As cotações de soja caíram 1,44% nos portos brasileiros (para R$ 90,04/saca) e 0,98% no interior do País, para R$ 84,04/saca, segundo a pesquisa diária do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) . Com isso, as perdas da soja em outubro atingiram 5,84% nos preços de exportação e 5,56% nos preços pagos pelas indústrias esmagadoras.
Segundo a T&F Consultoria Agroeconômica, a queda de 1,96% nas cotações da Bolsa de Chicago superaram com folga a alta de 1,16% do dólar no Brasil. “Os preços continuam com as mesmas bases. Os produtores ainda estão insatisfeitos com os patamares, mas começando a crer nesses novos níveis e até aceitando a possibilidade de cair ainda mais com a iminente eleição do Bolsonaro”, disse um corretor à T&F.
Segundo o analista Luiz Fernando Pacheco, este é o sentimento geral do mercado. “Para os próximos meses, os preços da soja estarão fortemente atrelados às flutuações do dólar no Brasil, ao clima nos Estados Unidos e à maior ou menor demanda da China por soja americana”.
“Como praticamente acabou a soja brasileira e o pouco que resta não está entusiasmando os produtores a vender por causa do dólar, resta aos chineses repensar a situação de disputa com os EUA e tentar uma estratégia para conseguir driblar as taxas impostas pelo governo”, acrescentou o analista.
Ele afirmou que existe a possibilidade do dólar voltar para níveis acima de R$ 4,00 se a implantação de reformas do novo governo gerarem protestos e convulsão social no país.
“Além disso, Chicago poderia subir se os problemas climáticos hoje existentes sobre a safra americana, de excesso de chuva e neve se intensificarem, e ainda se houver problemas de seca sobre a safra brasileira de soja. Tudo isso poderia levar os preços da soja de volta aos patamares de R$ 80,00/interior para a próxima safra”, concluiu Pacheco.
Fonte: Agrolink