Os preços atrativos da soja, que motivaram um adiantamento da comercialização da safra recorrente, em relação ao ciclo anterior, estão ameaçados. Isso porque, após a intensificação da crise política, a valorização da moeda nacional colocou a vantagem competitiva do Brasil no mercado internacional em xeque.
“O Brasil, que ainda tem cerca de 40% da sua safra para ser comercializada (quase 40 milhões de toneladas entre exportação e mercado interno), pode ver seus embarques e vendas externas sendo reduzidos”, disse a Coordenadora de Inteligência de Mercado da INTL FCStone, Natália Orlovicin.
Com esta mudança de conjuntura, é possível que os Estados Unidos exportem mais do que o previsto, atingindo o número final estimado pelo USDA. “Antes desta queda do dólar, acreditava-se que dificilmente a estimativa de quase 46 milhões de toneladas seria atingida, o que levaria os estoques do País a ficarem ainda mais maiores”, disse Natália.
No entanto, o novo cenário levaria a um aumento considerável na demanda total pelo grão dos Estados Unidos e uma consequente queda nos estoques finais, o que significa preços maiores na CBOT. Considerando os estoques finais da safra norte-americana estimados atualmente em pouco mais de 12 milhões de toneladas, acredita-se que cerca de 50% deste valor ainda poderia efetivamente ser destinado a uma demanda adicional por exportações, que seria migrada do Brasil.
Desse modo, ainda de acordo com cenário da consultoria INTL FCStone, os Estados Unidos exportariam um adicional de 6 milhões de toneladas, contra uma redução de mesmo montante do sul-americano, levando os estoques finais da safra 2015/16 do Brasil e dos Estados Unidos chegarem a 6.8 milhões de toneladas e 6.5 milhões de toneladas, respectivamente.
Fonte: Notícias Agrícolas