Pesquisa diária do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostra que os preços da soja no mercado físico brasileiro fecharam ontem (28/1) com valores médios, caindo 0,55% sobre rodas nos portos, para R$ 77,25/saca, e 1,02% no interior do País, para R$ 72,06/saca. Desta forma, as quedas dos preços de exportação já atingiram 3,66% em janeiro e 2,75% no interior.
Segundo a T&F Consultoria Agroeconômica, mesmo que os prêmios de exportação tenham subido levemente nos terminais portuários brasileiros, não conseguiram suplantar a queda de 0,17% do dólar. A isso foi somada uma queda de 0,19% da cotação de Chicago do vencimento março.
“Os relatos recebidos do interior registram que o mercado esteve calmo, com muita especulação e pedida de preços superiores aos do mercado por parte dos produtores, travando as negociações. Somente foram realizados negócios em que o produtor se viu na obrigação de fechar”, disse o analista da T&F Luiz Fernando Pacheco.
Fundamentos
O último fim de semana foi recheado de chuvas sobre o lado oeste de Goiás e todo o lado norte do Mato Grosso, segundo os mapas meteorológicos analisados pela AgResource. “Índices pluviométricos entre 60-130 mm foram registrados nos últimos cinco dias sobre essas regiões. Além do mais, quase 65% da área sojicultora do Brasil observou totais entre 15-25 mm, no mesmo período”, informou a consultoria.
“De maneira geral, o estresse hídrico foi amenizado no território brasileiro, com exceção a todo o noroeste do Paraná, que segue com um intervalo prolongado de estiagem”, relatou a ARC Mercosul.
“Nos próximos cinco dias, o padrão climático árido se alastra por todo o centro e leste do País, retirando as possibilidades de chuvas sobre Minas Gerais, oeste da Bahia, Goiás, São Paulo e Paraná, até o começo de fevereiro. Se estas leituras se confirmarem, perdas mais expressivas de produtividade serão observadas no Paraná e Minas Gerais, em específico”, finalizou a consultoria.
IGC reduz produção mundial de soja e aumenta a do milho
O Conselho Internacional dos Cereais (IGC) divulgou o seu Relatório de Mercado de Grãos para janeiro, em que reduziu sua estimativa para a produção mundial de soja de 2018/19 e elevou a sua estimativa para a safra de milho. O IGC também forneceu outras estimativas atualizadas de oferta e demanda para essas safras no atual ano de comercialização.
Nesse cenário, o conselho estima que a produção mundial de soja para a próxima safra pode chegar a um recorde de 363 milhões de toneladas, um número que é quatro milhões abaixo da estimativa de novembro, mas 22 milhões de toneladas a mais do que foi colhido no ciclo anterior. O IGC indicou que a menor previsão da produção mundial de soja reflete a continuidade do clima quente e seco no Brasil, onde a colheita já está em andamento.
Além disso, os estoques mundiais de soja devem fechar em 54 milhões de toneladas – três milhões de toneladas acima da projeção de novembro e dez milhões de toneladas a mais do que a safra passada. O comércio da oleaginosa estava previsto em 152 milhões de toneladas e permaneceu inalterado em relação à previsão de novembro.
Quanto ao milho, o IGC estima que a produção mundial será de 1.076 bilhão de toneladas, três milhões acima da projeção de novembro e 29 milhões de toneladas, ou 3%, acima das 1.047 bilhão de toneladas em 2017/18. O IGC previu também o consumo mundial de milho em 1.109 bilhão de toneladas, com queda de três milhões de toneladas em comparação com a perspectiva de novembro.
O comércio mundial de milho em 2018/19 estava previsto em 160 milhões de toneladas, um milhão acima da estimativa de novembro e oito milhões de toneladas, ou 5% acima das 152 milhões de toneladas em 2017/18.
Agrolink