Soja deve continuar lucrativa em 2020

Os preços da soja no Brasil não devem baixar dos atuais R$ 75,00 a R$ 80,00/saca para os agricultores nos três estados do Sul do País (ou seus equivalentes nos demais estados). A estimativa é da T&F Consultoria Agroeconômica, com base na expectativa de manutenção da demanda chinesa.

“Fizemos diversos comentários em 2019 sobre os possíveis efeitos do resultado do acordo entre EUA e China sobre os preços da soja. Todas as nossas estimativas estão se confirmando. A principal delas é que, mesmo tendo potencial de reconduzir os preços para US$ 10,50/bushel em Chicago, isto não deveria (deverá) acontecer de forma brusca, mas muito lentamente”, apontam os analistas da T&F.

Isso ocorre, segundo eles, porque os chineses são “os melhores comerciantes do mundo, sua principal virtude é a paciência e não tem nenhum interesse em fazer os preços saltarem de um momento para outro. Para isto, usam alternativamente compras nos EUA e na América do Sul com períodos em que ficam fora de mercado para esfriar a pressão sobre os preços […] até porque os EUA não têm produção suficiente para atender a China sozinho”.

Com isto, a T&F mantém sua estimativa de lucratividade ao redor de 23,80% sobre os todos os custos de produção estimados pelo DERAL (Departamento de Economia Rural do Paraná) atualizados em novembro de 2019. Isso vale também se comparados com os preços pagos para o agricultor em Ponta Grossa e outros pontos do País, o que é significativo em qualquer ramo da economia.

“Esta lucratividade deverá se manter até 2023, quando entrar em vigor um aumento de mais 5%, para 15% o uso de óleo de soja na produção de biodiesel no Brasil, passando, então, a ser uma incógnita, uma vez que os preços dependerão de leilões governamentais, embora os líderes do setor estejam bem animados com esta possibilidade”, conclui a T&F.

“Para o milho, os lucros da primeira safra (de verão) estão estimados em 27,27% no comparativo simples de custo/preço de venda por saca, mas depende muito da produtividade de cada lavoura. Já para o milho safrinha, a lucratividade está por enquanto reduzida, ao redor de 7,14%, o que significa que os preços precisarão subir mais para aumentar a lucratividade, embora ela não esteja ruim, porque também depende da produtividade de cada lavoura”, indicou a consultoria.

Com relação ao trigo, o comparativo entre os custos variáveis de produção e os atuais preços pagos aos agricultores no Paraná estão, neste momento, em 6,67%, o que é uma grande lucratividade, quando se sabe que até 10% de prejuízo ainda é viável, porque eleva nesta proporção a produtividade da soja, completaram.

Nesse cenário, a ARC MERCOSUL estima que as previsões do tempo atualizadas mostram a ocorrência de precipitações sobre todo o Centro, Norte e Nordeste do Brasil, atingindo principalmente as regiões que vinha sofrendo com recentes estiagens. “Os totais pluviométricos são estimados entre 30-125mm acumulados nos próximos 5 dias, com as precipitações mais intensas confinadas ao coração do Estado de Goiás. De toda a área de soja brasileira, apenas para o Rio Grande do Sul que não há previsões de chuvas generalizadas até o dia 8 de janeiro”, conclui.

Agrolink

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