA – Milho e trigo

O USDA divulgou os dados dos embarques semanais de grãos norte-americanos nesta segunda-feira (10) com volumes abaixo do esperado para o milho e acima para o trigo.

Na semana encerrada em 6 de julho, o país embarcou 341.024 toneladas de milho, enquanto o mercado esperava algo entre 500.000 e 900.000 toneladas. No acumulado do ano comercial, os EUA já exportaram 33.502.250 toneladas, 32% menos do que há um ano.

O país embarcou ainda 419.134 toneladas de trigo, superando as projeções dos traders que variavam entre 200.000 e 400.000 toneladas. Assim, o volume exportado no ano comercial iniciado em 1º de junho totaliza 1.519.358 toneladas, 21% menos do que no mesmo período do ano anterior.

Exportações Brasil

As exportações brasileiras de milho em julho de 2023 deverão totalizar 6.344 milhões de toneladas, segundo levantamento semanal da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC). Em julho do ano passado, o Brasil exportou 2.245 milhões de toneladas do cereal.

Segundo a ANEC, em junho de 2023, o Brasil exportou 1.228 milhão de toneladas. No acumulado do ano, os embarques estão estimados em 15.884 milhões de toneladas.

Na semana entre 25 de junho a 1º de julho, foram embarcadas 598.443 toneladas de milho. Para a semana entre 2 de julho e 8 de julho estão previstos embarques de 1.483 milhão de toneladas.

Dados divulgados nesta semana pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) estimam que o Brasil deve exportar 38.500 toneladas de trigo em julho. No mesmo mês do ano passado, o País não exportou o cereal.

Em junho, foram exportadas 58.000 toneladas. No acumulado de janeiro a junho de 2023, as exportações totalizam 2.372 milhões de toneladas, contra 3.201 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado. Na semana entre 25 de junho e 1º de julho, o Brasil exportou 25.000 toneladas. Para esta semana estão previstas exportações de 28.000 toneladas.

Pátria AgroNegócios

A colheita de milho segunda safra do Brasil na temporada 2022/23 atingiu 28,30% da área plantada, impulsionada pelos trabalhos em Mato Grosso, informou nesta sexta-feira a consultoria Pátria AgroNegócios.

Os trabalhos seguem atrasados em relação ao mesmo período do ano passado, quando a colheita havia atingido 44,60%, e também estão mais lentos em relação à média de cinco anos para o período de 35,90%.

Os grandes volumes estimados em uma safra recorde no Brasil, contudo, estão pressionando os preços, assim como uma retração de parte dos consumidores no mercado brasileiro, indicou análise do CEPEA nesta sexta-feira.

Segundo consultorias privadas, o Brasil deve produzir mais de 100 milhões de toneladas na segunda safra de milho, sendo cerca de metade em Mato Grosso.

“Mato Grosso lidera o avanço de colheita, com metade da área de milho já finalizada. Outras áreas do Centro-Oeste devem acelerar os trabalhos na próxima semana, enquanto maiores atrasos se concentram no Paraná”, indicou o Diretor da Pátria AgroNegócios, Matheus Pereira, em nota.

A colheita de milho de Mato Grosso atingiu até esta sexta-feira 49,45% da área do Estado, avanço semanal de 16,39%, informou o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA).

Isso indica a chegada de boa oferta ao mercado, apesar do atraso na colheita este ano, o que tem colaborado para enfraquecer mais os preços.

Na média das regiões acompanhadas pelo CEPEA, de 29 de junho a 6 de julho, os preços do milho caíram 3,30% no mercado de balcão (ao produtor) e 2,20% no mercado de lotes (negociação entre empresas).

O ritmo da colheita de milho em Mato Grosso é inferior à média de cinco anos para o período de 59,41%, segundo dados do IMEA, após a colheita da safra do ano passado ter sido uma das mais aceleradas da história, atingindo nesta época a 74,41% da área plantada.

AgRural

 O tempo predominantemente seco registrado na última semana deu mais ritmo à colheita da safrinha 2023 de milho no Centro-Sul do Brasil. Levantamento da AgRural mostra que 27% da área plantada na região estava colhida até quinta-feira (06), contra 17% uma semana antes e 41% no mesmo período do ano passado. Mato Grosso segue na dianteira e registra produtividades muito boas, embora ainda haja atraso em relação a 2022.

Ainda que a expectativa dos produtores continue sendo de altas produtividades em praticamente todo o Centro-Sul, a possibilidade de temperaturas mais baixas, com eventual formação de geada, é fonte de preocupação em áreas mais tardias do Norte do Paraná e do Sul de Mato Grosso do Sul, onde ainda há muitas lavouras em enchimento de grãos. A esta altura, porém, eventuais danos causados pelo fenômeno tendem a não exercer grande impacto sobre o tamanho da safrinha brasileira.

No fim de junho, a AgRural elevou a sua estimativa da produção de milho na safrinha 2023 do Brasil de 97.9 milhões para 102.9 milhões de toneladas. Com isso, a a produção total da temporada 2022/23 (primeira, segunda e terceira safra somadas) é estimada agora em 132.3 milhões de toneladas.

Mercado Interno

A retração de parte dos consumidores e o avanço da colheita de segunda safra mantêm as cotações do milho enfraquecidas neste início de julho na maior parte das regiões acompanhadas pelo CEPEA.

No campo, a ausência de chuvas na última semana favoreceu o avanço nos trabalhos. Dados da Conab mostram que, até o dia 1º de julho, a colheita atingiu 20% da área nacional, avanço semanal de 9%, mas ainda um atraso de 8% em relação ao ciclo anterior.

Por Equipe SNA
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