Simpósio do Ano Internacional das Leguminosas será realizado nos dias 12 e 13 de maio

Banner oficial 2º Simposio Leguminosas

A Organização das Nações Unidas (ONU) elegeu 2016 o Ano Internacional das Leguminosas. O propósito é chamar a atenção do mundo para a importância desses vegetais nas áreas de saúde, nutrição, segurança alimentar e sustentabilidade ambiental. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) foi designada como agência responsável pela celebração do Ano, em colaboração com a Unesco, Estados Membros, ONGs, entre outros.

Em Campos dos Goytacazes (RJ), o 2º Simpósio Ano Internacional das Leguminosas, que será realizado nos dias 12 e 13 de maio no campus da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), além de mostrar o valor desses alimentos nos contextos da segurança alimentar e sustentabilidade, irá destacar as oportunidades de empregos que as leguminosas podem gerar para engenheiros agrônomos, profissionais em ciências agrárias, biólogos, etc.

 

TEOR DE PROTEÍNAS

“As leguminosas são as espécies vegetais que possuem o maior teor de proteínas e aminoácidos. Também são fontes de carboidratos. Os feijões, por exemplo, tem de 18% a 26% de proteínas; a soja, de 36% a 38%. Como a proteína é o produto mais caro para uma boa alimentação, a ONU está privilegiando as leguminosas para que a sociedade tenha conhecimento de seu poder alimentício”, explica o engenheiro agrônomo José Leonel Rocha Lima, presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Rio de Janeiro (AEARJ), entidade que organiza o simpósio em Campos, em parceria com a Sociedade Espiritossantense de Engenheiros Agrônomos (SEEA).

 

GESTÃO DE RECURSOS

Uma das questões em debate no Ano Internacional das Leguminosas, e que será objeto de estudo no evento em Campos é a sustentabilidade ambiental exercida por meio da gestão e uso de recursos naturais e sustentáveis da terra, água e biodiversidade. De acordo com especialistas, as leguminosas aumentam a biodiversidade, a produtividade e a eficiência do uso da água em sistemas agrícolas e na rotação de culturas, diminui a necessidade de fertilizantes, e reduz o custo final da lavoura, evitando a emissão de gases de efeito estufa.

“As leguminosas, como carregam muita proteína, têm uma relação carbono-nitrogênio alta, e são utilizadas para fazer compostagem. Elas também são usadas para melhorar os solos, porque têm a capacidade de fixar nitrogênio na atmosfera. E isso é um desenvolvimento brasileira”, enfatiza Rocha Lima, fazendo referência ao sistema de fixação biológica do nitrogênio por Rhizobium, desenvolvido a partir dos anos 60. Esse conhecimento acabou por gerar grande competitividade para a produção da soja brasileira.

“Nós produzimos soja com produtividade maior ou igual à norte-americana. Só que nós não gastamos com adubo nitrogenado, que é caro e se origina do petróleo. Então somos muito competitivos na complexo da soja, com o resultado dessa pesquisa”, observa o engenheiro agrônomo, lembrando que a soja, hoje em dia, é plantada de forma direta, sem a necessidade de aragem do solo.
DEMANDAS

Quanto às oportunidades de emprego que podem ser geradas com as leguminosas, Rocha Lima afirma que atualmente existe uma necessidade de profissionais em setores relacionados à produção e a qualidade de alimentos, programação da produção e do uso racional dos solos, compostagem para aumento da matéria orgânica e recuperação de áreas degradadas. O engenheiro destaca ainda que a produção orgânica tem gerado muitas demandas.

 

PROGRAMAÇÃO

O 2º Simpósio Ano Internacional das Leguminosas no Rio de Janeiro, que conta com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Embrapa, Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária, Sociedade Nacional de Agricultura, entre outras entidades. Será aberto com o pronunciamento do representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic.

Está programada uma mesa redonda sobre segurança alimentar e várias palestras sobre sustentabilidade para os dois dias de evento, Rocha Lima destaca “A importância das leguminosas na produção de alimentos e na proteção do meio ambiente”, que será proferida pelo engenheiro agrônomo Segundo Urquiaga Caballero, pesquisador da Embrapa Agrobiologia. “Zoneamento Agroecológico do Rio de Janeiro e uma abordagem das leguminosas”, com José Francisco Lumbreras, pesquisador da Embrapa Solos e a “Importância das leguminosas no manejo sustentável dos solos tropicais”, onde o pesquisador da Embrapa Solo Pedro Luiz de Freitas irá abordar a revolução do plantio direto.

Ainda durante o simpósio, serão debatidos o desastre do Vale do Rio Doce e os resultados obtidos com o plantio de leguminosas na serra fluminense, após o desastre ambiental ocorrido em 2011, quando várias cidades foram atingidas por enchentes. Rocha Lima explica que foi realizado um grande trabalho de recuperação dos solos na região, com o aumento da matéria orgânica para garantir maior sustentação à terra.

Outro destaque será a palestra de Avílio Antônio Franco, engenheiro agrônomo e conselheiro da AEARJ, que irá abordar a importância da soja na economia brasileira e na segurança alimentar da humanidade.

 

IMAGEM

“Queremos desmistificar a imagem que a sociedade brasileira tem em relação à soja. No meio urbano, a soja está associada ao desmatamento, à invasão da Amazônia, quando na verdade quem derruba a Amazônia são os exploradores dos recursos naturais, muitos deles vindos de outros países, com interesses na extração ilegal de madeira e no garimpo. Portanto, não é a soja que derruba a floresta. Ela inclusive agrega valor ao solo desmatado e degradado”, conclui.

 

Fonte: AEARJ

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