Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 2,50 a 3,25 centavos, com o janeiro/24 cotado a US$ 13,10½ (+ 0,25%) e o março/24 cotado a US$ 13,24¾ (+ 0,19%) o bushel. Nas últimas cinco sessões o janeiro acumula uma queda de 0,30% e o março de 0,09%.
Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de US$ 4,10 a US$ 4,50, com o dezembro cotado a US$ 431,00 (+ 1,06%) e o janeiro/24 a US$ 418,00 (+ 0,99%) a tonelada curta. Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma queda de 0,74% e o janeiro/24 de 1,14%.
O óleo de soja fechou em baixa, após duas sessões consecutivas de alta, com o dezembro registrando uma queda de 1,85%. Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma alta de 0,19%.
A soja voltou a subir, depois de ser negociada em baixa na madrugada. A inversão do movimento acompanhou a alta do farelo. Na madrugada, após a divulgação de dados mais fracos da economia chinesa, o vencimento janeiro/24 quase rompeu os US$ 13,00, Entretanto, a escassez de farelo no mercado internacional segue dando sustentação ao derivado e, por consequência, a oleaginosa, indicou a Agrinvest Commodities.
Ale Delara, sócio-diretor da Pine Agronegócios, disse que a alta de 20% nos preços do farelo de soja nas últimas três semanas contribuiu para o avanço das cotações da oleaginosa.
As informações sobre o andamento da colheita da safra dos EUA também deram suporte aos preços da soja. Segundo o USDA, a colheita atingiu 85% da área até o último domingo, percentual que está abaixo dos 87% registrados no mesmo período do ano passado, que era o esperado pelo mercado, segundo o analista.
“O mercado esperava um avanço mais consistente da colheita americana, no entanto, choveu muito no Corn Belt nas últimas semanas”, disse Ale Delara.
O clima na América do Sul ganha cada vez mais importância no foco do mercado e as previsões sinalizando melhoras nas condições, em especial no Centro-Norte do Brasil, têm pesado sobre as cotações já desde ontem.
“Os modelos climáticos estão errando muito, para mais e para menos. Ontem, em conversa com alguns produtores de Mato Grosso sobre a rodada de chuvas do final de semana, ouvi relatos de volumes e cobertura muito acima do previsto”, disse o analista Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities. E mais chuvas estão previstas para o Estado, bem como a continuidade delas para o Sul do Brasil, o que, neste caso, é ruim para o plantio 2023/24.
Segundo os últimos dados do IMEA (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), o plantio no Estado atingiu 70,05% da área, com um avanço semanal, até sexta-feira (27), de 10%. Ao mesmo tempo, porém, os trabalhos de campo estão bastante comprometidos em estados como o Paraná, pelo excesso de umidade, ou em outras regiões do Centro-Oeste e do Matopiba, pela falta delas.
“O mercado está focado no Brasil. O plantio segue atrasado, com poucas chuvas significativas e calor excessivo no Centro-Norte do País”, informou a Pátria Agronegócios.
USDA – Vendas
Exportadores reportaram ao USDA a venda de 239.492 toneladas de soja do ano comercial 2023/24 para o México.
Exportações – Brasil
As exportações brasileiras de soja devem totalizar 5.96 milhões de toneladas neste mês de outubro, segundo a Associação Nacional de Exportadores de Cereais (ANEC), que atualiza as suas estimativas semanalmente. Este volume é 2,90% menor do que o previsto na semana passada, mas representa um aumento de 66% em relação ao do mesmo mês de 2022.
Do farelo de soja, a ANEC estima embarques de 1.69 milhão de toneladas, uma queda de 1,50% em relação à estimativa anterior e uma queda de 5% em comparação com outubro do ano passado.
Paraná
O plantio de soja do Paraná atingiu 69% da área estimada para safra 2023/24, avanço de 11% em relação à semana anterior, apesar de chuvas intensas no Estado nos últimos dias, que têm dificultado os trabalhos em algumas áreas, segundo dados do Departamento de Economia Rural (DERAL) divulgados nesta terça-feira.
O plantio continua adiantado em relação a 2022 nesta época (67%), após ter avançado bem no início dos trabalhos, diante das condições climáticas de El Niño que tendem a trazer mais chuvas para o Sul do Brasil. Mas, até a semana passada, os dados do plantio mostravam um ritmo mais forte na comparação anual, com as precipitações se mostrando agora excessivas em partes do Estado.
Em algumas áreas do Sul do Paraná, há informações de dificuldades para plantar a soja devido à elevada umidade dos solos, informou o DERAL, enquanto as lavouras no Centro-Oeste, como em Mato Grosso, sofrem com a irregularidade de chuva.
Na última semana, no Paraná, foram registrados acumulados de chuvas próximos de 200 milímetros em alguns municípios, informou o DERAL.
No Sudoeste, o prolongado período de solo úmido está dificultando os trabalhos no campo, “oferecendo poucas oportunidades para os produtores realizarem o plantio da soja”, o que está pontualmente atrasando o avanço da área plantada, com possível impacto na segunda safra, informou o DERAL.
“Porém, mesmo com a alta umidade do solo, os produtores estão realizando o plantio de soja, e alguns municípios devem concluí-lo durante esta semana”, informou o boletim, sobre a Região Sudoeste.
No Sul do Paraná, o plantio da safra 2023/2024 está registrando atrasos devido às condições climáticas, “com o plantio de soja sendo o mais afetado, apesar de ainda estar com um desenvolvimento razoável”. “Continuam ocorrendo relatos de podridão de raiz e mortalidade de plantas na cultura. Embora em termos percentuais não sejam significativos, esses problemas estão se tornando mais frequentes”, informou o DERAL.
A última estimativa do DERAL para a safra de soja do Paraná 2023/24 é de 21.9 milhões de toneladas, o que seria próximo do recorde.
Milho fecha em leve alta
Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 0,25 a 0,50 centavos, com o dezembro cotado a US$ 4,78¾ (+ 0,10%) e o março/24 a US$ 4,93 (+ 0,05%) o bushel. Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma queda de 1,08% e o março de 1%.
Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em baixa pela terceira sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram quedas de 9 a 9,75 centavos, com o dezembro cotado a US$ 5,56¼ (- 1,72%) e o março/24 a US$ 5,85¼ (- 1,51%) o bushel. Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma queda de 4,18% e o março de 3,66%.
O milho fechou praticamente estável. O mercado viu no percentual da colheita nos Estados Unidos um motivo para o avanço das cotações. A colheita atingiu 71% da área plantada, informou nesta segunda-feira (30), o USDA.
Pela primeira vez nesta safra, o ritmo da colheita está atrás do percentual do ano passado, quando, na mesma data, os produtores já haviam colhido 74%. Por outro lado, a média dos últimos cinco anos é de 66%. A expectativa do mercado era de um percentual de 73%.
Já o trigo voltou a cair diante de uma perspectiva favorável para as lavouras de inverno nos Estados Unidos.
Segundo Ale Delara, sócio-diretor da Pine Agronegócios, o trigo caiu com as boas condições das lavouras do trigo de inverno nos EUA, com o plantio da safra 2023/24 atingindo 84% da área estimada até o último domingo. Do total plantado, 23% das lavouras estão em boas condições, segundo o USDA.
“A condição das lavouras de trigo nos EUA é a melhor desde 2019. Além disso, os preços caíram também em função das chuvas em áreas produtoras na Argentina, e na Austrália, onde o governo já vê uma melhora das lavouras”, disse Delara.
Ainda segundo o analista, as ofertas da Rússia, o maior exportador mundial de trigo, seguiram sendo um fator de pressão sobre os preços, uma vez que o país pode colher uma safra acima das 90 milhões de toneladas.
Exportações – Brasil
As exportações brasileiras de milho em outubro devem totalizar 8.3 milhões de toneladas segundo a Associação Nacional de Exportadores de Cereais (ANEC), que atualiza as suas estimativas semanalmente. Este volume representa um aumento de aproximadamente 1,20% em relação ao relatório anterior. Agora, a estimativa é de que os embarques superem em mais de um terço o volume de outubro do ano passado.
Já as exportações de trigo estão estimadas em 63.900 toneladas, refletindo uma queda de quase 30% em uma semana. No entanto, esse volume é positivo, uma vez que, em outubro de 2022, não houve exportações de trigo.
Paraná
O DERAL informou que o plantio da primeira safra de milho no Paraná atingiu 93% da área, avanço de apenas 2% em relação à semana passada.
No caso do trigo, a colheita atingiu 89% da área plantada, avanço de 5% em relação à semana anterior.
Na semana passada, o DERAL reduziu a estimativa da safra de trigo do Paraná para 3.855 milhões de toneladas, contra as 4.16 milhões de toneladas da estimativa de setembro, em meio a chuvas no Estado.
Trigo – Brasil
Segundo levantamento semanal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita da safra 2022/23 de trigo atingiu 67% da área estimada nos oito principais estados produtores do Brasil, incluindo: Goiás, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul, que representam 99,90% do total, até 29 de outubro.
Na semana anterior, o percentual era de 59,20%. No mesmo período do ano passado, era de 40%.
Diante de preocupações relacionadas ao clima e da demanda mais ativa por parte de moinhos, os preços do trigo reagiram neste encerramento de outubro nas regiões acompanhadas pelo CEPEA.
