Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 10,25 centavos. O novembro/20 fechou cotado a US$ 10,44 e o janeiro/21 a US$ 10,47 o bushel.
Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de US$ 1,70. O dezembro/20 fechou cotado a US$ 356,00 e o janeiro/21 a US$ 354,50 a tonelada curta.
“Traders aproveitaram o feriado no Brasil e o feriado governamental nos EUA de Columbus Day para liquidar posições e garantir lucros recentes na segunda-feira, com o mercado registrando perdas de 20 e 30 pontos na soja. No entanto, o mercado registrou um movimento de correção. Apesar das previsões de melhora nas chuvas no Brasil e forte avanço na colheita nos EUA, o sentimento é de que a queda de ontem foi exagerada”, disse Steve Cachia, consultor da Cerealpar e da TradeHelp.
Paralelamente, o mercado acompanha ainda o comportamento do mercado financeiro, do dólar em relação ao real e, principalmente, a corrida presencial norte-americana. Ainda segundo Cachia, atenção também voltada para a possível segunda onda do Coronavírus, que já assusta alguns países da Europa.
“Apesar dos preços de soja e milho historicamente altos no Brasil e do sentimento de que podemos estar próximos das máximas do ano, a escassez de ofertas deixa o mercado ainda com suporte neste momento de entressafra extremamente apertada”, complementa o consultor.
USDA – Relatório Semanal de Embarques
O USDA divulgou o relatório de embarques na semana encerrada na última quinta-feira, dia 8 de outubro. No período, os volumes de soja aumentaram, enquanto os de milho e trigo diminuíram.
O volume de soja exportado foi de 2.157.012 toneladas, aumento de 7,60 % em relação ao da semana anterior. O volume de trigo diminuiu 24,25%, para 514.086 toneladas. Já o volume de milho foi de 632.184 toneladas, 28,50% inferior ao registrado uma semana antes.
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EXPORTAÇÃO DE GRÃOS NA SEMANA ENCERRADA EM 8 DE OUTUBRO DE 2020 (em toneladas)
Grão 08/10/2020 01/10/2020 10/10/2019
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Trigo 514.086 678.715 497.468
Milho 632.184 884.157 480.647
Soja 2.157.012 2.004.867 956.056
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EXPORTAÇÕES DE GRÃOS DOS EUA ACUMULADAS NO ANO
Grão – Atual ano comercial – Ano comercial anterior
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Trigo 10.437.123 9.498.368
Milho 4.319.958 2.506.319
Soja 9.095.531 5.162.862
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Plantio Brasil
O plantio brasileiro de soja 2020/21 alcançou 3,40% da área estimada até o dia 8 de outubro, com os trabalhos mais lentos dos últimos dez anos em meio a um cenário de pouca chuva e altas temperaturas nas regiões produtivas, informou uma consultoria da AgRural nesta segunda-feira.
Uma semana antes, uma semeadura estava em 1,60% da área. No mesmo período da safra passada, o percentual de plantio atingia 11,10% da área.
“(Este é o) percentual mais baixo para essa época do ano desde a safra 2010/11”, informou a consultoria em nota.
Segundo a AgRural, ocorreram chuvas em algumas áreas produtoras na semana passada, mas em volumes irregulares e mal distribuídos.
“Com pouca umidade no solo e temperaturas elevadas, foram acrescentados às regiões em que as condições melhoraram a ponto de permitir o avanço do plantio”, acrescentou.
O atraso no plantio das lavouras de Mato Grosso e Paraná, dois dos principais produtores da oleaginosa no País, faz com que aumente a expectativa de que haverá pouca disponibilidade de soja pronta para colher em janeiro.
No entanto, com chuvas “mais generosas” que ocorreram no fim de semana em alguns Estados, espera-se que o ritmo dos trabalhos melhore nos próximos dias.
Milho fecha em alta
Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 2,25 centavos. O dezembro/20 fechou cotado a US$ 3,91¼ e o março/21 a US$ 3,99¼ o bushel.
Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em leve baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 0,25 a 0,50 centavos. O dezembro/20 fechou cotado a US$ 5,94 e o março/21 fechou cotado a US$ 5,97¼ o bushel.
Vendas EUA
O USDA informou que exportadores dos Estados Unidos relataram vendas de 110.000 toneladas de milho da safra 2020/21 para o México.
Milho EUA
O milho dos Estados Unidos deve reconquistar participação de mercado na América Latina em 2021, com a menor concorrência de outros países exportadores, indicou o USDA. A agência citou também que o produto norte-americano tem condições preferenciais de acesso a alguns mercados da região, como Colômbia, Peru e México.
“O milho dos EUA deve ficar competitivo por causa da ampla oferta disponível e da concorrência reduzida de outros exportadores, como Argentina, Brasil e Ucrânia”, indicou o USDA em relatório.
Em relatório separado, o USDA informou na sexta-feira (9) que produtores dos EUA devem colher cerca de 374 milhões de toneladas de milho na safra 2020/21. As exportações totais do país foram estimadas em 59 milhões de toneladas, quase 14 milhões de toneladas a mais do que o volume estimado para 2019/20.
Segundo o USDA, o aumento das exportações de Argentina, Brasil e Ucrânia deve ser limitado pela menor oferta disponível, no caso de Argentina e Ucrânia, e pelos altos preços domésticos, no caso do Brasil. “Para o Brasil, a forte demanda chinesa por carne tem estimulado a expansão da produção de carne bovina, suína e de frango. Isso deve impulsionar a demanda por milho no mercado doméstico e moderar o volume disponível para exportação.”
Plantio Brasil
A consultoria StoneX divulgou um levantamento com os percentuais de avanço no plantio da safra verão de milho em todos os estados brasileiros. Segundo a publicação, o País já semeou 30,7% do total previsto, um avanço com relação aos 25,20% da semana anterior, mas ainda abaixo dos 50% do mesmo período da safra 2019/20.
O Estado mais adiantado segue sendo o Rio Grande do Sul que saiu de 64% e avançou para 75% nesta semana, seguido por Paraná que foi de 45% para 70% e Santa Catarina que elevou de 62% para 65% em uma semana.
Outros estados com plantio da safra verão são S. Paulo, que já semeou 6% da área e Minas Gerais, com plantio finalizado em 3%.
AgRural: O plantio da primeira safra de milho 2020/21 de 39% da área estimada para o Centro-Sul do Brasil até o dia 8 de outubro, está em linha com a média de cinco anos, mas abaixo dos 45% registrados no mesmo período do ciclo anterior.
“Os trabalhos estão concentrados nos três Estados do Sul, já que São Paulo, o primeiro dos demais Estados a iniciar o plantio, ainda estava muito seco na semana passada”, indicou a consultoria.
Ainda não há relatos de perda de potencial nas áreas mais adiantadas, mas lavouras do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina registraram falta de umidade na última semana.
A Safras & Mercado divulgou um levantamento apontando o avanço no plantio da safra verão de milho em todos os estados brasileiros. Segundo a publicação, o País já semeou 43,10% da área estimada.
O plantio segue atrasado com relação ao mesmo período da safra passada 2019/20, quando o avanço estava em 49,50%. Já a média dos últimos cinco anos é de 44,60% no mesmo momento.
O estado mais adiantado é o Rio Grande do Sul com 73,40% plantado, seguido por Paraná com 67,20%, Santa Catarina com 62,30% e São Paulo com 1%.
Na safra anterior, os percentuais registrados neste momento eram de 79% para o Rio Grande do Sul, 76% para o Paraná, 64% em Santa Catarina, 23% em São Paulo, 18% em Mato Grosso do Sul, 15% em Goiás, 5% em Minas Gerais e 3% no Mato Grosso.
Exportações Brasil
O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços divulgou, por meio da Secretaria de Comércio Exterior, seu relatório semanal que aponta as exportações acumuladas de diversos produtos agrícolas até a segunda semana de outubro.
Nestes 7 dias úteis do mês, o Brasil exportou 2.056.286 toneladas de milho. Este volume já representa 31% de tudo o que foi embarcado durante o mês de setembro inteiro (6.608.121 toneladas).
Com isso, a média diária de embarques foi de 293.755 toneladas, volume 6,64% menor do que a média do mês passado (314.672 toneladas). Em comparação com o mesmo período do ano passado, a média de exportações diárias ficou 7,29% acima das 273.806 toneladas do mês de outubro de 2019.
Em termos financeiros, o Brasil exportou um total de US$ 352.519,90 no período, contra US$ 993.719,50 de todo outubro do ano passado. Já na média diária, o atual mês contabilizou um aumento de 11,49% de US$ 50.360,00 contra US$ 45.169,10 em outubro do ano passado.
Já o preço por tonelada obtido registrou um aumento de 3,92% no período, saindo dos US$ 165,00 do ano passado para US$ 171,4 neste mês de outubro.
Para o analista da SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, até agora o Brasil já tem 24 milhões de toneladas comprometidas com a exportação entre volumes já embarcados ou já nomeados para o restante de outubro.
“Precisaria de mais 10 milhões de toneladas até janeiro para atingir a meta de 34 milhões de toneladas, mas não existe espaço para muito mais do que isso e o total pode ser menor. Os preços internos estão muito altos e poucos negócios novos aparecem para fora”, disse.
A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) estima que a exportação brasileira de milho em outubro vai atingir um total de 4.57 milhões de toneladas, ficando abaixo das 5.51 milhões registradas no mesmo mês de 2019.
De janeiro a setembro, os principais destinos das 20.138.811 toneladas de milho brasileiro foram Irã (12%), Japão (10%), Espanha (9,10%), Vietnã (8,50%), Egito (8,40%), Taiwan (7,90%) e Coréia do Sul (7,10%). Já nas origens, o cereal brasileiro exportado veio, em sua maioria, do Mato Grosso (65,70%), seguido de Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul.