SNA participa de importante evento sobre transição energética

O CEO da ENGIE, Maurício Bähr, salientou que concentrar os esforços nas regiões já carentes de recursos pode ter o efeito duplamente benéfico de expandir o mercado de energia limpa e fomentar a prosperidade desses locais. Foto: Divulgação

Nomes proeminentes debateram aspectos e desafios do cenário

No último dia 18 de setembro, foi realizada mais uma edição do tradicional ENGIE Day, que reuniu centenas de pessoas no Museu do Amanhã, na região portuária do Rio de Janeiro. A assessoria de comunicação da SNA compareceu a convite dos organizadores do evento, que contou com pronunciamentos importantes de gestores e especialistas do setor. Com ênfase na já expressiva produção nacional de energia renovável, especialmente a do Nordeste, os painéis de debate destacaram o potencial de atrair mais investimentos na prospecção de novas linhas e instalações industriais. O CEO da ENGIE, Maurício Bähr, salientou que concentrar os esforços nas regiões já carentes de recursos pode ter o efeito duplamente benéfico de expandir o mercado de energia limpa e fomentar a prosperidade desses locais.

Questão fundamental para a toda a sociedade e, em especial, setores produtivos como o agronegócio, o custo da energia também mereceu atenção dos presentes. Estavam lá emissários de agências reguladoras, escritórios de advocacia e bancos, entre muitos outros. Mauricio Bähr frisou que os subsídios, em longo prazo, tiveram um efeito danoso no preço da energia, sobretudo em iniciativas que preconizem matrizes renováveis e limpas. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage), a desigualdade nos incentivos deixa os mais vulneráveis sem opções, enquanto classes mais ricas são recompensadas quando instalam, por exemplo, painéis solares.

Um dado que chamou a atenção de todos, trazido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), revela que 26% da energia consumida no Brasil ainda são provenientes da queima de lenha, o que reflete a pobreza extrema ainda reinante nos rincões do país. Essa modalidade sobe para 80% quando o recorte demográfico incluiu apenas as camadas da população que ganham até dois salários mínimos. Em comparação, 90% dos que ganham uma renda acima desse patamar são usuários da rede elétrica. Isso sublinha, de acordo com as referidas entidades, a necessidade de baratear o custo e incluir os mais pobres quando se fala numa transição energética justa, talvez até com atuação dos representantes políticos e mediante projetos no Congresso Nacional.

Outras manifestações vieram no mesmo sentido, seguindo a lógica de que grandes empresas como a ENGIE devem seguir atuando em parceria com o Estado para contemplar o interesse público e baixar os preços da energia. Isso porque o Brasil é um país sabidamente abundante de recursos naturais que podem estabelecer um padrão inclusive para outros países, com uma matriz verde e tecnológica. Essa diversidade de fontes deve propiciar um equilíbrio do consumo, tanto do ponto de vista ambiental quanto sócio – econômico. Assim, o setor elétrico pode se amparar num tripé de segurança, sustentabilidade e tarifas justas.

O clima como fator decisivo

Outra discussão relevante se deu no contexto das mudanças climáticas e seus impactos no futuro do desenvolvimento energético. Assunto que mobiliza produtores e cientistas no campo da agropecuária, e sobre o qual o Portal SNA vem produzindo conteúdo regularmente, também mereceu atenção dos participantes e foi objeto de propostas ambiciosas. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), os grandes projetos do país, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) precisam dialogar com instâncias, a exemplo do já existente Plano Clima. Essa troca de informações, de acordo com a CNI, é fundamental para que a demanda por expansão, atividade industrial e grandes obras públicas não comprometa metas assumidas de preservação e controle da emissão de poluentes.

Setores como o de papel e celulose, por exemplo, já investem pesado em descarbonização, através do replantio de matas nativas e outras medidas, num montante da ordem de R$ 100 bilhões por ano. A tendência, segundo os representantes de diversos segmentos, é que as empresas tenham departamentos dedicados a iniciativas assim, verticalizando a preocupação na hierarquia e na cadeia produtiva, inclusive com os fornecedores. Dessa forma, os clientes podem contabilizar as emissões e saber exatamente onde e o quanto descarbonizar.

Como a matriz energética brasileira já é majoritariamente limpa, o país larga na frente e pode pensar em outras vertentes para incrementar as fontes renováveis sem prejuízo da produção, investindo em pesquisa e novas tecnologias. No entanto, esses aportes ainda estão bastante aquém do necessário, conforme restou evidente no enfrentamento de intempéries recentes que castigaram biomas e lavouras, pressionando seguradoras e exigindo muito mais em reconstrução do que prevenção.

Esses eventos tornaram imperativa a transição energética que balizou as discussões do ENGIE Day como um todo, segundo os participantes. O senso de urgência dessas medidas leva as empresas, inclusive rurais, a buscarem orientação profissional para implementar as diretrizes ESG. Gil Maranhão, Diretor de Comunicação e Sustentabilidade da ENGIE, que já concedeu importante entrevista ao Portal SNA, resumiu o cenário com sua pertinência lapidar:

As pessoas só se engajam naquilo que conhecem e entendem. Então, esse é o nosso objetivo, educar no sentido de trazer mais conhecimento sobre o tema. Se sairmos daqui com nossos espectadores conhecendo um pouco mais sobre a transição energética e tudo o que está em jogo, eles vão passar a se engajar mais e é isso que queremos”.

Por Marcelo Sá – jornalista/editor e produtor literário (MTb13.9290) marcelosa@sna.agr.br
Agradecimento a Karina Howlett – Coordenadora de Comunicação Externa da ENGIE
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