Sistema CNA/Senar apresenta resultados dos custos de produção no campo

 

O Sistema CNA/Senar apresentou, nesta quinta-feira, durante o evento “Como tornar a agropecuária mais atrativa em 2022”, os principais resultados dos levantamentos dos custos de produção da agropecuária coletados pelos técnicos do Projeto Campo Futuro em 2021.

Na abertura do encontro virtual, o presidente da CNA, João Martins, afirmou que o Campo Futuro é um projeto prioritário para a casa e que as análises dos dados coletados servem de base para uma série de iniciativas e ações do Sistema em benefício dos produtores rurais.

“Mesmo com a pandemia, o projeto não parou. Estamos encerrando essa etapa e vamos continuar no ano seguinte em um momento mais acessível, em que os técnicos terão uma relação mais próxima com os produtores”.

Para o presidente da CNA, o projeto Campo Futuro está cada vez mais aprimorado e continuará sendo, para a CNA, um dos alicerces de sustentação, reivindicação e conhecimento da realidade dos produtores no campo.

O Campo Futuro é uma iniciativa do Sistema CNA/Senar, em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), a Labor Rural (Universidade Federal de Viçosa – UFV), o Pecege (Esalq/USP) e o Centro de Inteligência de Mercados da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA).

Insumos

Durante o evento, o diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, afirmou que em 2021 foram realizados 127 painéis virtuais de levantamento de custos de 24 atividades produtivas, com a participação de 1.604 produtores rurais de 20 estados e 110 municípios, com significativa participação na produção agropecuária brasileira.

Segundo Bruno Lucchi, a escalada dos preços dos insumos foi a principal responsável pelo aumento dos custos de produção da agropecuária em 2021. O fertilizante, por exemplo, subiu mais de 100% de janeiro a setembro deste ano, em razão da alta demanda, problemas logísticos, questões geopolíticas e consequência da crise energética.

No acumulado do ano, os preços da ureia, do MAP (fosfato monoamônico) e do KCL (cloreto de potássio) subiram 70,1%, 74,8% e 152,6%, respectivamente. Esse cenário de tendência de valorização dos preços de fertilizantes deve permanecer em 2022, impactando na margem de lucro dos produtores rurais.

De acordo com os resultados do Campo Futuro, dentre os defensivos agrícolas, o glifosato foi o que sofreu a maior alta (126,8%), influenciada principalmente pelo fornecimento da matéria-prima, bem como pela proibição de uso do paraquat que fez aumentar a demanda.

Segundo relato dos produtores, houve falta do produto em algumas regiões, trazendo preocupações que vão além da elevação do custo.

Clima

Além dos insumos, o clima também afetou algumas atividades agropecuárias. A estiagem no segundo semestre de 2020 e início de 2021 comprometeu o desenvolvimento da safra de café, cana, feijão e especialmente a segunda safra de milho, que apresentou redução de 20,8% em comparação a safra anterior, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

No caso da pecuária, a produção de volumoso via pasto ou silagem também foi comprometida, principalmente na região Sul do país que sofre pelo segundo ano com os impactos do fenômeno climático La Niña.

Balanço

Soja – O Custo Operacional Efetivo (COE) da soja na safra 2020/2021 foi cerca de 17% superior se comparado à safra anterior, na média de todos os painéis. O grande aumento ocorreu pela alta dos preços de fertilizantes e defensivos, que subiram 14,8% e 16,9% respectivamente nas praças pesquisadas. Entretanto, a produtividade média das lavouras de soja também aumentou, atingindo 59,4 sacas por hectare, 8,6% acima da safra anterior. O preço médio de venda do grão subiu 46,9% frente ao levantamento do ano anterior.

Milho 1ª safra – O principal gasto do milho primeira safra foi com o controle de pragas, 25,7% superior à safra passada. Parte desse aumento se deve ao ataque da Cigarrinha (Dalbulus maidis), que afetou a produtividade de regiões ao Sul do país. Os municípios de Campos Novos e Xanxerê, em Santa Catarina, por exemplo, registraram produtividades de 110 e 130 sacas por hectare respectivamente. A produtividade média de todos os painéis avaliados pelo Campo Futuro para o milho de primeira safra foi de 160 sacas por hectare.

Milho 2ª safra – O atraso no plantio da soja retardou o plantio do milho de inverno, que também passou por geadas próximas à colheita. A produtividade média da cultura em 2020/2021 foi de 63,8 sacas por hectare, 39,3% abaixo do observado na safra anterior, com 105,2 sacas por hectare de média. Regiões no Sul e Sudeste do país, como Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, foram as mais afetadas.

Em Londrina (PR), a área média da região definida para o cultivo de milho safrinha foi de 90 hectares, com apenas 20,7 sacas por hectare de produtividade média. Em Dourados (MS), com 280 hectares, a produtividade foi de 15 sacas por hectare. O bom momento dos preços de venda do cereal auxiliaram a assegurar uma receita bruta 2,7% acima do ano anterior. A margem bruta, porém, ficou 4,1% abaixo da média do ano anterior, mas ainda assim positiva.

Acesse aqui mais informações.

 

Fonte: CNA

Equipe SNA

 

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