Soja: Chicago e dólar em alta levam a saca no mercado disponível para R$ 71,00 em Rio Grande

A combinação alta do dólar e dos contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago poderia, segundo analistas e consultores de mercado, criar algumas oportunidades para os produtores brasileiros.

Somente no terminal de Rio Grande, a saca da soja no mercado disponível estava em alta, no início da tarde de hoje, de 1,14%, cotada a R$ 71,00, enquanto a saca da safra nova estava em alta de 0,67%, cotada a R$ 75,00.

No pregão de hoje, por volta de 12h50 (Horário de Brasília), os principais vencimentos na CBOT subiam entre 6,50 e 7,25 centavos, e mais cedo os ganhos se aproximavam dos 10 centavos. O julho/17 estava cotado a US$ 9,38. Na máxima do dia foi negociado a US$ 9,41 ½.

O dólar, por volta das 12h50, estava em alta de 0,26%, cotado a R$ 3,3200 para venda, depois de bater em R$ 3,3343 na máxima do dia e contribuir para o estímulo ao produtor.

Segundo a analista Andrea Cordeiro, da Labhoro Corretora, esse pregão pode favorecer a evolução não só da comercialização da safra 2016/17, como também da 2017/18. No terminal de Paranaguá, assim como em Rio Grande, a saca da safra nova esta cotada a R$ 75,00.

“Percebo que os produtores estão torcendo por um espasmo no dólar para poder casar algumas contas. Alguns negócios estão saindo na soja e milho e a comercialização deu uma evoluída nas últimas semanas, mas sempre incentivada pela dobradinha câmbio + Chicago”, disse.

Chicago

Na CBOT, depois das quedas observadas no pregão anterior, os contratos futuros da soja passam pelo movimento conhecido como “turnaround Tuesday”, ou, terça-feira da reversão.

“Fundos seguem atuando, aproveitando todas as oportunidades de registrar dinheiro/lucro. E assim, segue o baile com o mercado todo atrapalhado sem saber o que fazer e no saldo do dia os fundos vão pra casa com os bolsos recheados”, disse a analista da Labhoro.

O mercado está focado na nova safra norte-americana e nas condições climática do Meio-Oeste americano nos próximos meses com o desenvolvimento das lavouras entrando em suas fases principais.

O último relatório de acompanhamento de safras do USDA divulgado ontem mostrou que 66% das lavouras de soja estão em boas ou excelentes condições, contra 74% do ano passado e de um intervalo de 65% a 70% esperado pelo mercado.

O mercado futuro da soja em Chicago segue de olho ainda na movimentação das cotações do trigo nas bolsas americanas, também em função das condições da nova safra dos EUA que vêm sofrendo com algumas adversidades climáticas. Ainda segundo o boletim do USDA, apenas 45% das lavouras do trigo de primavera estão em boas ou excelentes condições. Em relação à semana anterior, a queda foi de 10%.

Focado no clima do Meio-Oeste, milho dá continuidade ao movimento de alta em Chicago

Os contratos futuros do milho negociados na CBOT dão continuidade ao movimento positivo ao longo da sessão desta terça-feira (13). Às 12h50 (Horário de Brasília), os principais vencimentos estavam em alta de 3,25 a 3,50 centavos. O vencimento julho/17 era negociado a US$ 3,80 ½, enquanto o dezembro/17 estava cotado a US$ 3,98 ¾ o bushel.

Segundo informações das agências internacionais, o mercado ainda tenta se recuperar das perdas expressivas registradas no dia anterior. “O monitoramento do clima nas regiões produtoras dos Estados Unidos continua sendo o principal atrativo dos mercados agrícolas”, destacou a Granoeste Corretora de Cereais em seu comentário diário.

“As tempestades que se deslocam pelas Dakotas nesta manhã são partes de dois sistemas que deverão trazer boas chuvas para as partes central e leste do Meio-Oeste americano”, informou o site Farm Futures. Ainda assim, em algumas áreas do Corn Belt o clima não permanecerá ideal.

“Com pouco acordo com os modelos climáticos, acho que as classificações das lavouras oferecem suporte para o comércio”, informou a Benson Quinn Commodities, em entrevista ao Agrimoney.com.

No final da tarde de ontem, o USDA divulgou que 67% das lavouras apresentam boas ou excelentes condições. O percentual estava em 68% na semana anterior. 25% das plantações se encontram em condições regulares e 7% estão em condições ruins ou muito ruins.

BM&F Bovespa

Na BM&F Bovespa os contratos futuros do milho operam em campo misto, próximas da estabilidade. Por volta das 12h13, o setembro/17, referência para a safrinha, estava cotado a R$ 27,10 e o novembro/17 a R$ 27,90/saca, em queda de 0,04%.

Os preços trabalham próximos da estabilidade, influenciados pela movimentação na Bolsa de Chicago e também no dólar.

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