Setor de fertilizantes especiais atrai empresas estrangeiras

Roberto Levrero, presidente da Abisolo: empresas se preparam para concorrência externa

O presidente da Abisolo (Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia e Nutrição Animal), Roberto Levrero, alertou sobre ameaça de entrada de capitais estrangeiros no segmento, durante o V Fórum promovido pela entidade, paralelamente à Fertishow, em Ribeirão Preto (SP).  “Muitas empresas estão se preparando para enfrentar forte concorrência externa, através de investimentos expressivos em desenvolvimento tecnológico e inovação e, também, através de fusões e incorporações entre as empresas brasileiras”, disse o presidente da entidade.

A desoneração dos produtos constitui um dos objetivos prioritários da associação. Para seus dirigentes, a “guerra fiscal” entre os Estados brasileiros causam impacto nos custos e nos preços desses insumos, considerados vitais pelos técnicos e por produtores rurais para o incremento da produtividade no campo.  Para o presidente Levrero, “a linha de produtos do setor é extensa e complexa. A dificuldade para adoção de novos produtos é restrita pelos marcos regulatórios”.

Mesmo assim, já houve conquistas como a incorporação na política nacional de resíduos sólidos, o programa da Agricultura de Baixo Carbono, o convênio com a Embrapa, o projeto alíquota zero do PIS/Confins para micronutrientes, o projeto de regulamentação dos biofertilizantes, as revisões das instruções normativas do MAPA e o desenvolvimento das estatísticas mercadológicas, conforme acentuou Levrero.

Mas outras ações importantes precisam ser implementadas, disse ele, como maior difusão junto aos técnicos agrícolas, meios acadêmicos e aos próprios produtores rurais sobre os eficazes efeitos que os fertilizantes especiais causam às lavouras. Outro ponto destacado é como conscientizar os empresários a investir mais em tecnologia e inovação para se manterem competitivos e, assim, oferecerem produtos de alta qualidade. Segundo os dirigentes da Abisolo, “existem empresas brasileiras que investem até 5% de seu faturamento em pesquisa e inovação tecnológica”. Outro fator importante para os dirigentes da entidade é manter parcerias, dentro e fora do País, para a evolução técnica e estratégica do setor junto aos mais variados segmentos interessados nessa atividade de grande interesse do agronegócio brasileiro.

O segmento nacional de fertilizantes especiais cresce em media 15% ao ano, segundo informação da diretoria da Abisolo. O setor que representa os fabricantes de fertilizantes orgânicos, organominerais, biofertilizantes, condicionadores de solo e substratos para plantas, fatura cerca de R$ 3 bilhões por ano e emprega mais de 12 mil pessoas. Cerca de 300 empresas atuam no mercado, a maioria de capitais nacionais, das quais 68 são associadas da entidade e que representam 80% do montante de negócios setoriais. Do total de fertilizantes consumidos no País – cerca de30 milhões de toneladas de NPK e outros – o segmento da Abisolo representa 10% do mercado.

 Por Equipe SNA/SP
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