Escoamento eficiente da produção e fazer o dinheiro do financiamento chegar na hora certa às mãos do produtor rural são dois grandes desafios apontados pelo secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Seneri Paludo. Segundo ele, levantamentos da Conab indicam que o Brasil deverá colher, nessa safra, cerca de 193 milhões de toneladas de grãos e a meta para a safra 2014/15, é que o país alcance os 200 milhões de toneladas. Para isso, explica, “prevemos um aumento da área plantada por volta de um milhão de hectares e, consequentemente, aumento da produtividade, o que nos leva a crer que provavelmente atingiremos 200 milhões de toneladas de grãos. Já acolhemos números similares e podemos, sem dúvida nenhuma, atingir essa cifra.”
O secretário reconhece que “o nosso grande desafio, sem dúvida nenhuma, é fazer o escoamento dessa produção da maneira mais rápida possível, não necessariamente mais rápida, mas com mais eficiência. E aí, talvez na próxima safra, já comecemos a cumprir alguns grandes marcos, além dos 200 milhões de toneladas, e proporcionar o escoamento dessa produção principalmente via portos do Arco Norte.”
Outro grande desafio apontado pelo secretário de Política Agrícola é fazer com que o financiamento chegue no momento em que o produtor precisa desse recurso, principalmente na hora que ele está fazendo aquisição de grãos ou na hora da comercialização. “Um dos trabalhos muito fortes que estamos fazendo é para, assim que o programa de crédito for lançado, conseguir que o dinheiro chegue de maneira mais rápida e certa na mão do produtor rural”, acrescenta.
SEGURO RURAL
Com relação ao seguro rural que, em sua opinião, “cresceu muito nos últimos anos e para este ano safra, por exemplo, foram aportados mais de 700 milhões reais”, Seneri Paludo reconhece que ainda há um caminho muito grande a ser percorrido . “Temos trabalhado muito forte no que se refere à qualidade das apólices que são ofertadas para o produtor rural. Fizemos um levantamento interno e constatamos que, aproximadamente, quase um terço de todas as apólices subvencionadas pelo governo federal são apólices que não trazem a melhor relação custo-benefício para o produtor. Temos que trabalhar para que nos próximos anos tenhamos apólices que efetivamente sejam boas do ponto de vista custo-benefício para o produtor. Quando a gente tiver isso, a demanda aumentará cada vez mais”, afirma.
Seneri Paludo destaca que o agro brasileiro chegou até aqui através de muito esforço e muito trabalho, graças aos esforços tanto públicos quanto privado. Porém, acentua, “existem alguns pontos que temos que avançar muito forte, como, por exemplo, a questão da infraestrutura logística, porque o que nos trouxe até aqui não é o mesmo fator que vai nos levar daqui para os próximos 10 ou 20 anos. Então, precisamos, em alguns pontos, sem dúvida, nos reinventar e, em outros, nos fortalecer, mas de uma maneira geral o agro brasileiro está trilhando um caminho de sucesso.”
Por equipe SNA/SP