Satélite ajuda a identificar responsáveis pelos incêndios em Mato Grosso

O monitoramento por satélite está ajudando o governo de Mato Grosso a identificar os possíveis causadores das queimadas no Pantanal, consideradas um “desastre” pela secretária de Meio Ambiente do estado, Mauren Lazzaretti.

Sem poder revelar detalhes, ela afirmou ao Valor que cinco inquéritos policiais já foram abertos a partir dos dados disponibilizados pela Secretaria. O órgão também vai fazer autuações para aplicação de multas de R$ 5.000,00 por hectare danificado pelo fogo no imóvel do proprietário que tiver cometido o ato ilícito.

Por ora, o foco é no combate às chamas, que já consumiram 1.8 milhão, mais de 20% dos 6.7 milhões de hectares que o bioma ocupa no estado, segundo a secretaria. “Ninguém está preparado para um desastre dessas proporções. É um cenário de guerra”, disse Lazzaretti.

A previsão de calor de 50ºC, o tempo seco e a grande disponibilidade de biomassa nos campos do Pantanal dificultam o trabalho dos mais de 200 profissionais que tentam combater o fogo. Segundo a secretária, essa é a seca mais severa em 30 anos e a região não registrava incêndios significativos há 14 anos.

Prevenção

Ainda sem conseguir contabilizar os prejuízos econômicos e os danos ambientais, Lazzaretti traça estratégias de prevenção para 2021. O primeiro passo é criar uma brigada estadual específica para o Pantanal e em locais privados para o combate mais rápido do fogo. Mas ela destaca a necessidade de capacitação de indígenas, quilombolas e produtores sobre a queima controlada.

Segundo Lazzaretti, um dos grandes incêndios este ano foi iniciado na Terra Indígena Perigara, no município de Barão de Melgaço (MT). O governo de Mato Grosso também trabalha na revisão da legislação estadual, de 2008, que impede a substituição da pastagem nativa por outras gramíneas no bioma. As mudanças podem acontecer ainda esse ano, e seguirão critérios técnicos.

O setor produtivo reclama que a restrição tem inviabilizado a pecuária no Pantanal, e disse que os animais ajudam na prevenção. “Precisamos ouvir a ciência para estabelecer o método mais eficiente. A regra atual dificulta a limpeza das áreas e gera muita biomassa”, afirmou a secretária.

 

Fonte: Valor Econômico

Equipe SNA

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