As importações de soja da China pelo Brasil aumentaram 2,60% em abril em relação ao mesmo período do ano passado, segundo os dados da Administração Geral da Alfândega da nação asiática. O volume importado foi de 5.939 milhões de toneladas, somente de produto brasileiro. É quase o triplo do volume de março, quando foram importadas 2.099 milhões de toneladas.
Ainda segundo os números da Alfândega chinesa, as importações de soja do país teriam registrado queda no mês de 12%, para totalizar 6.71 milhões de toneladas. Assim, já poderia ser computada a redução nos estoques de farelo e soja em grão na nação asiática.
Os números apontam ainda que, também em abril, a China comprou 665.591 toneladas de soja dos EUA, um volume que é 62% menor em relação ao mesmo período de 2019. No entanto, na segunda quinzena de abril, os volumes já começavam a se recuperar, com a chegada de grandes cargas da oleaginosa e derivados à China.
Há alguns dias, o Notícias Agrícolas havia adiantado que, entre maio e julho, os chineses receberiam volumes recordes de soja do Brasil. Segundo o Conselho Nacional de Grãos e Óleos da China, o recebimento de soja brasileira na nação asiática deverá alcançar o recorde das dez milhões de toneladas e ficar próximo a esse número nos meses de junho e julho.
O governo chinês vem estimulando que as tradings e esmagadoras sigam recompondo seus estoques de grãos, proteínas e outros produtos, para garantir a segurança alimentar na volta do pico da pandemia do novo Coronavírus e também dos resultados drásticos que episódios como o da Peste Suína Africana ocasionaram em seus planteis.
Somente em abril, as importações de carne suína da China aumentaram 170% em relação a 2019, neste mesmo intervalo, e alcançaram 400.000 toneladas. No primeiro quadrimestre do ano, foram 1.35 milhões de toneladas, registrando aumento de 170,40%.
Exportações do Brasil
Enquanto sobem as importações de soja pela China, as exportações brasileiras também registram números elevados e novos recordes. Segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), os embarques da oleaginosa do Brasil na terceira semana de maio foram de 3.5 milhões de toneladas, levando o acumulado no mês para 12.3 milhões de toneladas.
“Tudo indica que maio termine com mais de 15 milhões de toneladas exportadas”, disse Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting.
“Nota-se que a soja continua como o maior produto brasileiro na pauta exportadora, e somente nestas três primeiras semanas de maio gerou para o Brasil cerca de US$ 4.6 bilhões, liderando forte as vendas e dando fôlego à economia brasileira que, em tempos de quarentena, está em frangalhos”.
Até o momento, as exportações do país já somam 46.8 milhões de toneladas, um novo recorde para os primeiros cinco meses do ano, enquanto no mesmo período do ano anterior esse volume era de apenas 33 milhões de toneladas.
No complexo soja, o total acumulado das vendas externas já chega a 53.8 milhões de toneladas, enquanto há um ano eram 39.7 milhões de toneladas. A estimativa é de que o Brasil encerre o ano com exportações no complexo de 95 milhões de toneladas.
Notícias Agrícolas