Os números indicam um cenário mais positivo ao setor de hortifruti para 2019, segundo o Anuário 2018-2019 (edição de dezembro/18) da Revista HF Brasil, do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.
O novo governo em 2019 e as consequentes expectativas de reforma fiscal e de retomada do crescimento econômico; a estimativa de elevação de 2,53% do PIB e a possibilidade de dólar em patamar mais elevado são os indicativos apontados para um ano mais promissor.
Por outro lado, é preciso considerar que o poder de compra da população está enfraquecido e a melhora desse fator vai depender da queda da taxa de desemprego, da maior disponibilidade de crédito, de inflação baixa e juros reduzidos.
No caso da taxa de desemprego, mesmo com a previsão de melhora dos indicadores econômicos em 2019, deve permanecer elevada no próximo ano (10,7%). A inflação e os juros, por sua vez, continuam em bons patamares, mas o crédito e a disponibilidade de vagas de trabalho ainda são limitados.
Diante disso, pesquisadores da Hortifruti/Cepea acreditam que o consumo de frutas e hortaliças deve seguir similar ao de 2018, que, vale lembrar, não registrou crescimento tão robusto como era inicialmente esperado, mas acabou sendo mais favorável (em comparação aos anos anteriores) para produtos de maior valor agregado (como uva sem sementes, melão “de marca”, tomate “especialidades”, hortaliças mini e baby e minimamente processados).
Área de HF pode ser menor em 2019
Hortaliças
Para 2019, estimativas do Hortifruti/Cepea indicam que a área de hortaliças deve apresentar ligeira redução. Para batata e tomate, a rentabilidade não foi boa o suficiente em 2018 para elevar os investimentos no próximo ano.
Para cebola, os preços no segundo semestre de 2018 ficaram abaixo do custo de produção, o que deve reduzir a área em 2019. Depois do recuo nas áreas de cenoura e de alface em 2018, a aposta inicial é de que a área plantada se mantenha para ambas no próximo ano.
Frutas
A previsão é de ligeira queda na área de frutas em 2019. Para a banana, a área pode recuar levemente. Apesar dos investimentos em Delfinópolis (MG), deve haver redução no Norte de Minas Gerais. Para a uva, a área será um pouco maior em Pirapora (MG), mas pode não superar a queda prevista em São Paulo e Paraná.
Quanto ao melão, a área pode se manter em 2019, assim como para a maçã. Manga deve continuar com aumento de área no Vale do São Francisco e no Norte de Minas Gerais, enquanto melancia recua novamente no Tocantins e na safrinha paulista. Já para o mamão, por enquanto, a previsão é de que a área se mantenha estável frente à de 2018.
Fonte: Hortifruti/Cepea