Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em alta, após duas sessões consecutivas de baixa. Os principais vencimentos registraram ganhos de 13 a 26,50 centavos, com o julho/23 cotado a US$ 15,21 (+ 1,77%) e o novembro/23 a US$ 13,23 (+ 0,99%) o bushel. O julho na máxima do dia (US$ 15,25), registrou a maior cotação desde 6 de março.
Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em alta, após duas sessões consecutivas de baixa. Os principais vencimentos registraram ganhos de US$ 0,60 a US$ 3,90, com o agosto cotado a US$ 409,50 (+ 0,52%) e o dezembro a US$ 398,90 (+ 0,15%), a tonelada curta.
O óleo de soja fechou em alta pela terceira sessão consecutiva, com o dezembro registrando um ganho de 2,22%.
A soja fechou em alta em uma sessão novamente volátil, com foco do mercado permanecendo nas condições climáticas dos Estados Unidos.
Segundo o Diretor-Geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa, “o clima pode sustentar a alta das cotações, já que o tempo foi de certa forma mais seco durante o final de semana, principalmente no Sul do Corn Belt e no Leste e com chuvas em Iowa, parte de Nebraska, Minnesota, Dakotas, e Norte de Illinois, o que fez com que parte do mercado estime uma queda de 3% nas condições boas/excelentes das lavouras da soja, que serão divulgadas na tarde de hoje”, disse o executivo.
E as previsões para os próximos 10 dias indicam chuvas abaixo do normal. Com os plantios de soja e milho já concluídos, níveis adequados de umidade são essenciais para garantir um desenvolvimento satisfatório das lavouras, algo que ainda não ocorreu nesta safra.
O vencimento julho da soja fechou em alta de 1,77%, também impulsionado pelo melhor desempenho do óleo de soja, que fechou em alta de mais de 2%, se mantendo ainda volátil, após o anúncio do mandato de biocombustíveis dos EUA da semana passada. As incertezas sobre o futuro acordo de exportação de grãos do Mar Negro também ofereceram suporte para os óleos vegetais, dada a importância da Ucrânia para o fornecimento de óleo de girassol.
Os contratos futuros da safra nova do milho fecharam em leve alta em Chicago, depois de um fim de semana em que pelo menos algumas áreas secas do Corn Belt receberam chuvas, e com previsão de mais chuvas para o próximo final da semana.
Os contratos futuros de trigo, depois de passar a maior parte do dia em alta, enfraqueceram no final da sessão, com o vencimento setembro em Chicago registrando uma queda de 1,11%.
As preocupações com a situação na Rússia, o maior exportador de trigo, que foram estimuladas pelo motim do fim de semana da milícia do grupo Wagner, desapareceram quando a turbulência pareceu passar com tremores secundários.
Mercado Interno
As condições das lavouras de soja dos Estados Unidos seguem piorando, situação que tem elevado os preços da oleaginosa no mercado externo. Segundo pesquisadores do CEPEA, o repasse da alta internacional para o Brasil, contudo, acabou sendo limitado pelos prêmios cada vez mais negativos e pela menor taxa de câmbio. De qualquer forma, pesquisadores ressaltam que as valorizações externas deixaram vendedores brasileiros mais firmes em suas ofertas no mercado spot, com muitos à espera de novas altas nos preços domésticos.
Milho fecha em leve alta com o mercado focado nas condições climáticas nos EUA
Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em leve alta, exceto o setembro que fechou em baixa de 0,75 centavos. Os principais vencimentos registraram ganhos de 0,25 a 6,50 centavos, com o setembro cotado a US$ 5,84 (- 0,13%) e o dezembro/23 a US$ 5,88¼ (+ 0,04%) o bushel.
Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam novamente em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 6 a 8,25 centavos, com o setembro cotado a US$ 7,38¼ (- 1,11%) e o dezembro/23 a US$ 7,55¾ (- 0,79%) o bushel.
Safras da Rússia
A produção total de trigo da Rússia cairá neste ano 17% em relação a 2022, para 86.7 milhões de toneladas, embora ainda esteja 4% acima da média de cinco anos, estimou o serviço de monitoramento de safras da União Europeia (MARS) nesta segunda-feira.
Em um relatório, a MARS também estimou a produção total de cevada do país em 2023 em 20.4 milhões de toneladas, uma queda de 11% no ano, e a safra de milho em 15.2 milhões de toneladas, um aumento de 1%.
Exportações Brasil
Os 16 primeiros dias úteis de junho registraram embarques de 632.011 toneladas de milho, segundo relatório da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Isso representa 63,88% das 989.299 toneladas exportadas em junho de 2022.
Para o Analista de Grãos e Oleaginosas da HedgePoint Global Markets, Pedro Schicchi, reduções na produção de milho dos Estados Unidos vão impactar a capacidade do país de atender a demanda internacional e direcionar parte dessa demanda para o Brasil, dando algum suporte para os preços internos no 2º semestre, quando essa movimentação de embarques deve aumentar o ritmo.
Os line-ups, a programação de embarques nos portos brasileiros, indicam que poderão ser exportadas 1.206 milhão de toneladas de milho em junho, segundo levantamento da Safras & Mercado. Desse total, já foram embarcadas 546.300 toneladas.
Para julho estão programados embarques de 4.007 milhões de toneladas de milho. Em agosto, os line-ups projetam embarques de 107.000 toneladas.
Entre fevereiro/23 e janeiro/24, os line-ups indicam embarques acumulados de 8.643 milhões de toneladas.
Colheita Brasil
A colheita da safrinha de milho 2023 atingiu na quinta-feira (22) a 9,30% da área estimada para o Centro-Sul do Brasil, contra 4,70% uma semana antes e 20,30% no mesmo período do ano passado, de acordo com levantamento da AgRural.
Mais uma vez, os trabalhos continuaram concentrados em Mato Grosso, onde a alta umidade dos grãos dificulta o avanço das máquinas. Outros estados registram colheita em áreas pontuais desde a semana passada, mas a melhora do ritmo ainda depende da queda da umidade.
Em Mato Grosso, a semana de tempo mais firme impulsionou a colheita e os reportes são de ótimos rendimentos, apesar da umidade dos grãos ainda estar acima do usual. Os outros estados do Centro-Sul também já começaram a colher algumas áreas pontuais, mas as máquinas avançam lentamente devido à alta umidade dos grãos.
Segundo o IMEA, A colheita da safra de milho de inverno 2022/2023 em Mato Grosso atingiu 19,24% da área total plantada no Estado. Isso representa um avanço de 10,89% em relação à última sexta-feira (16), quando a colheita atingia 8,35%.
Há um atraso de 16,47% na colheita em relação aos 35,70% colhidos na mesma data de 2022 e também em relação à média dos últimos cinco anos de 27,81%. A região mais adiantada no Estado é o Médio-Norte, com 27,34% da área colhida e a mais atrasada é o Oeste (9,48%).
A AgRural estima a produção total de milho do Brasil na safra 2022/23 (primeira, segunda e terceira safras somadas) em recordes 127.4 milhões de toneladas. A produção da safrinha, que passará por nova revisão no fim de junho, está estimada em 97.9 milhões de toneladas.
Mercado Interno
Os preços do milho seguem se recuperando na maior parte das praças acompanhadas pelo CEPEA, ainda sustentados pelas altas nas cotações externas. Segundo pesquisadores do CEPEA, produtores estão afastados das negociações no mercado spot, atentos ao campo nacional e também ao clima nos Estados Unidos. E a restrição na oferta elevou com certa força os preços em regiões produtoras, como Paraná, Goiás e Mato Grosso.
No mercado externo, as altas do milho estão atreladas à piora das condições das lavouras dos Estados Unidos. Além disso, preocupa o setor o fato de que o atual acordo de exportação de grãos por meio do Mar Negro não seja renovado por parte da Rússia. O acordo se encerra em 18 de julho. As altas externas foram limitadas por previsão de chuvas para o final de semana em áreas dos Estados Unidos, o que pode aliviar o estresse hídrico das lavouras.
