‘Seguro rural é fundamental para estabilidade da renda no campo’, diz Fernando Pimentel

"A pendência financeira junto às seguradoras criava um ambiente de desmotivação no setor”, afirma Fernando Pimentel, diretor da Sociedade Nacional de Agricultura. Foto: Divulgação
“A pendência financeira junto às seguradoras criava um ambiente de desmotivação no setor”, afirma Fernando Pimentel, diretor da SNA. Foto: Divulgação

O Ministério da Fazenda anunciou à ministra Kátia Abreu, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a liberação de R$ 390 milhões para o pagamento de apólices do seguro rural contratadas no ano passado e que, portanto, estava em atraso. Desde que assumiu o cargo, ela vem negociando para que este valor fosse destinado ao seu fim: o produtor rural. De acordo com o órgão, com este repasse, fica equacionado o débito do governo com as seguradoras.

“Esse pagamento é fundamental para restabelecer a confiança no Estado, enquanto contratante de serviços. O seguro rural é fundamental para estabilidade da renda no campo, sobretudo para os pequenos produtores. A pendência financeira junto às seguradores criava um ambiente de desmotivação no setor”, afirma Fernando Pimentel, diretor da Sociedade Nacional de Agricultura.

“É importante ressaltar que o Ministério da Fazenda já entendeu a dimensão e a importância da agricultura na estabilização econômica. É o setor mais resiliente às crises e o setor pelo qual o Brasil tem sido mais competitivo. O apoio ao setor sempre dá retorno ao País, pena que temos menos de 10% da área cultivada com cobertura de seguro rural”, salienta o diretor da SNA.

PAP 2015/16

Pimentel também comentou a liberação dos recursos do Plano Agrícola e Pecuário 2015/16 para esta quarta-feira, 1º de julho, por meio dos bancos que negociam o crédito rural. Ao todo, o governo federal prevê a disposição de R$ 187,7 bilhões para o financiamento das operações de custeio e comercialização, além de investimento e estocagem de álcool.

“Isso é fundamental para recolocar a venda de insumos dentro do ritmo normal. Temos hoje em torno de 12% de atraso nas vendas de fertilizantes em relação ao ano passado. No caso de sementes e defensivos isso ainda é pior. Se a liberação chegar no campo, o que depende da boa vontade dos bancos operadores do crédito, as coisas se normalizam.”

Conforme está previsto no PAP 2015/16, do total dos recursos, R$ 147,5 bilhões devem ser direcionados ao custeio das lavouras e, consequentemente, para a comercialização da produção. Deste montante, segundo informações do Mapa, R$ 94,5 bilhões serão liberados com juros controlados a 7,75% ao ano, para o médio produtor rural, e 8,75% ao ano para os grandes agricultores. Outros R$ 53 bilhões estão disponíveis com juros livres.

JUROS

“A taxa de juros do custeio subiu em relação ao ano passado, o que deve onerar ainda mais a próxima safra, considerando o aumento nos demais itens, tais como fertilizantes, sementes, defensivos e óleo diesel”, destaca o diretor da SNA.

O Plano Agrícola e Pecuário também irá disponibilizar R$ 38,2 bilhões para as operações de investimentos e R$ 2 bilhões para estocagem de álcool.

“Via de regra, os produtores adiam suas decisões de investimentos quando existe alguma incerteza sobre os preços, o que ocorre no momento, sobretudo no caso do milho, soja e algodão. A decisão de investir em infraestrutura e máquinas depende de uma perspectiva mais positiva de preços no médio/longo prazos.”

Por equipe SNA/RJ

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