Os novos números da Secex/Mdic relativos à evolução das exportações de carne de frango no decorrer de agosto corrente são bem mais auspiciosos que os da semana passada. Pois, por exemplo, depois de indicar que a média diária embarcada nos oito primeiros dias úteis do mês não chegou a 8.000 toneladas, os indicadores ontem divulgados (relativos há 13 dias úteis) apontam média diária de 17.357 toneladas, quase 9% menos que em julho passado, mas cerca de 4,5% a mais que agosto de 2017.
Mesmo assim é inevitável considerar que os números divulgados pela Secex/Mdic continuam carecendo de alguma coerência. E para chegar a essa conclusão não é preciso ser expert em exportação. Basta observar o gráfico abaixo, à direita, o que mostra os volumes semanais acumulados. Ou seja: enquanto na segunda semana do mês (5 dias úteis) os embarques de carne de frango ficaram restritos a menos de 37.000 toneladas, na semana passada (12 a 18, também cinco dias úteis) subiram para mais de 160.000 toneladas, resultado jamais registrado na história do setor para esse espaço de tempo.
Em suma, a adoção de novos sistemas de acompanhamento das exportações de carnes (não só a de frango) ainda não chegou ao ponto de equilíbrio. Sob tais circunstâncias, o melhor é abandonar os altos e baixos extremos e considerar a média. Que sugere, para o mês (faltam, agora, 10 dias úteis para o encerramento de agosto) embarques próximos de 400.000 toneladas (produto in natura, exclusivamente).
A mencionar, ainda, que o preço médio até agora registrado, perto de US$ 1.540,00 por tonelada, está 2,25% acima do alcançado em julho passado e corresponde ao melhor resultado dos últimos quatro meses. Mas permanecem quase 5% aquém do que foi obtido um ano atrás, em agosto de 2017.